O Minas Brasília aposta em jovens promessas para alçar voos mais altos no Brasileiro A1 feminino 2021. Essa foi a alternativa encontrada pelo clube para driblar a inflação do mercado, reflexo da transição rumo à profissionalização do futebol feminino no país. Para isso, o clube colhe frutos das categorias de base e coloca os analistas de desempenho para buscarem opções dentro e fora do radar dos clubes brasileiros.
O empenho resultou nas contratações da volante Cynthia Monse Ayala, paraguaia de 19 anos que chegou do Cerro Porteño, e da Kayla Prince, 22, atacante com passagem pela seleção adulta de Trindade e Tobago, transferida do Point Fortin Civic. Os dois reforços estrangeiros se juntam à peruana Steff Torres, atacante de 28 anos que renovou o contrato para disputar a segunda temporada pelo Minas Brasília.
Com três gringas, o time da capital federal ajudou a promover um intercâmbio entre diferentes nacionalidades na competição. Ele está entre os oito clubes que contrataram jogadoras de outros países — a lista tem Real Brasília, Ferroviária, Internacional, Bahia, Napoli Caçadorense, Cruzeiro e Palmeiras.
Diante da valorização das atletas e das dificildades financeiras agravadas pela pandemia de covid-19, o Minas Brasília manteve a base do elenco e enxugou o grupo em relação aos dois anos anteriores. Para isso, dispensou jogadoras que fizeram parte de momentos históricos do clube, como a meia Novinha, autora do gol que garantiu o acesso para a elite, na vitória contra o 3B, pelo Brasileiro A2 de 2018.
Outras perdas importantes foram a meia Katrine, contratada pelo Palmeiras, a goleira Thaís, que passou a defender o Real Brasília, além da lateral direita Natália e das atacantes Ana Keyla e Marcela Hulk.
O projeto comandado pelas gêmeas Nayeri e Nayara Albuquerque garantiu a permanência das zagueiras Lia e Kaká, da lateral-esquerda Jéssica e da meia Robinha, jogadora que se destacou na última temporada e que promete o mesmo empenho que lhe rendeu o apelido de “motorzinho” do time na temporada passada.
Entre as novidades, tem a lateral esquerda Katielle, 24, que estava no Santos, a volante Karla Alves, 21, ex-Palmeiras, a volante Alessandra, contratada da base do Corinthians para disputar o Brasileiro sub-18, e a meia Manu Balbinot, 19, que chegou do Atlético-MG. Uma leva de novinhas que dá uma mostra do perfil do time. Das 28 atletas, 15 têm 23 anos ou menos.
A dificuldade de atrair investidores fez o orçamento do Minas Brasília diminuir nesta temporada. Ainda assim, o clube contratou jogadoras experientes para equilibrar o grupo, como a goleira Karen, 28, que veio do Palmeiras, e a zagueira Dih, 33, do Nápolis-SC.
O destaque é a chegada da atacante Adriana Nenê, 32, que marcou sete gols em 22 jogos com a camisa da Ferroviária em 2020. Com a Ferrinha, a centro-avante também foi artilheira e campeã da Libertadores em 2015, bicampeã brasileira em 2014 e 2019 e conquistou a Copa do Brasil de 2014. Nenê ainda esbanja um título do Brasileirão de 2018, pelo Corinthians, e da Copa do Brasil de 2016, com o Osasco Audax.
Meta para 2021: avançar para a segunda fase
Após dois anos em que flertou com o rebaixamento e conseguiu permanecer entre os 16 melhores times do país, o Minas Brasília traça objetivos mais ousados para 2021. O foco do representante do Distrito Federal é se classificar entre os oito melhores para avançar para a segunda fase pela primeira vez.
Confiança não falta à nova comissão técnica. O treinador Antônio Carlos Bona, que assumiu no lugar de Rodrigo Campos, traz a bagagem de três anos com seleção feminina da China, na província de Shaanxi. Ex-preparador físico de Corinthians-SP, Bona trabalhou com jogadores renomados, como Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos e Vampeta.
Na função, também acumulou passagens por Palmeiras-SP, Vila Nova-GO, Atlético-GO, Paraná Clube e Náutico-PE. Após a experiência no futebol feminino chinês, Bona voltou ao Brasil em 2020, quando foi campeão candango sub-20 como auxiliar técnico do Planaltina e chegou às quartas de final do Candangão com o Sobradinho.
Em janeiro, o treinador de 54 anos chegou a ser anunciado como novo técnico do Formosa, mas priorizou o do futebol feminino após receber o convite do Minas Brasília. A auxiliar técnica é a Denise Correia, que já foi goleira da equipe e preparadora de goleiras das categorias de base. Denise acumula bagagem do futebol feminino dos Estados Unidos e, agora, ocupa a vaga deixada por Nádima Skeff, que assumiu o América-MG como treinadora.
Apelido: As Minas.
Títulos na competição: não tem.
Campanha no Brasileiro 2020: terminou no 12ª posição, com 14 pontos (4 vitórias, 2 empates e 9 derrotas).
Casa: Estádio Bezerrão, no Gama.
Fundação: 2012.
Nas redes sociais: @minasbrasiliaff (Twitter) ou @minasbrasiliaff (Instagram),
Site: www.minasbrasiliaff.com.br
Goleiras: Thalya, Karen (Palmeiras-SP) e Janny (base).
Zagueiras: Kaká, Dih (Nápolis-SC), Lia, Luyara e Bia Macedo.
Laterais direita: Suzana.
Laterais esquerda: Jéssica, Katielle (Santos-SP) e Madu (base).
Volantes: Gabi Arcanjo, Karla Alves (Palmeiras-SP), Monse Ayala (Cerro Porteño-PAR), Isa, Alessandra (base do Corinrhians), Brenda e Bruna (base).
Meias: Laine, Giulia, Manu Balbinot (Atlético-MG).
Atacantes: Nenê (Ferroviária), Luiza Farinon, Bruna Pelé, Steff Torres, Robinha, Kayla Prince (Point Fortin Civic, de Trindade e Tobago).
Técnico: Antônio Carlos Bona.
Assistente técnica: Denise Correia.
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