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bate papo Victor Almeida/Divulgação

Assédio e mulheres no jornalismo esportivo: veja como foi o bate-papo no Sesc Verão

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Na noite desta quinta-feira (15/3), o blog Elas no Ataque participou do bate-papo “Esporte, gênero e mídia”, evento que fez parte da programação do Sesc Verão. Ao lado da Joanna Maranhão, nós discutimos os avanços e desafios no jornalismo esportivo feito por mulheres.

Dentro dos pontos abordados, contamos a história da criação do blog e qual é o seu papel dentro de um cenário esportivo, que ainda marginaliza notícias sobre atletas femininas. Além disso, levantamos a discussão de como a mídia pode colaborar para uma maior visibilidade da mulher na sociedade e no esporte.

Maria Eduarda Cardim e Maíra Nunes, do blog Elas no Ataque, em debate sobre igualdade de gênero
Maria Eduarda Cardim e Maíra Nunes, do blog Elas no Ataque, em debate sobre igualdade de gênero | Foto: Victor Almeida/Divulgação

Representando o lado das atletas femininas, a nadadora Joanna Maranhão falou da própria perspectiva em relação a questão do gênero no esporte. No debate, Joanna afirmou que se vê como uma pessoa privilegiada porque teve oportunidades boas dentro do esporte, mas relembrou que a infância nem sempre foi fácil.

Aos nove anos de idade, a atleta foi abusada sexualmente pelo próprio técnico. “Era uma pessoa de muita confiança. Eu treinava com ele desde 1995, mas somente no segundo semestre de 96 eu fui sofrer o abuso”, diz.

Na época, ela não conseguiu contar para os pais. “Eu me calei e não tive coragem de falar porque falar sobre sexo dentro da minha casa era um tabu muito grande”, relembra.

Esporte e machismo

Joanna Maranhão conta a própria história e explica como se tornou mais ativa politicamente
“Escutei muito que eu deveria treinar como homem. Eu digo que treino como Joanna”, diz nadadora | Foto: Victor Almeida/Divulgação

A nadadora, dona de oito medalhas nos Jogos Pan-Americanos, afirma que aos poucos percebeu que o machismo existia dentro do esporte. “Já escutei muito que eu deveria treinar como homem. E eu digo que eu treino como Joanna”, critica. Outro ponto notado pela nadadora recentemente, foi a disparidade salarial existente.

“No final de 2016, eu era atleta do Esporte Clube Pinheiros e existia um ranking interno de pontos de cada atleta. Eu tinha feito 420 pontos e fui mandada embora porque tinha 30 anos, só que um outro atleta de 33 anos, que fez menos pontos que eu, teve o salário quase dobrado”, conta. Com a situação, Joanna percebeu que o preconceito existia. “Fui mandada embora por ser mulher e pelos meus posicionamentos políticos”, relata.

 

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