A nona colocação da Seleção Brasileira feminina de basquete nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 escancarou a queda de rendimento de uma nação que conquistou a medalha de prata na edição de Atlanta-1996. Na tentativa de reerguer a modalidade eternizada no país por Hortência e Magic Paula, a Liga de Basquete Feminino (LBF) emenda o segundo ano seguido com o aumento de integrantes, chegando a 10 times.
Igualando-se à temporada 2014/2015 com o número recorde de participantes, a LBF começa em pleno Dia Internacional das Mulheres, com o duelo entre Araraquara e Vera Cruz Campinas, às 19h, no Ginásio Gigantão, no interior paulista. O jogo será transmitido pela ESPN — no restante do campeonato, a emissora exibirá partidas do torneio toda quinta-feira, também às 19h. A LBF foi pioneira em disponibilizar todos os jogos do campeonato pela internet e manterá as transmissões on-line na TV NSports.
Após oito anos, a LBF 2019 marca a volta do Rio de Janeiro ao cenário nacional da modalidade, representado pelo Liga Super Basketball (LSB-RJ). Além do time carioca, os paulistas Sorocaba e Sesi-Araraquara debutam no campeonato. Isso não significa que as equipes de basquete feminino do país estejam conseguindo a sonhada estabilidade. Enquanto três novos projetos ingressaram na liga, duas agremiações desistiram da disputa por questões financeiras: Presidente Venceslau e Catanduva, ambos do interior paulista.
O Presidente Venceslau teve discordância sobre os recursos repassados pela prefeitura. O Catanduva não teria verba para construir uma quadra de piso de madeira, exigência da liga para esta temporada. O não cumprimento da norma acarreta perda do direito a passagens aéreas, hospedagens e alimentação em jogos fora bancados pela organização, que se baseia em um modelo de contrapartida para melhorar a qualidade do campeonato.
Os mascotes foram pedidos feitos pela LBF às equipes no ano passado para atrair as crianças. Para 2019, a liga oferece passagens aéreas quando os times precisam se deslocar grandes distâncias para jogar, mas exige como troca a instalação do piso de madeira nas quadras. Para participar da LBF, como não existe um campeonato de acesso, os times interessados precisam preencher ficha de inscrição para serem avaliados sobre critérios técnicos e financeiros pela organização.
Seguem na disputa os veteranos Blumenau-SC, Ituano-SP, Sampaio Basquete-MA, Santo André/Apaba-SP, Instituto Brazolin/São Bernardo/Unip, Uninassau-PE e Vera Cruz Campinas-SP. Na falta de um representante na LBF, a capital federal conta com a brasiliense Karla Costa no time de Campinas, atual campeão. Para defender o título, porém, a equipe terá de superar o Sampaio Basquete, atual vice-campeão brasileiro, que angariou o elenco mais caro deste ano.
“O Sampaio montou um time para ser campeão. Nós somos muito pé no chão em relação à contratação, mas isso não muda o fato de sermos as últimas campeãs e vamos defender nosso título”, avisa Karla. Ainda assim, ela comemora o fortalecimento do adversário. “O clube precisa se estruturar de verdade, e a liga tem de ajudar, pois o país se encontra em um cenário financeiro difícil. Quanto mais forte a liga, melhor para todo mundo: o nível das jogadoras e a Seleção Brasileira”, completa.
A LBF começa neste mês e segue até o fim de agosto, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando a competição foi disputada de janeiro a junho. A mudança foi decidida para que o calendário brasileiro não chocasse com o europeu. Assim é possível que atletas que disputam os campeonatos europeus voltem para o Brasil no meio do torneio para a fase mais disputada da liga.
O Sampaio Basquete foi o time que mais se aproveitará deste recurso. O time do Maranhão contará com a pivô Érika Souza, 36 anos, que vem para o Brasil após jogar a temporada do atual bicampeão espanhol Avenida; além da também atleta da Seleção Brasileira Clarissa Santos, pivô que atua na França; e da ala Raphaella Monteira e da armadora Tainá Paixão, que jogam em Portugal. Isso quem contar que as estrangeiras acabam sendo uma opção para reforçar as equipes brasileiras também.
“As nossas principais jogadoras atuam fora do Brasil, então tê-las jogando no país faz com que os torcedores conheçam as jogadoras, criem suas ídolas. Tudo isso contribui para reacender essa chama do basquete nos brasileiros”, avalia Karla Costa, ala do Campinas, atual campeão brasileiro. A brasiliense acredita que a possibilidade de matar as saudades contribui para atletas que atuem fora do país topem fazer uma jornada dupla de torneios.
Sesi Araraquara x Vera Cruz Campinas: 8/3 (sexta-feira), às 19h
Sorocaba x Ituano: 9/3 (sábado), às 16h
LSB RJ/Sodiê Doces x Blumenau: 14/3 (quinta-feira), às 19h
São Bernardo x Santo André: 15/3 (sexta-feira), às 19h
Sampaio Basquete x Uninassau: 16/3 (sábado), às 17h
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