Foram dez anos dedicados à Seleção Brasileira de vôlei que renderam duas medalhas olímpicas à central Thaísa Menezes. Os últimos dois anos da jogadora carioca, porém, foram divididos entre a angústia do tratamento da lesão grave no joelho esquerdo e a intensidade para retomar o alto rendimento em quadra. A escolha pelo longevidade da carreira pesou na decisão da atleta de, aos 31 anos, se aposentar da Seleção. Ela já não foi relacionada na primeira convocação do ano de José Roberto Guimarães.
Com o Barueri, comandado por Zé Roberto, a central voltou a ser decisiva e terminou a temporada como uma das principais centrais da Superliga 2018/2019. O Barueri chegou até as quartas de final, quando foi eliminado pelo Osasco. Mas, depois de uma conversa com o treinador, a bicampeã olímpica optou por ficar fora da Seleção Brasileira. “Hoje, eu não penso em voltar para a seleção. Preciso dar um descanso para o meu corpo e à minha mente e poder fazer uma pré-temporada com calma”, declarou Thaísa.
O objetivo principal da central é alongar a carreira como atleta. “Quero jogar por mais tempo, o máximo que eu puder. Com o ritmo de seleção, o tempo útil do meu joelho vai diminuir em muitos anos, é uma pegada forte”, explica. Thaísa, que passou a atuar com uma proteção no joelho, ressaltou que joga e treina normalmente. A preocupação é pelo acúmulo das atividades, já que o calendário das seleções é praticamente emendando com o das ligas de clubes.
Mistério sobre futuro em clube
A central de 1,96 metro, que ultrapassou a marca dos 1.000 bloqueios na Superliga, ainda não revelou qual time defenderá na próxima temporada, só adiantou que será no Brasil. Mesmo de férias, Thaísa diz estar atenta ao fortalecimento muscular. Por isso, já voltou a malhar e “está pegando pesado com personal” com objetivo de fazer uma boa pré-temporada.
Thaísa passou pelas seleções de base do Brasil e chegou à equipe adulta em 2006, quando foi campeã da Copa Pan-Americana. A central disputou três Olimpíadas, conquistando o ouro em Pequim-2008 e Londres-2012. A jogadora também soma duas medalhas (uma prata e um bronze) em Campeonatos Mundiais; uma prata em Copa do Mundo, além de cinco títulos de Grand Prix.
Por clubes, foi campeã cinco vezes da Superliga (três vezes pelo Rio e duas pelo Osasco). Com o time paulista, Thaísa também foi campeã mundial de clubes, em 2012. E repetiu a dose em 2016, ao vencer o mundial com o Eczacıbaşı, da Turquia.