Em fins de novembro passado, eu cheguei em Paris para aproveitar a última semana de uma longa viagem (de trabalho, seminários e passeios) de 40 dias à Europa. Eram quase 22h e eu havia acabado de encontrar uma amiga brasileira em um café, perto da estação Denfert-Rochereau (a parada do metrô que dá acesso às famosas Catacombes de Paris). Dali, eu teria que trocar uma ou duas vezes de linha para chegar ao meu destino. Quem conhece Paris, sabe que seu transporte público é um dos mais eficientes do mundo. Entretanto, o metrô é um labirinto de linhas e extenuantes corredores sob a terra.
O sistema do “Metropolitan” vai a todos os lugares e compõe uma verdadeira e imensa cidade subterrânea, frequentada por centenas de milhares de pessoas, noite e dia, sete dias por semana. Em uma das trocas de linha, fiquei em dúvida sobre para qual lado deveria seguir, e terminei por abordar um homem, de uns 40 anos, para perguntar qual seria a direção para a tal estação que eu queria. Ele foi solícito em ajudar-me.
Intrigado pelo meu sotaque, perguntou de onde eu era. Brésil, respondi. Parece ter sido a senha para que o tipo mudasse o comportamento, normalmente contido e reservado de franceses e francesas (e que perpassa a maioria dos milhões de imigrantes que vive em Paris). No entanto, mundo afora, toda mulher brasileira que reside no exterior sabe ser fortíssimo o estereótipo construído (por nossas próprias empresas midiáticas e/ou de turismo) sobre os corpos, corações e mentes das brasileiras. Via de regra, somos rotuladas como prostitutas, ou mulheres “facinhas”, que sambam ou dançam com seios e bundas desnudas para o mundo ver.
O desconhecido começou a seguir-me pelas infindáveis rotas quilométricas daqueles subterrâneos. Incomodada, eu agradeci e desvencilhei-me, apertando o passo. Pensei que havia me livrado dele. Qual não foi minha surpresa quando deparei-me com o cara na outra linha do metrô, após ter feito a troca para a nova direção. Ele saltou na mesma estação que havia me indicado e passou a me seguir. Insistiu, abordou-me, e perguntou para qual hotel ou residência eu iria, quanto tempo eu ficaria em Paris etc.
O assédio abusivo estava claro e meu sangue ferveu. Soltei um grito daqueles que ressoam alto, especialmente em uma estação subterrânea. O homem amarrou a cara e seguiu apressado seu caminho, como o estranho que de fato era. Respirei aliviada. Foi a melhor coisa que fiz. Mesmo sendo um horário mais calmo, ainda havia bastante gente nas estações. Imagino que se fosse um pouco mais tarde, ou se aquela fosse uma estação menos movimentada, eu teria corrido um risco real de abuso, violência, quiçá de estupro ou sabe-se lá o que aquele homem teria em mente.
Já sofri tais assédios aqui no Brasil e em outros países onde morei ou passeei. Os desfechos são imprevisíveis. Todas as situações parecem roteiros de um filme. Em geral sabemos, nós mulheres, por instinto criado em abusos perpassados por gerações e gerações, que o final pode ser o pior, caso não tenhamos a reação correta.
Todo este relato, que eu sequer havia contado às pessoas mais próximas a mim, até para não estragar as outras (belas) histórias das minhas andanças, agora torno público para carimbar e passar o atestado da minha indignação contra o desserviço prestado às mulheres de todo o globo, ao longo da semana passada, por 100 atrizes e “intelectuais” francesas.
A veterana e eterna Belle du Jour Catherine Deneuve está à frente do manifesto, bem raso e superficial, diga-se, publicado no jornal francês Le Monde. O documento criticou o suposto “puritanismo sexual” do movimento #MeToo (#EuTambém, iniciado nos Estados Unidos, ou #balancetonporc – “denuncia teu porco”, na França).
