A onda de protestos no Equador provocou o adiamento da estreia do Corinthians na Libertadores Feminina e de outros três jogos do campeonato marcados para este sábado (12/10). O Timão enfrentaria o Nañas, clube local, às 19h (de Brasília). O anúncio foi feito pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) no próprio sábado. As partidas serão remarcadas após nova reunião com autoridades locais. A outra equipe brasileira no torneio, a Ferroviária estreou no dia anterior com goleada por 10 x 1 sobre o Mundo Futuro, da Bolívia.
“A prioridade é garantir a segurança das equipes e dos torcedores. Neste momento, as autoridades locais não podem garantir as condições de segurança para a celebração dos jogos”, justificou a Conmebol, em comunicado oficial emitido nas redes sociais. O que fica evidente, porém, é o descaso da entidade que rege o futebol sul-americano com a segurança de atletas, comissão técnica, torcedores e profissionais envolvidos por não ter mudado a programação assim que a crise no Equador se intensificou, há 11 dias.
A Libertadores feminina foi mantida na cidade equatoriana mesmo em meio ao caos político instaurado no país, que inclusive provocou o cancelamento de aulas e a transferência da sede do governo de Quito para Guayaquil, na última segunda-feira (7/10), como medida de precaução — o presidente do Equador, Lenin Moreno, decretou estado de exceção em 3 de outubro. O estado de exceção nacional, em teoria, proíbe grandes concentrações de pessoas como as proporcionadas pelo futebol.
A competição reúne 16 times de 10 países diferentes justamente em Quito, mas as manifestações ocorrem em várias cidades. O estopim delas foi o aumento de 123% no preço da gasolina. Os treinos dos clubes participantes da Libertadores feminina sofreram alterações. O Corinthians mesmo não conseguiu treinar no campo na última quarta-feira, já que uma greve geral foi convocada por grupos indígenas e provocou o bloqueio de estradas, paralisações no transporte público e o fechamento do comércio.