Seleção Brasileira vai enfrentar bombardeio aéreo nas oitavas da Copa

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Após a vitória por 1 x 0 sobre a Itália, o Brasil cravou a classificação entre os quatro melhores terceiros colocados para as oitavas de final da Copa do Mundo. O adversário da próxima fase, no entanto, ainda não foi definido e pode ser tanto a anfitriã, França, como a Alemanha, bicampeã mundial. Duas seleções perigosas que tornam ainda mais difícil o desafio do time de Marta avançar às quartas de final do torneio. A força nas bolas aéreas – justamente uma das principais deficiências defensivas do time verde-amarelo – é característica ofensiva das duas possíveis rivais brasileiras.

Se tiver de encarar a França, o Brasil terá um oponente a mais: a torcida. O país-sede da Copa viu o futebol feminino emergir no cenário nacional nos últimos anos e, atualmente, a Liga Francesa é referência no mundo. O fortalecimento do torneio foi fundamental para a melhora do desempenho da seleção. O Lyon é o time de destaque. Na estante, coleciona seis Uefa Champions League, sendo as quatro últimas de forma consecutiva. Do time de mulheres mais bem-sucedido do planeta, sete jogadoras compõem a equipe francesa.

Essa é apenas a quarta participação da França em Copas, e o melhor resultado na competição foi chegar às semifinais em 2011, na Alemanha, faturando o quarto lugar. Neste ano, a estreia convincente com vitória por 4 x 0 contra a Coreia do Sul deu um ar de otimismo aos torcedores. Com 100% de aproveitamento na primeira fase, as anfitriãs ainda venceram a Noruega, campeã mundial em 1995, e a Nigéria. Estão entre as favoritas ao título.

A zagueira francesa Renard, 28 anos, é a jogadora mais alta do torneio, com 1,87m | AFP/Franck Fife

Com muito volume de jogo e intensidade ofensiva, as donas da casa têm a bola aérea como uma das principais armas. A zagueira Renard, 28 anos, é a jogadora mais alta do torneio, com 1,87m. No primeiro jogo, marcou duas vezes de cabeça e é a artilheira do país, com três gols. Com presença de área, comanda a defesa e ajuda a organizar o time. Além dela, Amandine Henry, 29 anos, é a articuladora do time, tanto nas laterais como no meio-campo. Eugénie Le Sommer completa o quadro de destaques. Uma legítima camisa 9, sempre bem posicionada, balançou a rede duas vezes no torneio.

No comando técnico, está Corinne Diacre, a primeira mulher a treinar um time profissional de futebol masculino no mundo. De 2014 a 2017, assumiu o Clermont Foot, da segunda divisão francesa. Diacre é treinadora da seleção azul desde agosto de 2017 e, com caráter forte e frieza, é considerada uma das melhores treinadoras do torneio.

Do outro lado está a possibilidade de enfrentar a Alemanha, a segunda melhor seleção do mundo, de acordo com o ranking da Fifa. O país participou de todas as edições do torneio e se consagrou bicampeão nas Copas de 2003 e 2007. O último título alemão foi uma lembrança amarga para as brasileiras. Após ter vencido os Estados Unidos por 4 x 0 nas semifinais, a Seleção canarinho perdeu a final por 2 x 0 e ficou com o vice.

Para aumentar a fama de favorita, nos Jogos do Rio-2016, a equipe alemã faturou o inédito ouro olímpico, no Maracanã. A Alemanha é uma das potências do futebol e, na Copa da França, a equipe comandada pela ex-jogadora Martina Voss-Tecklenburg vai apostar na consistência defensiva. Apesar de ter algumas deficiências na marcação, a seleção bicampeã é um dos três países que não foi vazado no torneio. Estados Unidos e Canadá completam a lista.

A alemã Dzsenifer Marozsan, recuperada de lesão, é uma das meias mais talentosas da atualidade | AFP/Loic Venance

A Alemanha também chega às oitavas de final com 100% de aproveitamento. Conquistou duas vitórias difíceis por 1 x 0 sobre China e Espanha, adversárias fortes. Além disso, goleou a África do Sul por 4 x 0, com três gols oriundos de lançamentos na área e finalizações de cabeça. Com um elenco de jogadoras altas e de força física, a seleção alemã também tem a bola aérea como estratégia fundamental do ataque.

Nas oitavas de final, a Alemanha deve contar com a liderança ofensiva de Dzsenifer Marozsan, que estava se recuperando de uma lesão no dedo do pé direito e ficou de fora de dois jogos da fase de grupos. A camisa 10 do Lyon e da seleção é uma das meias mais talentosas da atualidade. A treinadora Martina Voss-Tecklenburg, que disputou uma final de Copa do Mundo em 1995 como jogadora, coleciona canecos à frente de times femininos.

O Brasil se classificou para as oitavas de final após estrear com a vitória por 3 x 0 contra a Jamaica, perder de virada para a Austrália por 3 x 2 e vencer a Itália por 1 x 0. A equipe verde e amarela sofre com a ausência de Andressa Alves, uma das principais peças na criação ofensiva da Seleção, com duas assistências na primeira partida. A atacante teve uma lesão na coxa e está fora da Copa do Mundo. A equipe brasileira comete muitos erros defensivos e deixa espaços para os adversários. Um dos problemas ofensivos está na deficiência nas finalizações. O país perde muitos gols. No entanto, o talento e experiência de Marta, seis vezes eleita melhor jogadora do mundo, somados à qualidade técnica e de posicionamento de Cristiane, oferecem aos torcedores alguma esperança na classificação às quartas de final.

Por Mariana Fraga (estagiária sob a supervisão de Fernando Brito)

Patrocínio: Colégio Moraes Rêgo
Apoio: Casa de Viagens e Bancorbrás – Agência de Viagens

Maíra Nunes

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