No “auge” da crítica aos movimentos feministas, ou às mulheres que aderem às denúncias de seus “porcos chauvinistas”, Mme. Deneuve e as 99 outras signatárias do manifesto defendem absurdos como o direito dos homens de “importunarem” e até tocarem partes dos corpos femininos, sem que haja o consentimento ou a reciprocidade de desejos. Segundo essas mulheres:
“Depois do caso Weinstein, houve uma legítima tomada de consciência a respeito da violência sexual exercida contra as mulheres, especialmente no ambiente profissional onde alguns homens abusam do seu poder. Ela era necessária. Mas essa libertação da palavra se volta hoje em seu contrário (…) Na verdade, o #metoo provocou na imprensa e nas redes sociais uma campanha de denúncia e de acusação pública de indivíduos que, sem que lhes tenha sido dada a oportunidade de responder ou de se defender, foram colocados exatamente no mesmo nível que os agressores sexuais. Essa justiça expeditiva já fez suas vítimas, homens castigados no exercício de sua profissão, forçados a se demitir, etc., quando seu único erro foi ter tocado um joelho, tentado roubar um beijo, falar sobre coisas “íntimas” em um jantar profissional ou ter mandado mensagens com conotação sexual a uma mulher cuja atração não era recíproca. Essa febre para mandar os “porcos” ao matadouro, longe de ajudar as mulheres a conquistar sua autonomia, serve na verdade aos interesses dos inimigos da liberdade sexual, dos extremistas religiosos, dos piores reacionários e daqueles que acreditam, em nome de uma concepção substancial do bem e da moral vitoriana que os envolve, que as mulheres são seres “à parte”, crianças com rosto de adultos, que pedem para ser protegidas (…)”. (trecho do manifesto publicado no Le Monde, 09/01/2018)
Mais uma vez, nós somos transformadas, bipolarmente, em perseguidoras (bruxas ou carrascas) e, ao mesmo tempo, em “crianças com rostos de adultas, que pedem proteção”. Desta vez, escancaradamente, são outras mulheres que o fazem. E o pior: são mulheres com projeção internacional. Famosas. Ricas. Glamorosas.
Aquelas que nunca ou raramente têm que entrar em um transporte público, abarrotado ou não, onde a maioria dos homens sente-se em pleno direito ou à vontade para “importunar”, “tocar”, “assediar”, ou até mesmo estuprar ou ejacular nas mulheres. Tudo sem que sejam incomodados, repreendidos ou presos por seus pares, membros dos poderes judiciais, policiais ou das seguranças dos transportes, basicamente, em qualquer lugar do mundo.
São mulheres que têm a sorte de poder escolher seus papéis, seus escritórios, suas casas, suas obrigações e direitos, seus chefes e subordinados/as, seus pares ou companheiros, sem que passem pelo desconforto ou pelo terror da ameaça constante, diuturna. Dos assédios, das ameaças e dos abusos e violências sexuais, morais e/ou psicológicas. De perderem empregos e famílias. De terem suas vidas e/ou carreiras prejudicadas ou interrompidas por homens machistas e misóginos, inescrupulosos, que se investem de poderes por suporem que elas são suas subordinadas e posses “naturais”.
Não é de um flerte recíproco ou de uma paquera saudável que se fala. Não é de uma cantada em um local público ou privado, entre pessoas que se sentem atraídas e que iniciam uma conversa amigável ou uma troca de olhares e sinais. O ponto não é sobre a troca de sorrisos, excitação e amabilidades entre homens e mulheres, ou entre seres humanos.
Os movimentos feministas, aquelas famosas ondas que ocorrem desde o Século 19, ou mesmo em épocas mais remotas, e os mais recentes manifestos de “basta!” nas redes sociais e na imprensa, vindos de atrizes, executivas, acadêmicas e/ou trabalhadoras comuns – mulheres que não “odeiam” os homens, como querem fazer crer, pelo contrário, tentam e muito a convivência com eles –, são resultados de séculos ou milênios de abusos e violências contra elas. Nas sociedades patriarcais, perpetua-se uma distorção, uma doença social que para mim pode ser chamada de machopatia.
