No mundo do esporte é comum ver um atleta defender um país diferente da nação em que nasceu. No entanto variar e representar dois países em uma mesma modalidade é algo inusitado. A lutadora de MMA Mackenzie Dern sabe bem como é ter que lidar com a dúvida de qual nação representar. A americana é filha de brasileiro e pode escolher que país vai representar a cada luta. No último combate no UFC 224, no Rio de Janeiro, o Brasil foi o escolhido.
Mackenzie explica que a cada luta ela escolhe uma bandeira diferente para representar. “Tem alguns fatores que precisam ser avaliados. A situação muda a cada luta”, explica. No primeiro combate pelo UFC, ela representou uma bandeira neutra. “Desta vez foi muito fácil decidir e escolher representar o Brasil. A luta era no Rio de Janeiro contra uma americana. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, eu tinha certeza que deveria representar o Brasil neste evento”, conta.
A relação com o país do futebol é forte desde criança. Mackenzie nasceu no país norte-americano, mas vinha anualmente para o Brasil e chegou a morar no Rio de Janeiro por três anos. “Eu sempre quis morar no Brasil, mas voltei para os EUA por conta de um relacionamento”, explica. Depois do término, ela chegou a procurar apartamentos no Brasil para retornar, mas assinou contrato com o UFC.
“Eu estava prestes a mudar, mas era melhor ficar nos Estados Unidos pela logística. Tinha mais estrutura, além dos eventos quase todo final de semana”, relembra. Dentro do UFC, o plano da americana é ganhar um cinturão, defender e depois voltar ao jiu-jitsu, primeira modalidade de luta praticada. “Eu não quero ficar cinco ou dez anos lutando MMA. Eu não gosto de ficar de tomando soco na cara e não quero traumas na cabeça”, diz.
Mesmo sem planos de uma longa carreira na modalidade, ela garante que tem uma meta definida. “Não estou aqui só para ficar brincando, estou aqui para ser a melhor do mundo”, afirma. De acordo com a lutadora, as intenções bem estabelecidas ajudam na motivação. “O fato de não querer ficar muito tempo no MMA, não me deixa relaxar tanto e me faz evoluir mais rápido”, acredita.
Aos 25 anos, Mackenzie entrou na lista das 15 melhores no peso palha feminino depois da segunda vitória consecutiva na organização. Após a vitória contra a americana Amanda Cooper no último sábado (12/5), ela se tornou a 15º colocada do ranking. “Acho que minha ascensão no MMA está sendo muito rápida”, diz atleta, que nunca fez uma luta amadora. No cartel, são sete lutas e sete vitórias.
A americana, que também se considera brasileira, estreou no UFC no card de Cris Cyborg e fez sua segunda luta em um mesmo evento com Amanda Nunes. Ao ver de perto o MMA brasileiro feminino, ela acredita que a modalidade está em crescimento no país. “Mesmo sendo metade americana me sinto feliz por fazer parte do grupo das brasileiras”, revela a lutadora, que prefere não escolher uma como preferida. “Pra mim, cada uma tem suas qualidades”, completa.
Curiosidades sobre Mackenzie Dern
- É filha do lutador brasileiro faixa-preta de jiu-jitsu Wellington ‘Megaton’ Dias
- Começou a lutar jiu-jitsu aos 3 anos
- Quatro vitórias por finalização
- Profissional desde 2016