Deitei minha cabeça no travesseiro na noite de sábado e fui inundada por uma felicidade pertencente à gente privilegiada. Estava na mesma cama na qual dormi durante um mês, um ano atrás. O endereço era o mesmo: uma rua tranquila e arborizada de Nova York, distante apenas alguns passos do Central Park.
Quando estive aqui pela última vez, era primavera. Fui recepcionada por tulipas de todas as cores. Agora, desembarco em uma das cidades mais cosmopolitas do mundo abraçada por um calor abafado e acolhedor.
Reconheci cada esquina daquelas ruas e me felicitei por estar aqui novamente. Tive vontade de chorar de algeria. Nova York foi cenário de alguns dos momentos mais especiais e peculiares de minha vida. Como um filme de sessão da tarde tipicamente americano, relembrei de todos os saudosos episódios que desfrutei como uma estudante de inglês, livre e descompromissada, que interpretei há um ano.
Agora, volto a experimentar o papel de estudante, mas de jornalismo. Vim aperfeiçoar os conhecimentos na minha profissão. Em comum com aquele passado próximo, só mesmo o desapego às regras e às expectativas. Chego aqui com o coração aberto. De obrigação, só mesmo a de me dedicar ao que vim aprender.
Quero que esta cidade seja novamente palco do que o destino me trouxer. Sem planos e sem ansiedades. E que venha o melhor. Há pelo menos 3 anos, abri mão da organização e do planejamento nas minhas viagens. Tenho levado igual desprendimento para minha rotina.
Fui apresentada ao conceito de serendipidade há alguns anos por um amigo argentino. Fiquei surpreendida quando ele me confessou nunca transformar roteiros de viagem em uma antecipada logística. Foi quando descobri que essa palavrinha traduz “as coisas afortunadas que acontecem ao acaso”.
Em espanhol, se diz “serendipia”, o que me soa mais doce e tentador do que em português. Desde então, me encantei por isso e joguei fora os meus planos e traçados durante as temporadas longe de casa. Que assim seja nos próximos 15 dias. Que o Universo seja generoso e me traga a surpresa e a beleza dos encontros inesperados e das experiências indeléveis.
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