Nove equipes começam a disputa do principal campeonato do basquete feminino brasileiro, nesta sexta-feira (12/1) . O grande desafio é tornar a competição atrativa para aumentar ou, ao menos, manter o número de participantes nos próximos torneios. Em oito edições da Liga de Basquete Feminino (LBF), o quórum variou de seis a 10 times por temporada.
Neste ano, há três equipes a mais do que em 2017. Porém, sofre o desfalque do Corinthians/Americana, que considerou o retorno financeiro insuficiente. A baixa do atual campeão nacional também tira do cenário da modalidade um clube de massa que atraía público do futebol.
“O fato de todo ano não sabermos quem vai jogar dificulta em tudo a programação da LBF, principalmente pelos patrocinadores, que querem saber quais cidades e estados estarão envolvidos”, reconhece o presidente da liga, Ricardo Molina. Ele aposta em um maior planejamento para mudar essa realidade.
De acordo com o dirigente, a LBF apresentará a programação da 9ª e da 10ª edições até março deste ano. A expectativa é que a antecedência colabore para ampliar a quantidade de participantes em campeonatos futuros. “Não tenho dúvida de que, mesmo no momento de crise que o Brasil vive, o aumento das equipes (de seis para nove) se deu pelo planejamento. Em nenhuma outra edição da LBF tivemos um planejamento estruturado como esse”, diz o presidente.
A entidade foi atrás de novidades para tentar atrair mercado, mídia e patrocinadores. A principal é a transmissão de 100% dos jogos do campeonato pela internet, incluindo a fase de classificação e os playoffs (haverá também exibição em tevês aberta e fechada). Há, ainda, a adoção de mascotes de equipes, uma forma de tentar envolver as crianças.
A LBF faz também um estudo, em parceria com a Unicamp, para a possível redução da altura da tabela e do tamanho da bola, como ocorreu, por exemplo, com a rede no vôlei e com a bola no handebol. Para completar, oferecerá subsídios aos times, como o pagamento integral das taxas de arbitragem, o auxílio parcial na logística e o fornecimento total de bolas para o campeonato.
Fugindo ao esperado pela proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, as temporadas de 2015/2016 e 2016/2017 foram as que tiveram a menor quantidade de participantes: seis. Para Roberto Dornelas, técnico do atual vice-campeão, UniNassau, a falta de resultados positivos das Seleções Brasileiras da modalidade nas Olimpíadas e na Copa América distancia patrocinadores, o que se soma ao momento financeiro delicado do país.
Para voltar a ter gerações vencedoras, como as protagonizadas por Hortência e Magic Paula, tanto na Seleção quanto nos torneios nacionais, Dornelas vê a necessidade de o basquete feminino ter uma liga de desenvolvimento. Ele observa que a maioria das competidoras para de atuar por volta dos 19 anos. As que resistem começam a jogar em equipes adultas. “Se tiver uma base mais solidificada, terá mais atletas no mercado, o que vai atrair mais equipes”, resume.
A exemplo do que ocorreu com o Corinthians/Americana, o basquete feminino do país vem se acostumando a ver times tradicionais fecharem as portas. Foi assim com o Ourinhos, pentacampeão nacional de 2004 a 2008, que acabou em 2014, assim como São José dos Campos, Sport Recife e Brasília Vizinhança.
A saída do Corinthians/Americana da LBF provocou perdas incontestáveis, mas, com a extinção da equipe, as atletas migraram para outros times. Com isso, existe a expectativa de maior equilíbrio entre os participantes. “É um campeonato que começa sem certeza dos quatro finalistas, como ocorria antes”, avalia Roberto Dornelas, técnico do atual vice-campeão, Uninassau.
A temporada regular LBF geralmente é disputada de novembro a fevereiro. A exceção tinha sido a edição de 2013, realizada em turno único por dificuldades financeiras e que classificava diretamente às finais. Em 2018, a competição volta a ocorrer num único ano, mas para não atrapalhar as equipes que contam com incentivo de prefeitura. “Em dezembro e janeiro, as prefeituras estão em transição de orçamento”, justifica Ricardo Molina, presidente da LBF, sobre o teste do novo calendário.
Os nove times disputarão a primeira fase em dois turnos classificatórios para os playoffs, que terão séries de quartas de final, semifinais e final. O campeão será decidido em série de melhor de cinco jogos.
A abertura terá o clássico paulista entre Santo André e São Bernardo, hoje, às 20h, no Ginásio Pedro Dell’Antonia, em Santo André, com transmissão pela web (lbf.com.br).
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