Depois de o próprio presidente Jair Bolsonaro determinar ao Ministério da Defesa a preparação das “comemorações devidas” aos 55 anos do golpe que estabeleceu a ditadura militar em solo brasileiro, o general do Exército Lourival Carvalho Silva se sentiu a vontade de mandar um convite para uma formatura “alusiva à revolução democrática de 31 de março de 1964”. Comandante Militar do Oeste, Lourival convidou a família militar para o evento que será realizado amanhã, às 9h, no Forte do Comando, na capital do Mato Grosso do Sul.
A ordem de Bolsonaro é um constrangimento até mesmo entre aliados do presidente, como a deputada Janaina Paschoal (PSL-SP), que declarou nas redes que o governo precisa virar a página e “não governar com a cabeça em 64”. Integrantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criticaram a “determinação” de Bolsonaro. Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, em manifestação pública, afirmou que “comemorar a instalação de uma ditadura que fechou instituições democráticas e censurou a imprensa é querer dirigir olhando para o retrovisor, mirando uma estrada tenebrosa”. A autenticidade do convite, que circula nas redes sociais desde a noite de ontem, foi conformada pela assessoria do Exército em Brasília.
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