O Brasil feminino começa nesta sexta-feira (27/11), às 21h30, uma série de dois amistosos contra o Equador, comandado pela Emily Lima, a primeira mulher a ser técnica da Seleção Brasileira, em 2016. A demissão dela após apenas 10 meses no cargo — em que somou sete vitórias, um empate e cinco derrotas — gerou revolta e uma debandada das jogadoras em protesto por igualdade de gênero na ocasião. Depois da saída turbulenta dela, o Vadão voltou a assumir o posto. Mas Emily Lima já havia aberto uma porta às mulheres dentro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que dificilmente voltaria a ser trancada.
Após a repercussão da Copa do Mundo de 2019 e a desclassificação do Brasil nas oitavas de final, a CBF demitiu Vadão e convidou outra mulher para o comando da Seleção feminina: a sueca Pia Sundhage, bicampeã olímpica e uma das mais renomadas treinadoras de futebol no mundo. “Hoje, jogar contra o Equador comandado por uma treinadora mulher fala muito do quanto o futebol feminino está crescendo”, comemora Pia. “Você tem a chance de ser uma técnica e fazer isso como profissão. Isso não existia quando eu era jovem.”
Pia observa que essa realidade com possibilidades mais amplas era restrita a poucos países, como Estados Unidos, Alemanha e China. “Agora é em todo o mundo, estou muito feliz pela próxima geração”, completou, na véspera do confronto entre a atual e a ex-técnica da Seleção Brasileira. Na avaliação da sueca, o futebol feminino está evoluindo muito, mas não apenas dentro de campo. “A atitude está mudando e as pessoas querem fazer parte dessa mudança, encorajando situações novas, como por exemplo ex-jogadoras que se tornam treinadoras, como é o meu caso.”
À frente da seleção equatoriana desde dezembro de 2019, Emily assumiu a missão de desenvolver o futebol feminino no país e buscar a classificação para a Copa do Mundo de 2023. Para a treinadora que deixou a Seleção Brasileira em setembro de 2017, reencontrar o Brasil é uma ótima oportunidade de mensurar o nível da equipe que tem nas mãos diante da principal referência sul-americana: a equipe brasileira. Ainda mais sob o comando da Pia, que Emily diz acompanhar a carreira desde os Jogos Olímpicos de 1996, quando a sueca ainda era jogadora.
Do lado brasileiro, Pia comemora a oportunidade de jogar após um longo período devido às restrições da pandemia de covid-19. A Seleção Brasileira até teve duas janelas de treinamentos com atletas que atuam no Brasil e, depois, com as que jogam fora, mas a técnica pondera que no jogo é possível colocar em prática diferentes formas de atacar e defender e analisar se elas estão funcionando. “Uma das coisas mais importantes nas Olimpíadas é ajustar o jogo tático, não apenas trocar uma jogadora por outra, mas o modo de jogar”, pontua.
Brasil x Equador (primeiro jogo)
Data: sexta-feira (27/11)
Hora: 21h30
Local: Neo Química Arena (SP) – sem público
Transmissão: SporTV
Brasil x Equador (segundo jogo)
Data: terça-feira (1º de dezembro)
Hora: 21h30
Local: Estádio Morumbi (SP) – sem público
Transmissão: SporTV
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