Saber lidar com conflitos de forma inteligente é uma das competências-chave para lideranças de alto desempenho.
Aqui, quero fazer mais algumas contribuições que julgo importantes quando se trata de solução de conflitos.
A primeira, tem a ver com o comportamento de cada colaborador frente ao conflito.
As diversas reações diante dos conflitos, mais que formas de respostas a eles, são modos pelos quais a identidade é confrontada com a diferença que se apresenta, seja ela pessoa, coisa ou situação.
De qualquer modo, cada uma das seis maneiras de reagir a um conflito tem em sua base uma forte expressão da identidade pessoal.
Vamos a elas:
1. Negar o conflito
Esconde a dificuldade de reconhecer a importância do que está ocorrendo. Revela uma identidade que tende a minimizar os “dramas da vida” decorrente de pouca habilidade em lidar com situações difíceis.
2. Evitar o conflito
Revela dificuldades em enfrentar situações antagônicas por comodismo, submissão excessiva, baixa autoestima, inabilidade em posicionar-se frente ao outro, medo da perda ou de “deixar de ser amado(a)”. Falta critérios de satisfação claros para os relacionamentos.
3. Render-se
Resulta da pouca convicção ou de desconhecimento dos valores pessoais. Sente-se incapaz de sustentar posições por crer que o outro “pode mais”. Revela subserviência e resignação.
4. Ameaçar
Mecanismo de prepotência que esconde insegurança. É muito comum em pessoas com histórico de ressentimento e de exclusão em cujos relacionamentos houve episódios significativos de autoritarismo.
5. Avassalar
Tenta subjugar o outro com intuito de arrasar e destruir. Entende que a melhor maneira de se posicionar na vida é atacando de forma contundente a tudo e a todos. Revela identidade raivosa com pouca profundidade egoica demonstrando dificuldades em escutar o outro e o contexto.
6. Compromisso, resolução criativa e colaborativa
Consciência da diferença como possibilidade e não como ameaça. Vê a vida a partir da aprendizagem como forma de relacionamento coletivo e possui uma emocionalidade predisposta ao encantamento decorrente de um protagonismo não predatório. Tem uma mente e uma emocionalidade aprendiz.
Portanto, esta última – compromisso, resolução criativa e colaborativa – é a forma mais adequada para a solução de um conflito.
Tendo isto em mente, imagine o seguinte:
A equipe está em guerra.
Tudo bem, talvez não é pra tanto.
Mas você observa uma atitude passiva-agressiva daqui, um descontentamento dali, e um clima de frustração no ar.
Um conflito está de pé! É hora de agir, de forma inteligente.
Há um princípio na Inteligência dos Relacionamentos que afirma que “as pessoas não reagem a conteúdos, reagem a forma”. Então não é o que se diz que gera o conflito, mas a forma como se diz.
Por isso, para resolver um conflito é preciso que a forma de apresentar o tema seja sustentada por equidade emocional, serenidade, cenário antecipado e cuidado com o outro.
Eu falo mais sobre isso neste vídeo:
