Libertadores_Ferroviaria2 Lucas Figueiredo/CBF

Libertadores feminina tem premiação 568 vezes menor do que masculina

Publicado em Futebol

Atual campeã brasileira, a Ferroviária abre a participação verde-amarela na Copa Libertadores da América feminina nesta sexta-feira (11/10). O time começa a busca pelo bicampeonato, às 21h, diante do Mundo Futuro, da Bolívia. A outra equipe brasileira, que por sinal também chegou à final do Campeonato Nacional, é o Corinthians. O Timão estreia no sábado, às 19h, contra o Ñanas, do Equador. A competição ocorre em Quito, no Equador, que vive momento político crítico por grandes protestos contra o governo do presidente Lenín Moreno.

O cenário político no país ficou caótico após a decisão do governo equatoriano acabar com os subsídios a combustíveis, gerando uma greve de transportadoras. Os protestos culminaram na transferência da sede do governo de Quito para Guayaquil como medida de precaução. Em nota, a  Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) comunicou estar acompanhando os acontecimento no país, mas manteve a programação inicial. 

“A Federação Equatoriana de Futebol está comprometida com a segurança do torneio, garantindo assim a integridade das jogadoras, dos oficiais e dos espectadores”, comunicou a organização. Desde domingo em Quito, o Corinthians, porém, teve um dos treinos da semana cancelado por questões de segurança. “Na terça-feira, precisamos deixar o hotel onde estávamos, no centro de Quito, por medida de segurança, a pedido do Comitê Organizador Local. Lá está o foco das manifestações. Mas, apesar desse contexto, estamos todos bem”, comentou o técnico do Corinthians, Arthur Elias.

 

Calendário enxuto

A jogadora Tamires, do Corinthians, disputa a bola com uma jogadora da Ferroviária. Os dois times decidiram o título do Brasileirão e disputam a Libertadores feminina em 2019
Tamires, do Corinthians, pede valorização da Libertadores feminina com calendário mais extenso | Bruno Teixeira/ Ag. Corinthians

Ao contrário da versão masculina da competição organizada pela Conmebol, em que os jogos são realizados nas cidades de cada clube participante até as semifinais, a Libertadores feminina é toda disputada em sede única e tem um calendário bem mais enxuto. A 11ª edição do torneio conta com apenas 17 dias de competição, que ocorrem de 11 a 27 de outubro. Nesse período, 16 equipes concorrem ao título, quatro a mais do que nas edições anteriores. 

“A Libertadores vem crescendo todos os anos. Temos Corinthians e Ferroviária jogando neste ano, mas a Conmebol podia pensar em fazer uma Libertadores mais extensa para valorizar mais o campeonato, para ser mais competitivo e com um calendário mais atraente”, provoca Tamires, jogadora do Corinthians e da Seleção Brasileira. Divididos em quatro grupos, os dois melhores times de cada chave se classificam para as quartas de final, já em fase eliminatória até a final. 

Ao todo, serão 31 jogos em duas semanas. Já a 60ª edição da Libertadores masculina terá 152 partidas entre janeiro e novembro. Desde a fase preliminar, também chamada de Pré-Libertadores, 47 clubes participaram do torneio masculino em 2019. Em um ano marcante para o crescimento do futebol feminino após a grande repercussão da Copa do Mundo sediada na França, entre junho e julho, a Conmebol anunciou aumento da premiação da Libertadores feminina com valor recorde. 

 

Disparidade na premiação

Taças da Copa Libertadores da América feminina | Reprodução/Conmebol


Embora a equiparação das premiações em dinheiro entre a competição feminina e masculina seja uma reivindicação histórica e frequente no esporte, a disparidade no futebol ainda é enorme.
Mais especificamente 568 vezes maior entre os homens em relação às mulheres na Libertadores de 2019. A edição masculina distribuirá 161,9 milhões de dólares em prêmios, enquanto a feminina não chega nem perto de 1 milhão de dólares, somando 285 mil dólares. 

O clube masculino que for eliminado ainda na primeira rodada da fase preliminar recebe sozinho 65 mil dólares a mais do que o total da premiação dos 16 times femininos na competição. Já o vencedor da Libertadores entre os homens ganhará o equivalente a 141 vezes a premiação da equipe que levantar a taça na competição continental entre as mulheres.

 

Premiação Libertadores feminina 2019

Campeão: US$ 85 mil (aproximadamente R$ 352 mil)

Vice-campeão: US$ 50 mil (R$ 207 mil)

Terceira colocada: US$ 30 mil (R$ 124 mil)

Todos participantes: US$ 7,5 mil (R$ 31 mil)

Total: US$ 285 mil (R$ 1,2 milhão)


Copa Libertadores masculina 2019

Campeão: US$ 12 milhões (aproximadamente R$ 50 milhões)

Vice-campeão: US$ 6 milhões (R$ 25 milhões)

Semifinalista: US$ 1,75 milhão  (R$ 7,2 milhões)

Fase preliminar (Pré-Libertadores): US$ 350 mil (R$ 1,45 milhão)

Total: US$ 161,9 milhões (R$ 631,41 milhões)


Onde assistir?

Na internet, pelo DAZN, um serviço online de streaming por assinatura paga.


Veja os grupos da Libertadores Feminina 2019 

Grupo A – Tem as atuais campeãs do Atlético Hullia (Colômbia), Peñarol (Uruguai), Cerro Porteño (Paraguai) e Colo Colo (Chile).

Grupo B – Chave da Ferroviária, campeã do Campeonato Brasileiro há menos de um mês, que tem como cabeça de chave o Deportivo Cuenca (Equador). Completam o grupo, o Estudiantes Caracas (Venezuela) e o Mundo Futuro (Bolívia). 

Grupo C – Vice-campeã do Brasileirão, o Corinthians é cabeça de chave do Grupo C, que tem ainda Club Nañas (Equador), Libertad Limpeño (Paraguai) e América de Cali (Colômbia).

Grupo D – Santiago Morning (Chile), UAI Urquiza (Argentina), M Distrital de Majes (Perú) e Independiente Medellín (COL).

 

Regulamento

Os 16 clubes participantes são divididos em quatro grupos com quatro equipes. Os dois melhores se classificam para as quartas de final. A partir de então, a fase eliminatória é disputada em jogo único até a final da competição.

2 thoughts on “Libertadores feminina tem premiação 568 vezes menor do que masculina

  1. Primeiro que quem gosta mais de futebol são os homens, segundo que os homens preferem ver futebol masculino muito mais que o feminino.
    O que paga salários na maioria dos esportes, principalmente no futebol, é publicidade! Quem paga publicidade, paga pra ter sua marca vista. Se as pessoas não querem ver uma modalidade, dificilmente ela será financiada. Se não há financiamento, não há premiações altas!
    Resumindo: o financiamento no futebol masculino é abundante e no feminino é escasso! Então que cada um pague a premiação de acordo com sua audiência e vocês parem com esse discurso falido e desonesto de que mulher ganha menos por ser mulher. (Se não falou diretamente, esse é o objetivo desse texto)

    Vira o disco!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*