Esse foi o tom das denúncias e repúdios dos discursos, no âmbito da campanha #MeToo, feitos pelas atrizes, diretoras, roteiristas e produtoras, durante a premiação dos Golden Globes (a segunda mais importante do audiovisual mainstream dos EUA), no domingo (7). É disso que se trata. O caso do poderoso produtor de cinema Harvey Weinstein, que em suma é um estuprador em série, detonou um sem-número de relatos contra muitos outros diretores, atores e produtores do mundo audiovisual, e também contra altos executivos, chefões e chefetes de empresas e indústrias, públicas ou privadas, em várias partes do globo.
É o mundo em transformação. E não há volta possível. Seja porque a consciência hoje é outra. Seja porque os movimentos das mulheres, ao longo de séculos, finalmente estão introjetados mais profundamente na carne, nas mentes e nos corações. Sim, não há como desfazer o conhecimento profundo de uma situação que já é inaceitável há muito.
Sobre as injustiças, os crimes, as invisibilidades, as desigualdades em tantos níveis. A sobrecarga de tarefas e trabalhos não remunerados sobre as mulheres. Os salários mais baixos. As promoções que são postergadas ou nunca concedidas. A responsabilidade unilateral sobre a criação das crianças. Os louros e reconhecimentos que vão para os homens, quando seriam das mulheres próximas a eles. A lista é imensa. É disso que se trata. E cansa e dá uma preguiça danada quando algumas mulheres, talhadas no machismo e no ódio contra suas pares, insistem, sim, em serem cúmplices nisso tudo.
Ao lembrar da minha própria desventura no metrô de Paris, que poderia ter ocorrido em qualquer cidade do Brasil ou da América Latina (veja estatísticas aqui), li e reli com horror o manifesto cúmplice das 100 francesas. Em especial, fiquei pasma com o trecho sobre como lidar com os abusos em transportes ou com as desigualdades salariais e de tratamento nas empresas, como se fosse fácil. Como se o pouco conquistado pelas mulheres, em nossa contemporaneidade, não fosse o resultado de séculos de lutas, sangue, lágrimas e suor derramados:
“(…) Ela pode zelar para que seu salário seja igual ao de um homem, mas não pode se sentir traumatizada para sempre por que alguém se esfregou nela no metrô, embora isso seja considerado crime. Ela pode até considerar isso como expressão de uma grande miséria sexual, ou como um não-acontecimento (…).”(trecho do manifesto publicado no Le Monde, 09/01/2018)
Perplexidade. Revolveu-me as entranhas. Tive vontade de mandar a Catherine Deneuve (disfarçada de trabalhadora/mulher comum) passear nos subterrâneos do metrô de sua amada Paris, às 22h de uma noite qualquer. Ou na hora da saída do trabalho. Quando os transportes estão abarrotados, mesmo na charmosa e bela capital francesa, e a gente se sente uma sardinha sendo “sarrada” por todos os lados.
Aí, que ela precise de uma informação e que o homem a “importune” bastante. Que ele a siga pelos corredores intermináveis das estações. Finalmente, quando ela estiver preocupada com a situação, com horror, e precisar pedir ajuda, e se estiver rouca? E se ela não conseguir gritar nem lutar? Será que ela se daria o “dever” de “não ficar traumatizada pelo resto da vida” no caso de um abuso, de um estupro, de um espancamento? Do que essas 100 mulheres pensam que estão falando? Em que mundo extraterrestre vivem?
Dentre as muitas louváveis respostas dadas às 100 equivocadas, destaco duas com as quais me identifiquei de pronto. Uma é de um grupo de mulheres feministas da própria França. E a outra é de um homem, o colega jornalista Xico Sá, que escreve artigos em coluna semanal para o El País – Brasil.
As feministas francesas revidam, ponto a ponto, o ataque às conquistas e aos movimentos das mulheres:
“Os porcos e seus (suas) aliado(a)s têm razão de se inquietar:
Cada vez que os direitos das mulheres progridem, que as consciências acordam, as resistências aparecem. Em geral, elas tomam a forma de um “é verdade, mas…”. Com diversas militantes feministas, respondemos à tribuna do Le Monde.
