Após Cris Cyborg conquistar o cinturão inédito da categoria peso-pena do Ultimate Fighting Championship (UFC) no último mês, o Brasil pôde ficar aliviado ao aumentar o número de títulos em posse do país. Atualmente, são dois cinturões, ambos femininos. Além de Cris, Amanda Nunes é dona do título do peso-galo desde julho do ano passado. O número ainda não é tão animador, já que o país chegou a ter quatro campeões simultâneos em 2012, mas as conquistas abrem a porta para a busca por mais espaço feminino no esporte.
Um dos combates de Cyborg é justamente esse. Mesmo sendo um dos nomes mais fortes dentro do MMA feminino, a lutadora não pretende ocupar o lugar de referência, vago desde que Ronda Rousey perdeu o cinturão do peso-galo. Antes mesmo de vencer Tonya Evinger no UFC 214, a curitibana declarou que não pretende ser o rosto de referência da modalidade. “O MMA feminino não pode ser só um rosto. Tem que ser todas as mulheres que lutam no UFC”, defendeu em entrevista por videoconferência com a imprensa brasileira.
Cyborg explicou que ao criar um rosto para ser referência, o MMA feminino corre o risco de ficar carente de uma representação, caso a lutadora saia do posto destinado a ela. Para ela, não deveria haver a promoção de apenas uma atleta. Conhecida pelas declarações e polêmicas com o presidente do UFC Dana White, a campeã quer melhorar o esporte e ser lembrada pelos atletas. “Quero fazer a diferença ali dentro. Vou continuar lutando pelo que eu achar que é errado”, reforça.
De acordo com a avaliação da Yordanna Lara Pereira, professora e pesquisadora de relações de gênero da Universidade Federal de Goiás (UFG), a declaração da atleta, além de positiva, é uma forma de unir forças e lutar por melhorias. “Com este posicionamento, a atleta nos chama para a luta junto com ela porque outras mulheres se sentem representadas”, explica.
Segundo Yordanna, a representatividade é importante, mas complexa. “Não podemos generalizar. Quando se escolhe um rosto para representar várias mulheres, você coloca todas elas dentro de um tipo e deixa de ver as diferentes mulheres e suas lutas”, pondera. A professora acredita que Cyborg compreende o lugar de mulher branca que ela ocupa e sabe que a realidade da maioria das lutadoras é diferente desse contexto. “Geralmente, muitas atletas vêm de classes mais baixas e buscam o esporte para sair de uma realidade de pobreza”.
Apesar de ainda estar curtindo o título, Cyborg já deixou claro quem quer enfrentar em sua primeira defesa de cinturão. Por meio das redes sociais, a lutadora assegurou que pretende enfrentar Holly Holm no UFC 219. “Eu quero que minha próxima luta seja a maior luta que eu possa fazer pelos fãs que apoiaram toda a minha carreira. Quero enfrentar Holly Holm em Las Vegas”, declarou em um post no Instagram.
A norte-americana ganhou o cinturão da categoria peso-galo contra Ronda Rousey em 2015, mas desde então, não vem em boa fase. Perdeu o título para Miesha Tate, depois a disputa do inédito cinturão do peso-pena da franquia para a holandesa Germaine de Randamie. Em sua última luta venceu a brasileira Bethe Correia.
Uma brasileira que já tem luta marcada para este ano é Amanda Nunes. A campeã do peso-galo defende o cinturão pela segunda vez. Marcada anteriormente para 8 de julho, a luta contra a Valentina Shevchenko teve que ser remarcada por conta de uma crise de sinusite de Amanda. A franquia definiu uma nova data e a disputa será realizada em Edmonton, no Canadá, em 9 de setembro, no UFC 215.
Peso-palha
Campeã: Joanna Jedrzejczyk
1 – Cláudia Gadelha
2 – Karolina Kowalkiewicz
3 – Rose Namajunas
4 – Jéssica Andrade
5 – Tecia Torres
Peso-galo
Campeã: Amanda Nunes
1 – Valentina Shevchenko
2 – Holly Holm
3 – Julianna Pena
4 – Ronda Rousey
5 – Raquel Pennington
Peso-pena
Campeã: Cris Cyborg
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