E, de repente, o bonitão que você pega na balada dá uma sumida. Você olha para o lado e ele está se atracado com seu melhor amigo gay. Nessa briga, você decide não entrar. É vida que segue…
E o gatinho simpático do tinder se oferece para ir a sua casa no primeiro encontro. A ideia é um fazer esquenta antes da festa. Moderninha, você aceita a proposta. Ele, um lord, leva um vinho. Papo agradável, muitas risadas e a noite é bem divertida. No outro dia, você percebe que o mesmo gatinho, até ontem, muito legal te bloqueou no whatsapp. Por quê? Ele era cruzeirense e você atleticana. Ele achou que divergência tão séria acabaria com qualquer possibilidade de romance. Jamais daria certo. Assim, melhor deletar seu nome da agenda tão rápido e tão fácil, como ele te adicionou.
E vocês passam meses trocando mensagens espirituosas. Ele mora no Sul. Você em Minas. Se conheceram por acaso, em um Carnaval. Marcam de se reencontrar e, empolgados, fazem planos. Você compra a passagem para visitá-lo e, inexplicavelmente, o tíquete na mão também é a entrada para um espetáculo sem a menor graça: ele não te atende mais. Simples assim. Sem desculpas, sem remorsos. Mundo pequeno, vocês se esbarram em Salvador, em outros carnavais. Ele te ignora. A bebida faz você chorar. Mas, o coração do moço não é tão de pedra. Ele se comove com a cena. Vem em sua direção. Você destruída, sentada no meio-fio. Rímel borrado e autoestima atropelada. Ele te dá um beijo na bochecha e diz: “Eu não tenho raiva de você!”, te consola. Oi? Jura? Você se pergunta. Então, limpa o rosto e beija o primeiro que passa na sua frente. É vida que segue…
E o outro deixa você pegar um avião. Uma hora de viagem para passar três horas com o amor platônico, alimentado na internet, durante um ano e meio. O problema é que o moço é casado. Mas aliança só existe na mão dele, não na sua. Refletisse sobre isso antes, grande sedutor virtual. No aeroporto, ele não está como combinado. Descobriu que, por obra do destino, de Deus ou do diabo, vai saber,a sogra estaria, coincidentemente, naquele menos horário por ali. Te espera, então, no hotel. A culpa transforma o homem de 40 anos em um menino assustado de 15. Fica sem ação. Quase pula a janela, em uma tentativa desesperada de fugir, tamanha culpa por ter deixado a mulher em casa. Imensa culpa por ter deixado a amante voar para vê-lo. A noite é uma tragédia. Acaba com ela fica só no quarto. E ele volta para casa, de onde nunca deveria ter saído.
Ele, no primeiro encontro, consegue falar sobre todas a ex-namoradas. Todas loucas. Ele jamais. No primeira noite juntos, ele fala que já levou tabefe da ex. O primeiro, ela desistiu de encontrar. Não dá para dividir a cama com tanta gente. O segundo, ela bem que tentou dar mais uma chance, mas ele preferiu reatar com a suposta megera tae-fight e, até hoje, ela não sabe se por fetiche ou por burrice mesmo. Mas o que ela tem a ver com isso? Nada! É vida que segue…
Adoraria dizer que as histórias acima são fruto da minha imaginação. Mas não! Não teria tanta criatividade em criar enredos tão sensacionais. Afinal, ninguém acreditaria. São casos protagonizados por amigas, por amigas de amigas. Vida de quem está só, em busca de um amor. Divertido para ouvir, mas aterrorizante para vivê-las. Concluo que ser solteira é perigoso. Poderia ter acontecido comigo ou com você. Mas não há como prever. Inseguros, confusos e imaturos não andam com placa no peito. Resta, então, arriscar. Sobra viver. E se, por acaso, você ou eu esbarrarmos com um espécime desequilibrado desses, não vamos lamentar quando ele se for. Digo que é livramento. Sorte minha e sorte a sua. Amém!
SIGA NO FACEBOOK: In Confidências de Flávia Duarte