Nesta temporada, a maior pontuadora em um mesmo jogo da Superliga Feminina vive uma competição mais tranquila. Fora do top 5 das maiores pontuadoras da liga, Tifanny Abreu, a primeira transexual a atuar na liga nacional de vôlei, afirma que este ano não teve nenhum problema porque a sua presença no torneio “já não é nenhuma novidade”. A jogadora do Sesi Vôlei Bauru comemora os feitos da última temporada do torneio, a primeira dela, e diz que o segundo ano está ainda melhor.
Em entrevista ao Elas no Ataque, a ponteira do time paulista diz que é uma fase com menos pressão. “Essa segunda temporada está melhor, mais prática e com menos pressão. Esse ano já não tem nenhum problema porque já não é nenhuma novidade. Já passou aquela loucura”, afirmou Tifanny, ao se referir às polêmicas geradas no primeiro ano dela na liga.
“As pessoas pensavam que iria entrar um alienígena em quadra. Fizeram uma tempestade em copo d’água”, diz. Depois de se destacar no ano passado, Tifanny continua entre as maiores pontuadoras do seu time. Atrás da italiana Valentina Diouf, ela é a segunda que mais faz pontos no Sesi Bauru. Apesar disso, não está no top 5 do torneio.
“Eu comecei a temporada como oposta reserva e fiquei muito jogos sem jogar, Logo, não podia pontuar tanto”, explica. Além disso, Tifanny passou a jogar como ponteira no clube e explica que recebe menos bolas. “No ano passado, eu jogava de oposta, minha posição original, então eu recebia muito mais bolas, recebia em torno de 60 a 70 bolas por jogo”, esclarece a atleta, que diz não se preocupar com isso.
Especulada na Seleção Brasileira feminina de vôlei no ano passado, Tifanny afirma que esse não é o principal objetivo no momento. “Se eu for convocada um dia, eu vou com muito prazer, mas se não for vou continuar sendo feliz”, ressalta. De acordo com ela, a primeira meta é abrir portas para outras mulheres transexuais.
“Eu to começando uma nova etapa do esporte mundial e abrindo portas para outras. Se eu não for convocada para a Seleção, mas daqui alguns anos uma mulher transexual chegar lá, eu vou sentir orgulho dela porque eu fui uma pioneira que ajudou a abrir as portas para ela”, afirma.
Para ajudar ainda mais a quebrar barreiras, uma das vontades da jogadora é entrar no mundo político. “Eu gosto de estar trabalhando com público e ajudar pessoas. E não adianta eu estar só de fora, tenho que estar de dentro para isso”, frisa.
Em 2018, Tifanny foi candidata a deputada federal em São Paulo. No entanto, os 3.889 votos recebidos foram insuficientes para garantir vaga na Câmara. “Não consegui ano passado, mas quem sabe da próxima vez”, completa.
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