Em desfile das campeãs da Copa, governador decreta igualdade salarial em NY

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Campeã da Copa do Mundo da França, a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos desfilou em Nova York sob os mesmos gritos que se despediu do Mundial: “Equal pay” (salários iguais). O discurso liderado por Megan Rapinoe, eleita a melhor da Copa, surtiu efeito fora de campo. Momentos antes de as jogadoras serem as estrelas do New York Ticker-Tape Parade, que homenageia heróis e heroínas americanos, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, assinou uma lei que garante a igualdade salarial no estado novaiorquino.

“Não há razão para que as mulheres não recebam o que os homens recebem”, argumentou o governador durante a assinatura da lei. “É imoral. É antiético. Nova York vai liderar o caminho e dizemos para a Liga de Futebol dos EUA, e dizemos à FIFA: ‘Se não pagarem para as mulheres o que pagam aos homens, não tem negócio no estado de Nova York’”, decretou Cuomo.

O governador não foi o único a aproveitar o engajamento impulsionado pelas americanas na Copa do Mundo. Enquanto Cuomo assinava a lei, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciava na televisão que assinaria uma ordem executiva para garantir salários iguais a mulheres e homens no esporte. O democrata, que também é candidato à presidência, disse que insistirá para que o Congresso aprove uma emenda à Lei de Esportes Amadores com objetivo de atingir todas as equipes esportivas nacionais.

Milhares de fãs foram acompanhar o desfile das jogadoras dos EUA em NY | AFP/Angela Weiss

Enquanto os políticos disputavam pela autoria de leis que garantam igualdade salarial entre homens e mulheres, as campeãs mundiais desfilavam em carros abertos pela Broadway, no distrito financeiro da Nova York, nesta quarta-feira (10/7). A recepção estava lotada de fãs das jogadoras, que gritaram e levaram cartazes com mensagens por igualdade. “Elas não deveriam ter de conquistar um título para receber a quantia certa”, lamentou uma delas.

No início do ano, a seleção dos Estados Unidos feminina entrou com uma ação na justiça contra a Federação Americana de Futebol por discriminação salarial. A equipe feminina do país recebe menos do que a masculina, mesmo conquistando mais títulos e rendendo mais lucro.

A seleção feminina ganhou o quarto título mundial em oito Copas do Mundo femininas realizadas pela Fifa, além de somar quatro medalhas de ouro nas seis Olimpíadas que tiveram a modalidade. Já a equipe masculina dos EUA não conta com título em nenhuma dessas competições.

Maíra Nunes

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