Bolsonaro usa redes sociais para se movimentar. Mas a campanha já acabou

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Leonardo Cavalcanti // Marqueteiros e consultores políticos ouvidos pelo Correio sobre a ação do presidente Jair Bolsonaro em postar vídeo obsceno alertam para uma estratégia arriscada do capitão reformado. “É como se ele não tivesse tirado a camisa de candidato”, diz Carlos André Machado, diretor do Instituto Opinião Política, que faz pesquisas eleitorais e de avaliação de governos.

Por mais cedo que possa ser para avaliar ou mesmo identificar a estratégia de Bolsonaro, as ações são feitas a partir de monitoramento de redes sociais, que tem limites para análise de impacto dos movimentos do presidente. Na última terça-feira, Bolsonaro postou na conta oficial no Twitter um vídeo com um homem dançando após introduzir o dedo no ânus — depois, um outro urina na cabeça do dançarino.

“A campanha era outro momento”, diz Machado ao ser questionado sobre o fato de que movimentos como por exemplo o “Ele não” acabaram em parte neutralizados por ações na rede do então candidato do PSL. “Por mais que ele esteja incomodado com as críticas de foliões, o foco agora é a reforma da Previdência. Assim o tempo é que vai dizer como o governo vai se movimentar para mostrar estratégia de governo.”

Especialista em campanha digital e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), Marcelo Vitorino diz que ainda é cedo para maiores julgamentos e até mesmo para prever como o governo irá sobreviver a crises, mas não há dúvidas de que o que está em jogo é a credibilidade. “Não creio que tudo seja uma estratégia para algo. Há nas mensagens componentes de livre manifestação. O tempo é quem vai dizer se isso é uma estratégia que possa ser prejudicial.”

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