Conheça Sara Cox, a primeira mulher a apitar na elite masculina do rúgbi da Inglaterra

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A britânica Sara Cox se tornou a primeira mulher a apitar um jogo da elite masculina do rúgbi na Inglaterra. Na partida da Premiership Cup entre London Wasps e Northampton Saints, que acabou 36 x 29 para o Wasps no último domingo (4/11), Sara escreveu mais um capítulo para ampliar a participação feminina em todas as profissões e áreas do esporte. A árbitra já tinha trabalhado como assistente na competição.

Sara abriu as portas para as árbitras atuarem no rúgbi inglês ao ser a primeira profissional de arbitragem mulher a assinar um contrato como árbitra principal com a Rugby Football Union (RFU), a federação inglesa da modalidade, em 2015. “O fato de eu ter sido a primeira mulher (a apitar no National One) foi quase secundário ao que eu estava tentando alcançar”, disse Sara Cox ao The Guardian, na época.

A britânica que deixou de jogar rúgbi aos 16 anos por conta de uma lesão e, na época, optou pelo caminho da arbitragem por acreditar que não estava pronta para ser treinadora estava certa. A carreira de Sara Cox teve propulsão internacional na participação no rúgbi sevens dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016. No início de 2017, apitou na terceira divisão da liga inglesa da modalidade e, um ano depois, também foi pioneira ao apitar na segunda divisão, em confronto entre Doncaster e Cornish.

No mesmo mês em que estreou na principal divisão masculina, Sara trabalhará em dois jogos da repescagem para a Copa do Mundo de Rúgbi, que será disputado no Japão em 2019. Apitará Hong Kong x Alemanha no domingo (11 de novembro); e Quênia x Alemanha, na outra sexta-feira (23 de novembro). Trabalhos que colocam a britânica como cotada para apitar jogos do próximo Mundial masculino.

Sara Cox é cotada para apitar a Copa do Mundo de Rúgbi masculina, em 2019 | Foto: SaraCoxRef/Twitter

“Gostaria de deixa um legado às mulheres”

Sara acompanha tendência que ocorre em vários países. Na própria federação inglesa de rúgbi, Claire Hodnett havia sido pioneira entre as mulheres ao ser nomeada para o quadro de arbitragem em 2014, mas como assistente. Dois anos depois, a australiana Amy Perrett tornou-se a primeira assistente de arbitragem na principal competição do país, a Super Rugby. Algo que não se restringe ao rúgbi. Há pouco mais de um ano, a alemã Bibiana Steinhaus tornou-se a primeira árbitra a apitar na principal divisão da Bundesliga, torneio de futebol alemão.

Em contextos atuais, Sara Cox diz que teve muito apoio e que a repercussão por ser pioneira entre as mulheres em um ambiente ainda tão masculinizado a ajudou. As dificuldades que enfrentou como árbitra, ela conta que não foram muito diferentes das que os colegas de profissão homens tiveram de superar. “Quando eu comecei o contrato, descobri que não estava em forma como eu pensava. Havia o fator velocidade das coisas, eu sou bastante rápida, mas eu precisava dar um passo acima e ficar mais rápida”, avalia.

Ainda assim, a primeira mulher a apitar um jogo da elite masculina do rúgbi na Inglaterra reconhece o feito que está fazendo para gerações futuras. “Gostaria de deixar como legado um caminho que seja livre para outras mulheres que se envolvem nisso. Para mostrar que não há limites para elas”, almeja. “Se, depois da minha trajetória, tiver alguém ao longo do caminho que me diga: ‘Olha, Sara, como eu me envolvo com isso’. Então eu terei conquistado o que prentendia”, completa.

Maíra Nunes

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