A notícia da saída da Unilever como patrocinador do Rio de Janeiro após 20 anos de parceria com o time comandado por Bernardinho assombrou os bastidores do vôlei no fim da última Superliga brasileira, em 2017. Passado um ano, é a vez de o Osasco, rival histórico da equipe carioca, entrar para a lista. A Nestlé divulgou a retirada do patrocínio com o time paulista após nove anos de investimentos no projeto. Assim, o vôlei perde o último grande patrocinador multinacional.
O anúncio da Nestlé foi feito quatro dias depois da eliminação do Osasco nas semifinais da Superliga feminina 2017/2018, após perder o quinto e último jogo da série melhor de cinco para o Praia Clube por 3 sets a 1 – o time mineiro avançou por ganhar a série por 3 x 2. Mas a retirada do patrocínio não foi por falta de resultado. Na temporada, a equipe levou dois títulos: da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.
Por sinal, a decisão da multinacional de retirar o patrocínio havia sido comunicada ao clube no fim de 2017, quando o segundo turno da Superliga estava começando. Nos últimos dois anos, porém, a empresa já havia feito cortes de investimento consideráveis no time. O mesmo ocorreu com o Rio de Janeiro, que na época assumia o nome fantasia de Rexona/Sesc.
O time carioca já havia enfrentado cortes de investimento da Unilever quando a empresa encerrou a parceria, justamente após o elenco comandado por Bernardinho ter sido campão da Superliga 2016/2017. A notícia, no entanto, foi divulgada antes pela ex-levantadora e esposa do técnico Bernardinho, Fernanda Venturini, quando o time se preparava para os playoffs. Em conjunto com a Unilever, o Rio conquistou 12 títulos da Superliga, além de ser campeão quatro vezes no Sul-americano.
A saída da Unilever, no entanto, foi gradual. A parceria já existente com o Sesc, que há um ano arcava com metade do orçamento do Rio, passou a ser de 100% com retirada total da Unilever. E o time passou a levar o nome Sesc/Rio de Janeiro. A entidade também patrocina a equipe masculina, comandada por Giovane Gávio, que disputa a elite pelo primeiro ano. A entidade reavaliará a continuidade da parceria após o fim da atual temporada.
Assim como ocorreu com o Rio de Janeiro, a saída da Nestlé não significa o fim do Osasco, fundado em 2001. O time, agora, busca possíveis investidores.
Enquanto Osasco vive momentos conturbados, o Barueri renova com o Hinode. O time idealizado e comandado pelo técnico da Seleção Brasileira feminina de vôlei, Zé Roberto Guimarães, terminou na quinta colocação no primeiro ano que figurou na elite. A equipe perdeu nas quartas de final para o Osasco na Superliga 2017/2018.
Fundado em 12 de outubro de 2016 pelo treinador tricampeão olímpico, o projeto conquistou a Taça Prata e, consequentemente, a vaga para a Superliga B sem patrocínio. As jogadoras toparam iniciar a empreitada sem garantias de salários. Já na segunda divisão, disputada em 2017, o time começou a parceria com a Hinode. Para a Superliga A, a empresa ampliou os investimentos. Agora, Zé Roberto visa brigar por conquistas cada vez maiores. “Mas, para isso, precisamos de mais parceiros”, avisa.
9 anos juntos
1 vez campeão do Campeonato Mundial de clubes (2012)
4 títulos sul-americanos (2009, 2010, 2011 e 2012)
2 taças de campeão da Superliga (2009/2010 e 2011/2012)
2 vezes campeão da Copa do Brasil (2014 e 2018)
A Nestlé anuncia que conclui sua jornada com a equipe, a partir do final da temporada 2017/2018 da Superliga Feminina de Vôlei, a fim de concentrar seus investimentos e esforços no fortalecimento de sua atuação em plataformas que amplifiquem o impacto nas comunidades onde tem operações. O encerramento do patrocínio neste primeiro semestre já estava previsto no contrato com o clube.
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