A turma do “deixa disso” e a prudência

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Em meio à crise aberta com a estúpida censura imposta por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a uma revista eletrônica, quem se destacou foi a turma do “deixa disso”, aquela mais prudente, responsável por esfriar temas controversos. Entre os integrantes, há ministros de tribunais superiores, juristas, integrantes do TCU. A conta foi até simples. Se a chama continuasse alta, o maior beneficiado seria o governo Bolsonaro, que, em vez de dois, poderia, no limite, indicar seis nomes para o STF até o final do mandato. Explica-se.

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No atual cenário, Bolsonaro tem duas vagas a indicar, a de Celso de Mello e a de Marco Aurélio Mello, em 2020 e 2021. Se o clima esquentasse no ponto mais absurdo, porém, não seria impossível pensar na força dos pedidos de impeachment de Dias Toffoli e Alexandre de Moraes no Senado. Por mais complexo que possa ser imaginar esse cenário hoje, o imponderável sempre bate à porta. Para complementar o devaneio, poderia se sacar também a revisão da PEC da bengala, baixando a idade máxima de aposentadoria para os 70 anos, atingindo diretamente Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.

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Aliás, há poucas coisas mais cínicas do que a tentativa de mudança nas regras da aposentadoria aos 75 anos para magistrados. Tudo patrocinado pelo PSL, partido de Bolsonaro.

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É fake news ou coisa de quem não sabe o que está dizendo que preso não pode dar entrevista. Repórter que é repórter sempre entrevistou preso, desde que com autorização judicial.

leocanti

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