Isadora faz história ao classificar Brasil à final da patinação artística

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Ao som da música “Hallelujah”, de Leonard Cohen, a jovem Isadora Williams, de 22 anos, levou o Brasil à final da patinação artística nos Jogos de Inverno de PyeongChang-2018, feito inédito não apenas para o país, como para a América do Sul. Após encarar a frustração de ficar em último lugar na estreia olímpica em Sochi, há quatro anos, Isadora comemorou a 17ª colocação e a classificação para a decisão na Coreia do Sul: “Foi uma redenção de Sochi”.

A competidora do Brasil foi a segunda a se apresentar no rinque do Gangeung Ice Arena na noite desta terça-feira (20/2). Ela admitiu que estava nervosa antes da prova, mas vibrou com um soco para o ar assim que terminou a performance. “Fiz a apresentação que queria ter feito, uma apresentação limpa, sem erros. Realizei meu sonho, que era fazer uma apresentação perfeita nos Jogos Olímpicos”, disse.

Isadora fez 15 pontos a mais do que na estreia dela em Olimpíadas, alcançando a melhor nota da carreira, um 55.74, na Coreia do Sul. A russa Alina Zagitova, de 15 anos, foi a melhor patinadora do Programa Curto, com 82,92 pontos, seguida pela compatriota Evgenia Medvedeva, com 81,61, e pela canadense Kaetlyn Osmond, com 78,87. As duas protagonizaram um momento emocionante nos Jogos, pois bateram o recorde olímpico, em sequência.

Brasileira com sotaque americano. Ou seria americana com sotaque brasileiro?

Isadora se classificou à final ao som de Hallelujah. Na decisão, se apresentará com tango / Christof Stache/AFP

Em paralelo à festa das russas, a representante do Brasil expressava a emoção da classificação à final em inglês mesmo, já que admitiu ao Blog Elas no Ataque, antes mesmo de viajar para a Coreia, que fica nervosa com entrevistas em português: “Estudei português. Sei ler, escrever e consigo conversar, mas fico nervosa com as entrevistas ao vivo e acabo misturando tudo”, disse na época, ao explicar que entende tudo quando conversa em português, mas que tem muito sotaque.

Nascida e criada nos Estados Unidos, Isadora optou, ainda aos 9 anos, em representar o Brasil, país da mãe, uma mineira de Belo Horizonte que viajou para estudar moda em Nova York, onde conheceu o pai de Isadora. “Tenho dupla cidadania, mas acho que já nasci com a alma brasileira. Sempre tive vontade de representar o Brasil e não sei explicar isso muito bem”, conta. Os locais que mais gosta de visitar no Brasil são os mercadões: “Para mim, é fascinante ver tanta gente falando português, com música, comida e as frutas com suas belas cores. Gosto muito da música e da alegria do povo brasileiro”.

A norte-americana “abrasileirada” volta à Gangeung Ice Arena nesta quinta-feira (22/2), a partir  das 22h de Brasília para disputar a final, que será decidida em Programa Longo entre as 24 melhores colocadas do Programa Curto, a prova que funciona como classificatória.

Dessa vez, Isadora Williams se apresentará ao som de um tango. A música será “Nyah, de Hans Zimmer, que fez parte da trilha sonora do filme “Missão Impossível 2”. “Foi uma redenção. Consegui realizar o meu sonho. A competição é muito forte, mas estou confiante. Gosto do Programa Longo. São sete saltos, em vez de três, e gosto da música da minha apresentação também”, disse Isadora.

Como funciona a disputa da patinação artística

A prova em que Isadora conseguiu a 17ª colocação é chamada de Programa Curto. Nela, os atletas têm dois minutos e meio para executar os movimentos requeridos, apesar de a ordem ser opcional. Nos Jogos de Inverno, as 24 atletas com as melhores notas se classificam para a final, em que disputam o Programa Longo, também chamado de Programa Livre. Nele, a duração da prova é de quatro minutos para mulheres e quatro minutos e meio para homens e os patinadores devem apresentar saltos e giros, além de ter uma atenção especial à coreografia, à interpretação e ao trabalho corporal. O resultado final da patinação artística é determinado pela soma da pontuação do Programa Curto e o Programa Longo.

Maíra Nunes

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