Após 20 dias da queda do Brasil na Copa, CBF mantém silêncio sobre Vadão

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Um silêncio constrangedor ronda a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após 20 dias da eliminação do Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina, a entidade não comunicou nenhuma mudança oficial na comissão técnica da Seleção. O treinador Vadão e o coordenador Marco Aurélio Cunha seguem nos respectivos cargos, apesar da incógnita sobre a permanência deles. O blog da Gabriela Moreira, do Globoesporte.com, publicou que há uma tentativa de negociação com a técnica sueca Pia Sundhage. A assessoria da CBF, no entanto, não confirma novidade alguma.

A Seleção Brasileira masculina sabia, antes mesmo da final em que venceu a Copa América, no último domingo, que Tite seguiria no comando do time se dependesse da CBF. A questão sobre a equipe feminina é a falta de uma posição a apenas um ano e 10 dias dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Nesta semana, a norte-americana Alex Morgan, que terminou a Copa do Mundo como campeã e uma das artilheiras do torneio, lamentou a falta de apoio que o Brasil recebe da confederação.

“Esta Copa do Mundo só mostra, na verdade, quais federações apoiam as equipes e quem realmente chegou mais longe. Você olha para a Inglaterra, a França, a nossa equipe e compara com o Brasil, que tem muito potencial e poderia facilmente ter chegado à final, dada a qualidade, mas não tem o apoio”, disse a jogadora, após retornar da França para os Estados Unidos.

Aos 62 anos, Vadão chegou à Copa do Mundo pressionado por uma sequência de nove derrotas. No Mundial, classificou-se apenas na terceira colocação do Grupo C e pegou a anfitriã França no primeiro jogo válido pela fase eliminatória. Na competição, foram duas vitórias e duas derrotas. Apesar de terem sido reconhecidas pela garra na partida de eliminação, as próprias jogadoras reclamaram ao fim do torneio que precisam de mais. “Futebol feminino no Brasil sempre foi dessa forma, com muita raça e vontade, mas sabemos que precisa de muito mais, de planejamento, trabalho”, alertou a zagueira Mônica.

Marco Aurélio Cunha avaliou a competição de forma diferente. “O Vadão fez uma ótima Copa, independentemente das críticas contra ele. Quando fizemos amistosos e fomos criticados, era para chegar nesse nível e não sofrer. O importante foi que as jogadoras estavam preparados na Copa do Mundo e por um detalhe saímos”, disse, ainda na França, após a eliminação brasileira no Mundial. O ortopedista e ex-vereador de São Paulo é coordenador de seleções femininas da CBF desde maio de 2015.

Sem evolução em dois Mundiais

Vadão ao lado de Marta em coletiva na Copa de 2015: Brasil também foi eliminado nas oitavas de final | Franck Fife/AFP

Esta foi a segunda Copa do Mundo em que Vadão comandou a Seleção Brasileira feminina, sendo eliminado em ambas nas oitavas de final — diante da Austrália, em 2015, e da França, em 2019. No intervalo das duas competições, passou um tempo afastado entre 2016 e 2017, em uma passagem relâmpago de Emily Lima, a primeira técnica mulher da Seleção. Somando as duas fases de Vadão pela equipe, o treinador soma 15 vitórias, três empates e 11 derrotas em 29 jogos.

Caso seja confirmada a contratação da sueca bicampeã olímpica, seria a primeira vez que a Seleção Brasileira feminina estaria sob comando de uma estrangeira. Pia Sundhage ganhou duas Olimpíadas com os Estados Unidos e, no momento, treina a categoria feminina sub-16 da Suécia, onde tem vínculo até o fim do ano. Há menos de três meses, Pia participou do evento Somos Futebol, promovido pela CBF, no Rio de Janeiro. Na ocasião, deixou em aberto o que fará após o atual emprego.

Maíra Nunes

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