Aos 37 anos, a bicampeã olímpica Paula Pequeno saiu do banco de reservas para chacoalhar o Osasco-Audax. Ela foi uma das protagonistas em uma das viradas mais históricas da Superliga feminina de vôlei. A vitória do Osasco sobre o Barueri por 3 sets a 2 na última sexta-feira obrigou o terceiro e decisivo jogo pelas quartas de final. O confronto será disputado nesta terça-feira (26/3), às 19h,no ginásio José Correa, em Barueri. Logo depois, às 21h30, o Sesc Rio encara o Bauru, também em jogo decisivo pela vaga nas semifinais — os dois jogos terão transmissão do SporTV 2.
Após perder o primeiro set por inacreditáveis 25 x 5, o Osasco colocou Paula Pequeno no lugar da peruana Angela Leyva. O detalhe é que o time também já estava atrás no placar da segunda parcial. “Foi puro nervosismo. Não tem como entrar em quadra friamente. Sabíamos que estávamos em uma situação realmente delicada”, confessou Paula Pequeno. Na ocasião, uma nova derrota do Osasco significaria a eliminação do time para o Barueri nas quartas de final, algo que a equipe não vive desde 2000/2001.
A experiência da ponteira ajudou a reequilibrar o elenco do Osasco. As substituições de Luizomar de Moura também ajudaram a oposta Destinee Hooker a voltar melhor ao jogo depois de respirar no banco de reservas. Com a retomada da confiança, a norte-americana voou na segunda metade da partida, anotando 24 pontos ao todo. Ao ganhar o Viva Vôlei como melhor do duelo, Hooker entregou o troféu à Paula Pequeno. “A Paula fez a diferença. Ela trouxe muita confiança e energia para o jogo”, explicou Hooker. Veja abaixo a versão de Paula Pequeno sobre essa experiência, em entrevista exclusiva ao Elas no Ataque.
Como foi entrar para mudar a segunda partida contra o Barueri pelas quartas de final?
Puro nervosismo, né. Não tem como entrar friamente. A gente sabia que estava em uma situação realmente delicada. Eu sabia que minha missão era organizar o time, trocar energia com as meninas e, que, a partir disso, a parte técnica e tática iria ser retomada. É nessa hora que a experiência ajuda a controlar a ansiedade. Para quem faz o que ama, sempre tem aquele frio na barriga. E o mais legal é que o time correspondeu, todo mundo conseguiu voltar à partida. Voleibol feminino feminino só acaba quando termina (risos).
Como é sua relação com a norte-americana Hooker, oposta do Osasco?
A gente tem uma amizade muito bacana, tanto dentro quanto fora de quadra, e isso ajuda. Além da amizade, tem o respeito e o carinho. Fiquei emocionada quando a Hooker me deu o troféu Viva Vôlei (premiação dada à jogadora eleita melhor do jogo). Eu acredito que, como atleta, foi admirável a atitude dela. Mas, sinceramente, o especial do dia foi ajudar o time a vencer.
A Hooker já entende tudo que se fala em português? Vocês conversam em qual idioma?
Quando a gente tá brincando, a gente fala em português. Aí a gente ensina um monte de palavra que não deve, ri do jeito que ela fala com sotaque. Mas quando o assunto é sério, a gente fala só em inglês, que tem de falar de uma maneira que ela consiga entender tudo. Também é bom que eu acabo aperfeiçoando o meu inglês.
Como foi voltar a defender o Osasco nesta temporada, considerando a sua história nesse time?
Para mim, é sempre especial estar no Osasco, é uma história que construí longa e muito bacana no time (Paula Pequeno já havia atuado no Osasco de 1999 a 2009). E existe um carinho muito bacana e recíproco com a torcida. É recompensador voltar depois de tantos anos de estrada, em tantos times e poder jogar em nível que acompanhe o time. Foram 10 anos de pausa entre a primeira vez que saí do Osasco e, agora, que voltei.
Como você vê o nível dos times nesta temporada da Superliga feminina?
Já joguei 20 edições de Superliga e acredito que está sendo a sido a mais equilibrada. Agora, nas quartas de final, cada jogo tem nivel de final. O vôlei brasileiro vem crescendo, a nova geração vem acompanhando o alto nível, a liga conseguiu repatriar muitas meninas, além de trazer estrangeiras. Jogadoras que fizeram e ainda fazem história com a Seleção Brasileira abrilhantam a competição. É por causa disso e das estrangeiras que a Superliga realmente está oferecendo um bom espetáculo.
Como está o clima do Osasco para a decisão entre Barueri e Osasco, pela terceira rodada das quartas?
O clima, apesar de muita ansiedade, como tem de ser, está muito tranquilo no time do Osasco. Está todo mundo muito focado. Sabemos da dificuldade, elas estão mordidas, tiveram uma oportunidade de ouro de nos tirar do campeonato. Mas vamos procurar ser o mais eficiente possível para vencer o jogo.
Você, que esteve na fundação do Brasília Vôlei e jogou quatro temporadas no no time. Como avalia a situação neste momento, após ter sido rebaixado?
Complicado, né. Gostaria muito que o projeto fosse adiante. Sei do sacrifício que foi feito para que o time existisse e que proporcionou vários momentos de diversão e distração à torcida de Brasília. O time fez com que a cidade acompanhasse mais o vôlei, que trouxesse mais inspiração aos moradores.
Onde assistir a terceira rodada das quartas de final
Barueri (SP) x Osasco-Audax (SP)
Terça-feira (26/3), às 19h, no José Correa, em Barueri (SP)
No SporTV 2
Sesc RJ x Sesi Vôlei Bauru (SP)
Terça-feira (26/3), às 21h30, no Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ)
No SporTV 2
>Primeira rodada
Curitiba (PR) 0 x 3 Minas (MG)
Praia Clube (MG) 3 x 0 Fluminense (RJ)
Barueri (SP) 3 x 2 Osasco-Audax (SP)
Sesi Vôlei Bauru (SP) 3 x 1 Sesc RJ
>Segunda rodada
Minas (MG) 3 x 0 Curitiba Vôlei (PR)
Fluminense (RJ) 0 x 3 Praia Clube (MG)
Osasco-Audax (SP) 3 x 2 Barueri (SP)
Sesc RJ 3 x 0 Sesi Vôlei Bauru
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