(…) Nada realmente novo nos argumentos utilizados (pelas 100 signatárias do Manifesto). Encontramos os mesmos argumentos no texto publicado no Le Monde no trabalho, em torno da máquina de café, ou em refeições familiares. Esta tribuna é um pouco o colega incômodo ou o tio cansativo que não entende o que está acontecendo.
“Arriscaríamos ir muito longe”. Sempre que a igualdade avança, mesmo que meio milímetro, as boas almas imediatamente nos alertam para o fato de que arriscamos cair no excesso. No excesso, estamos totalmente dentro. É aquele do mundo em que vivemos. Na França, todos os dias, centenas de milhares de mulheres são vítimas de assédio. Dezenas de milhares de agressões sexuais. E centenas de violações. Todos os dias. A caricatura está aí.
“Não se pode mais dizer nada”. Como se o fato de nossa sociedade tolerar – um pouco – menos do que antes as propostas sexistas, assim como as propostas racistas ou homofóbicas, fosse um problema. “Nossa! Era francamente melhor quando podíamos chamar as mulheres de vagabundas tranquilamente, hein?”. Não. Era pior. A linguagem tem influência no comportamento humano: aceitar insultos contra as mulheres significa, na verdade, autorizar as violências. O controle de nossa língua é um sinal de que nossa sociedade está progredindo.
“É puritanismo”. Fazer com que as feministas pareçam travadas ou mesmo mal-amadas: a originalidade das signatárias da tribuna é… desconcertante. A violência pesa sobre as mulheres. Todas. Pesa sobre nossos espíritos, nossos corpos, nossos prazeres e nossas sexualidades. Como imaginar, só por um instante, uma sociedade liberada, na qual as mulheres disponham livremente e plenamente de seus corpos e de suas sexualidades, enquanto uma em cada duas declara já ter sofrido violência sexual?
“Não se pode mais paquerar”. As signatárias da tribuna misturam deliberadamente uma relação de sedução, baseada no respeito e no prazer, com uma violência. Misturar tudo é prático. Permite colocar tudo no mesmo saco. No fundo, se o assédio ou a agressão são “a paquera pesada”, é que não é tão grave. As signatárias se enganam. Não há uma diferença de grau entre a paquera e o assédio, mas uma diferença de natureza. As violências não são “sedução exagerada”. De um lado, considera-se a outra como igual, respeitando seus desejos, quaisquer que sejam. De outro, como um objeto à disposição, sem ligar para seus próprios desejos nem para o seu consentimento.
“É responsabilidade das mulheres”. As signatárias falam sobre a educação a ser dada às meninas para que elas não se deixem intimidar. As mulheres são, portanto, designadas como responsáveis por não serem agredidas. Quando colocaremos a questão da responsabilidade dos homens de não estuprar ou agredir? (…)”. (Trecho da carta das feministas francesas publicada no Le Monde, em 10/01/2018) Ver a íntegra da resposta do grupo feminista, na tradução da filósofa da UFRJ, Tatiana Roque.
Já o articulista Xico Sá dá exemplo em relação à responsabilidade que os homens têm em assumir o próprio papel nas mudanças por uma sociedade mais equilibrada e igualitária. Aliás, ele dialoga perfeitamente com a resposta das feministas francesas, quando admite e faz seu mea culpa quanto ao próprio machismo abusivo, ao chamar a atenção para a necessidade de (re) educação de meninos e homens (e não a joga em cima das mulheres e meninas!):
“Uma certa macharada ficou histérica com o manifesto de Catherine Deneuve & grande elenco. Parecia um gol de final de campeonato. O saloon do Velho Oeste, agora instalado nas redes sociais, veio abaixo — nem a chegada do pistoleiro Shane ao vale do Wyoming, no filme Os brutos também amam, foi tão zoadenta.
A bela de Repulsa ao sexo defendeu o direito à cantada e criticou o exagero de grupos feministas, nesta mesma semana do protesto enlutado em premiação de Hollywood. “Nós defendemos a liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual”, escreveu. Nos trópicos, Danuza Leão, no jornal O Globo, esquentou ainda mais a chapa: “Acho que toda mulher deveria ser assediada pelo menos três vezes por semana para ser feliz. Viva os homens.”
