Uma semana se passou desde o assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), aos 38 anos, dentro de um carro no centro do Rio de Janeiro — a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é que tenha sido execução. O motorista Anderson Pedro Gomes, 39 anos, que conduzia o carro alvo dos ataques, também morreu. Mas o tiro saiu pela culatra: em vez de calar a voz da política e socióloga negra, feminista e militante dos direitos humanos, os ataques que a mataram fizeram ecoar pelo restante do Brasil e do mundo as reivindicações que ela travava.
Desde o assassinato dos dois, a indignação moveu manifestações que lotaram as ruas das principais cidades brasileiras. No último domingo, o Flamengo, clube do coração de Marielle e Anderson, usou uma tarja preta em sinal de luto na partida contra a Portuguesa. Fora dos gramados, a vereadora e o motorista receberam homenagens de pessoas espalhadas por todo o país. Algumas delas atletas, que pertenciam a um meio que Marielle também compartilhou em parte da vida e que, nesta semana, foi lembrada pela irmã, Anielle Silva, cinco anos mais nova que ela.
Desde o assassinato, difamações e notícias falsas sobre Marielle começaram a circular na internet com objetivo de denegrir a imagem da vereadora. A irmã Anielle esclareceu que Luyara Santos, filha de Marielle, não é filha do traficante Marcinho VP e que a Marielle nunca foi usuária de drogas, como haviam espalhado pelas redes sociais. “Nós fomos atletas a vida inteira, nunca fomos envolvidas com drogas”, ressaltou, à Carta Capital.
“Nós fomos atletas a vida inteira, nunca fomos envolvidas com drogas”
Anielle Silva, irmã de Marielle
Anielle também ressaltou que o Comando Vermelho não financiou a campanha da irmã e que tem até hoje notas fiscais das gráficas e dos adesivos. Marielle também não engravidou aos 16 anos, como espalhado erroneamente. Ela teve a única filha, Luyara Santos, quando tinha 19 anos, e o pai é Glauco dos Santos. A legisladora nasceu no Complexo da Maré, uma das áreas mais violentas do Rio, e era a relatora da comissão do Conselho criado para fiscalizar as operações policiais após o início da intervenção militar no Rio de Janeiro.
Veja homenagens de atletas à Marielle Franco
Da jogadora de vôlei bicampeã olímpica Fabiana Claudino:
Da nadadora olímpica Joanna Maranhão:
— Joanna Maranhão (@Jujuca1987) March 15, 2018
Do ex-judoca Flávio Canto:
Meus sentimentos à família de Marielle Franco, à de Anderson Pedro Gomes e ao fundo do poço do Rio de Janeiro. ?
— Flavio Canto (@flaviocanto) March 15, 2018
Do ex-jogador de futebol argentino Juan Pablo Sorín:
One thought on “Homenagens do esporte à Marielle na semana após o assassinato”
Eu achei bastante interessante vendo os fatos por esse ângulo. Obrigado por abrir nossos olhos