O Brasil encerrou os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com a melhor campanha da história no evento. As 21 medalhas (7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes) ultrapassaram os 19 pódios da Rio-2016. Parte crucial para essa quebra de recorde foi a maior participação das mulheres nas disputas e nas conquistas. As brasileiras tiveram o melhor desempenho em Olimpíadas. Com isso, o país terminou a competição na 12ª posição no quadro de medalhas, a melhor já alcançada.
Nos Jogos do Rio 2016, elas foram responsáveis por cinco das 19 medalhas brasileiras, o equivalente a 26%. Em Tóquio-2020, as conquistas femininas do Brasil quase dobraram, subindo ao pódio nove vezes — 43% do total do país. Aumento diretamente relacionado ao crescimento delas na delegação. Dos 302 atletas do Time Brasil em Tóquio-2020, 141 eram mulheres (47%). Uma proporção maior à da última edição olímpica, quando foram 43% dos competidores do país.
Na capital japonesa, as brasileiras também somaram mais medalhas douradas. As mulheres ganharam três dos sete ouros do Brasil em Tóquio, representando 37,5%. Na Rio-2016 foram dois ouros femininos para o Brasil, quase 30% dos sete conquistados em solo brasileiro. As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze incrementaram as estatísticas das duas edições olímpicas.
Na Rio-2016, a outra campeã olímpica foi a judoca Rafaela Silva. Em Tóquio-2020, a dupla de velejadoras teve a companhia de Rebeca Andrade (ginástica artística) e Ana Marcela Cunha (maratona aquática) como medalhistas de ouro. As outras brasileiras que subiram ao pódio foram Rebeca Andrade (também com a prata), Rayssa Leal (prata no skate), Bia Ferreira (prata no boxe), Seleção feminina de vôlei (prata), Mayra Aguiar (bronze no judô) e Luisa Stefani e Laura Pigossi (bronze no tênis).
Resultado condizente ao aumento da participação feminina nos Jogos Olímpicos. Apenas em Londres-2012, todas as modalidades foram abertas à participação das mulheres. Edição que elas representaram 44% dos atletas. Na Rio-2016, elas foram 45%. Em Tóquio-2020, chegaram a 48% dos cerca de 11 mil competidores. Na de Paris-2024, a expectativa é de que seja a primeira edição do maior evento esportivo do mundo com o número total de atletas igual entre homens e mulheres, ou seja, 50% de cada gênero.
Rebeca Andrade – ouro na ginástica artística
Aos 22 anos, a atleta de Guarulhos (SP) fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica feminina do Brasil. Embalada ao som de Baile de favela, ela levou a prata no individual geral, prova que engloba os quatro aparelhos (solo, trave, salto sobre o cavalo e barras paralelas) não contou com Simone Biles, por problemas relacionados à saúde mental. Depois, Rebeca voltou ao pódio ao sagrar-se campeã olímpica no salto sobre a mesa, tornando-se a primeira brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma edição olímpica.
Martine Grael e Kahena Kunze – ouro na vela (49er FX)
Nem mesmo as duas atletas pareciam acreditar na façanha delas. São duas participações em Jogos Olímpicos e dois ouros na classe 49er FX da vela. Martine e Kahena chegaram na medal race dos jogos de Tóquio dependendo apenas de si para tornarem-se bicampeãs olímpicas. A dupla de velejadoras de 30 anos do Brasil terminou na terceira colocação, com larga vantagem sobre as adversárias diretas, somando 76 pontos, seguidas pelas alemãs Tina Lutz e Susann Beucke, com 83, e pelas holandesas Annemiek Bekkering e Annete Duetz, com 88.
Ana Marcela Cunha – ouro na maratona aquática
A baiana tem um arsenal tão grande de títulos na carreira que aos 19 anos já é um dos principais nomes da história da maratona aquática. Mas faltava uma medalha em olimpíadas. E não podia ter cor melhor. Na terceira participação dela no evento, Ana Marcela completou a prova de 10km com um corpo na frente, batendo na placa da linha de chegada em primeiro lugar, com o tempo de 1hora59min30seg8. Agora, a brasileira também pode encher a boca para dizer que é campeã olímpica. A prata ficou com a holandesa Sharonvan Rouwendaal e o bronze com a australiana Kareena Lee.
Mayra Aguiar – bronze no judô
A gaúcha de 29 anos chegou em Tóquio após um combo de incertezas, com lesões e a sétima cirurgia da carreira. Mas deixou a capital japonesa como a primeira mulher do Brasil a conquistar três medalhas olímpicas em modalidades individuais. Mayra repetiu os bronzes dos Jogos de Londres-2012 e do Rio-2012. Na campanha, venceu a israelense Inbar Lanir nas oitavas de final e perdeu na sequência para a alemã Anna-Maria Wagner, atual campeã mundial. Na repescagem, passou pela russa Aleksandra Babintseva e garantiu a medalha sobre a sul-coreana Hyunji Yoon.
Laura Pigossi e Luisa Stefani – bronze no tênis de duplas
As duas foram confirmadas nas Olimpíadas apenas uma semana antes do início do evento, após uma realocação feita pela federação internacional da modalidade. Ainda assim, a dupla paulistana levou a primeira medalha olímpica do tênis brasileiro. Laura e Luisa começaram bem no torneio, mas perderam para a dupla da Suíça na semifinal. Na briga pelo bronze, conseguiram uma virada histórica sobre as russas Veronika Kudermetova e Elena Vesnina. As brasileiras salvaram quatro match points e venceram, por 2 sets a 1.
Rayssa Leal – prata no skate street
O primeiro dia do skate nas Olimpíadas já havia agradado a torcida brasileira, que vibrou com a medalha de prata de Kelvin Hoefler. No dia seguinte, foi a vez de o país se encantar com a Fadinha do skate. Com apenas 13 anos, a menina de Imperatriz, no Maranhão, tornou-se a mais jovem medalhista olímpica do Brasil. Rayssa Leal levou a prata no skate street, sendo superada apenas pela japonesa Momiji Nishiya, também de 13 anos.
Beatriz Ferreira – prata no boxe
A baiana subiu no ringue como uma das favoritas do peso-leve. Campeã mundial e Pan-Americana em 2019, Bia Ferreira confirmou a expectativa ao garantir uma medalha olímpica. Na campanha, a brasileira superou Wu Shih-yi, de Taiwan, nas oitavas de final, passou pela uzbeque Raykhona Kodirova, nas quartas, e derrotou a finlandesa Johanna Potkonen, até chegar na final. Todos os triunfos foram vencidos de forma convincente e por unanimidade dos árbitros. Na decisão, porém, o duelo foi bastante equilibrado e os juízes deram a vitória para a irlandesa Kellie Anne Harrington. A brasileira ficou com a medalha de prata.
Vôlei feminino – prata
A seleção feminina não chegou como favorita em Tóquio-2020, mas soube crescer durante a competição. Não faltaram desafios. A levantadora Macris torceu o tornozelo direito na fase de grupos e conseguiu voltar às quadras para as quartas de final. Antes da semifinal, o time perdeu Tandara, por exame de doping reprovado. Mas o time se classificou em primeiro do grupo de forma invicta. Na fase eliminatória, passou pelo Comitê Olímpico Russo (ROC) e pela Coreia do Sul e perdeu para os Estados Unidos na final. O desfecho foi no segundo lugar mais alto do pódio olímpico.
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