Depois de 17 dias, tutora reencontra calopsita fujona
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Fabiana chegou a fazer promessa e temia nunca mais rever George. Até receber um telefonema na manhã de sexta-feira
Perder um animalzinho é desesperador. Ainda mais quando o melhor amigo não costuma passear pelo chão, e, sim, voar pelos ares. Foi o que aconteceu com a estudante Fabiana Carvalho Fernandes Melo, 35 anos. No dia 7 de março, ela recolocava a calopsita George, de 2, na gaiola, quando o cachorro latiu, assustando o pássaro. “Invadimos duas casas em construção à procura dele, e nada. Logo anoiteceu e ficou mais difícil”, relata a moradora de Vicente Pires.
Disposta a encontrar George, quando chegou em casa, ela foi atrás de dicas sobre como encontrar calopsitas perdidas. “Fique surpresa quando percebi o quanto isso é comum. Assisti ao vídeo da Brena Braz no YouTube, e ela dá várias dicas do que fazer. Resolvi implementar tudo”, diz Fabiana. O canal de Brena Braz é voltado para tutores de calopsitas.
No dia seguinte, ela imprimiu cartazes e saiu fixando nos condomínios próximos. Fabiana recebeu duas ligações, foi ver as calopsitas, mas não eram George. Passaram-se cinco dias do desaparecimento, quando uma outra pessoa disse ter visto o passarinho, mas que não conseguiu pegá-lo. “Mostrei a foto, ela afirmou que com certeza era ele. Isso me deu mais motivação e, por isso, resolvi fazer as faixas e fixar cartazes em mais condomínios, já que o que ela mora era bem distante do meu. Imaginei que minha ave voou bastante. Saí de madrugada colando os cartazes que imprimi, coloquei um por um em plásticos, pois imaginei que ia chover nos próximos dias e que meus cartazes ficariam ilegíveis”, relata a estudante que, por seus esforços, chegou a ser apelidada de “doida das faixas”. Por outro lado, muita gente a apoiou.
Fabiana chegou a fazer promessa. Pelo visto, deu certo. Na sexta-feira, às 7h30, ela recebeu mais uma ligação. “Fui lá e era ele! Morri de tanto chorar”, recorda. A pessoa que resgatou George disse que, quando o viu, lembrou do cartaz colado no portão do condomínio. “Se eu não tivesse colocado no plástico, provavelmente ela não conseguiria me contatar”, acredita a tutora. Os dias longe de casa judiaram o bichinho. Logo depois de buscá-lo, Fabiana o levou a um veterinário especialista em aves. Embora esteja bem, George ficou desnutrido. “Está magrinho de dar dó e vai ter de tomar vários suplementos.”
A história de amor de Fabiana com George começou há dois anos, quando a sobrinha dela ganhou a calopsita de presente. Sempre que a família viajava, George se hospedava com Fabiana. “Fui me apegando e, a cada vez, ficava mais difícil devolvê-lo. Eles viajaram no início de janeiro de 2017 e deixaram ele novamente comigo. Dessa vez, resolvi não devolver. Literalmente, disse para o meu cunhado: ‘olha, eu já amo o George, e ele me ama. Ele vai ficar aqui em casa porque aqui ele é mais feliz. Vocês moram em apartamento e trabalham muito. Sei que vocês gostam muito dele, mas vocês não têm tempo para ele'”, conta, rindo.
Com a volta de George, Fabiana entrou em contato com o blog para incentivar outras pessoas a não desistirem de procurar suas calopsitas fujonas. “Vejo que muita gente perde seus pássaros e não corre atrás porque acha que não é possível encontrá-los. Em duas semanas, encontrei quatro calopsitas! Veja a quantidade!”, observa.
Agora, com o final feliz da história, Fabiana já pode desfrutar da companhia e da cantoria de George. O passarinho fujão canta o Hino Nacional e também sabe interpretar Patience, do Guns n’ Roses, ensinada pela nova tutora.