Brasil perde para EUA e aumenta pressão sobre Vadão em ano de Copa

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A Seleção Brasileira comandada por Vadão entrou pressionada para o terceiro e último jogo do torneio She Believes, contra os Estados Unidos, no Estádio Raymond James, em Tampa, na Flórida. Na lanterna e já sem chances de título, o Brasil mostrou muita vontade nas investidas ao ataque na noite desta terça-feira (5/3), mas cometeu os mesmo erros na parte defensiva e amargou a terceira derrota no campeonato amistoso, desta vez por 1 x 0.

O mais preocupante, porém, é que esse foi também o sétimo jogo seguido que o Brasil perdeu sob o comando de Vadão, restando três meses da Copa do Mundo da França, que ocorrerá em junho. Após as derrotas para a Inglaterra, por 2 x 1; e para o Japão, por 3 x 1, o elenco brasileiro entrou disposto a conquistar o primeiro ponto no She Believes. As norte-americanas, por sua vez, ainda não haviam vencido no torneio, já que empataram contra Japão e Inglaterra.

Com as arquibancadas inferiores lotadas, a partida contra os EUA teve um primeiro tempo emocionante. As duas seleções criaram muitas oportunidades de gol. Mas a equipe norte-americana era nitidamente mais organizada taticamente do que a brasileira. Aos 20 minutos, a veterana Formiga perdeu a bola no meio de campo e as anfitriãs abriram o placar em um contra-ataque que ainda teve uma boa defesa da goleira Aline, mas que terminou com a finalização no ângulo de Tobin Heath após aproveitar o rebote.

Contra EUA, Brasil se despede do torneio She Believes sem vencer | Laura Zago/CBF

Contra os Estados Unidos, Vadão repetiu o que já havia feito no decorrer dos duelos anteriores: colocou a Thaísa no lugar da Jucinara para tentar fechar mais o meio e, assim, proteger a defesa, improvisando a meia Andressa Alves na lateral esquerda, posição em que a jogadora atuou na seleção sub-20. A tentativa não se mostrou eficaz. Aos 15 minutos do segundo tempo, Jucinara entrou no lugar de Andressa Alves, que saiu de campo irritada com a substituição. Nas redes sociais, a improvisação de Vadão na lateral da Seleção Brasileira foi muito criticada.

Na partida, o Brasil errou muitos passes e sofreu com perdas de bola no meio de campo, além de tomar várias bolas nas costas pelas laterais. Desorganizado, o time jogou mais na raça e apostou em jogadas individuais de Marta e Bia Zaneratto para oferecer perigo ao gol adversário. Fisicamente as brasileiras estavam mais desgastadas também. Marta, voltando de contusão, foi uma que apresentou melhora de condicionamento a cada jogo no She Believes. O fato, no entanto, cria novos questionamentos: cabe à camisa 10 do Brasil voltar tanto para ajudar na defesa? Há quem defenda que a Seleção deva jogar mais em função da atacante para polpá-la para as jogadas ofensivas.


Pontos para Vadão corrigir até a Copa

Após o intervalo, as norte-americanas voltaram para o jogo mais cautelosas, querendo administrar a vantagem construída no início do jogo. A equipe de Vadão ficou com a maior posse de bola na segunda parcial e até deu trabalho para as donas da casa. No ataque, Geysa entrou no lugar de Debinha. E Ludmila substituiu Bia, que saiu na segunda metade do jogo após sofrer uma pancada na região posterior da perna esquerda — exames apontam para uma  fratura da diáfise da fíbula.

As mexidas resultaram em maior movimentação no ataque brasileiro. O gol, no entanto, não saiu. E pior: o desempenho da Seleção evidenciou que a fragilidade da defesa brasileira. Vadão disse que o Torneio She Believes serviria para avaliar o Brasil diante de seleções fortes na preparação para a Copa do Mundo da França. E o técnico confirmou que a equipe está abaixo do que ele gostaria.

Desde que reassumiu o comando da Seleção feminina, em setembro de 2017, Vadão soma 12 vitórias, 1 empate e 8 derrotas. A principal dor de cabeça é que a equipe brasileira não vence desde agosto de 2018, quando perdeu para os Estados Unidos por 4 x 1. Há ainda sete jogadoras afastadas por lesão que devem voltar a tempo do Mundial, como a atacante Cristiane e a goleira Bárbara. Antes do Mundial, há previsão de mais dois amistosos em abril para o Brasil disputar.

Maíra Nunes

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