Em meio à interferência do presidente Jair Bolsonaro no reajuste do diesel, Brasília vai dormir hoje com uma outra preocupação — esta mais centrada no campo político. Nos bastidores, parlamentares mais atentos apostam que, caso o Planalto não consiga avançar na reforma da Previdência em mais um mês, o comandante da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deve ressuscitar o texto anterior, enviado ao Congresso por Michel Temer.
O prazo de Maia é meados de maio. Até lá, se a tramitação não tiver correndo livre, o próprio presidente da Câmara desarquiva a reforma preparada pelo ex-presidente Temer. O discurso seria um tanto parecido com o que se viu em março, quando o parlamentar trocou farpas com Bolsonaro, enquanto o capitão reformado estava no Chile. A linha é a de inaptidão e boa vontade do presidente para aprovar a reforma.
Com as quedas anunciadas de mudanças das regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural, agora a reforma de Temer se diferencia da de Bolsonaro basicamente por causa do sistema de capitalização. O problema não está no texto em si, mas na simbologia do presidente e do ministro da Economia, Paulo Guedes, em ter o projeto preterido em favor de um anterior, depois de todo o desgaste.
Brasília faz as apostas.
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