A histeria de uma certa rapaziada, célebre ou anônima, chamou a atenção deste cronista envelhecido em barris de carvalho e machismo. O recado da belle de jour soou aos ouvidos de milhares de homens como se fosse uma anistia, uma licença para a bandalheira, um “liberô geral”, um gol de Copa do Mundo contra o time feminista, um cala-boca nas vozes e hashtags que clamam por igualdade e tratamento digno. AgoraSomosNosPorcosChauvinistas de novo na fita.
Por trás de todo homem — grande, médio ou pequeno — há uma ficha corrida de violências e assédios criminosos ou machistices de varejo. Nada inocente, confesso o quanto já fui inoportuno, amada Séverine, digo, Catherine, aqui já confundindo personagem com vida real. O quanto, ao achar que estava dando apenas uma cantada, ave!, importunava miseravelmente — alcoolizado ou não, pouco importa. E haja ressaca moral na solidão da muvuca-jurubeba, afinal de contas, importunar nunca rende o que se pretende, avançar ao sinal do “não e não e não” jamais vigora.
Moço, pobre moço, gaste o latim com uma cantada elegante, isso nunca foi proibido nem fez parte da plataforma dos muitos e diferentes grupos feministas. Não tome o manifesto da amada atriz francesa como um habeas corpus para a velhacaria selvagem ainda em voga. Mire-se no exemplo de um filme no qual a personagem de Catherine (Geneviève) desperta o romantismo do jovem mecânico Guy Foucher. Eternamente em cartaz nos nossos inconscientes: “Não há guarda-chuvas para o amor” (1964). Uma lição contra todas as guerras.
Não é de hoje essa discussão, amigo. Já deu tempo de sacar o que pode e o que não deve. A cantada nunca esteve proibida, como querem fazer parecer os inimigos das feministas. Vamos lá, garoto, prove a sua delicadeza. Será um bom exercício, no mínimo.
Não há nada para comemorar no manifesto das francesas, macharada. É um gol contra ou um gol de mão, pelo menos. Só um certo radicalismo nos educa, aponta o rumo das ventas da sensibilidade. Somos, historicamente, muito folgados e mimados. Chega de mimimi do tipo “não se pode nem mais dar uma cantada” etc. Não é disso que as feministas, que você tanto ironiza no Twitter e Facebook, estão tratando. O jogo é mais bruto. Creio que não careço aqui repetir as estatísticas de violência contra as mulheres (…)”. Contra o ‘habeas corpus’ pra macharada – Não foi a intenção, mas o manifesto francês valeu como uma licença para a selvageria e o crime de assédio. (Publicado no El País – Brasil, 12/01/2018).
Belo, lúcido, depoimento de um brasileiro, que poderia representar muitos homens latino-americanos, em sua visão sobre os efeitos do manifesto das 100 francesas na “macharada” daqui e de tantos países, com estatísticas altíssimas de estupros, feminicídios, violências múltiplas, em todos os níveis: na família, no trabalho, nas ruas. Nas desigualdades salariais, nas oportunidades, nas carreiras, no trato doméstico, na sobrecarga de funções para as mulheres, nos abusos de poder sobre a integridade e a vida delas.
Não somos “vítimas”. Não. Pelo contrário, sempre fomos os ombros fortes. Nas famílias, nas ruas, nas empresas, nas escolas e universidades, ou nas fábricas. A luta é para haver equilíbrio e igualdade. Aquela noção básica de direitos humanos que falta às 100 francesas equivocadas, cúmplices, e à imensa maioria dos patriarcas machopatas.
PS: Catherine Deneuve, tardiamente e de forma pressionada e desajeitada, acaba de pedir desculpas às vítimas de assédio sexual em um texto publicado na noite deste domingo (14), no site do jornal Liberation.
“Cumprimento de modo fraterno todas as vítimas de atos odiosos que possam ter se sentido agredidas por este texto publicado no Le Monde. É a elas, e apenas a elas, que apresento minhas desculpas”, diz a atriz, de 74 anos.
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