Paris (França) — O segundo jogo das quartas de final da Copa da França tem tudo para garantir grandes emoções ao público. A partida entre França e Estados Unidos nesta sexta-feira (28/6), às 16h (horário de Brasília), no Parc des Princes, promete ser a final antecipada do Mundial com direito a casa cheia. Além de serem consideradas favoritas ao título, as equipes são as duas que mais levam torcedores aos estádios. Franceses e norte-americanos compraram, juntos, quase 1 milhão de ingressos para a Copa do Mundo até ontem. Não é a toa que as entradas para a partida estão esgotadas.
A cena por busca de bilhetes para os jogos na porta de estádios, mesmo os maiores como o Parc des Princes, foi vista na abertura da Copa e deve se repetir diante do duelo entre França e EUA nesta sexta. Mesmo sabendo que não havia mais entradas disponíveis à venda pelo site da Fifa, o aposentado de 68 anos Christian Saugé chamou atenção na porta da arena com uma placa no pescoço e uma peruca com as cores da bandeira francesa. A mensagem dizia que Christian buscava comprar um ingresso com a “pequena aposentadoria” que recebia. No final das contas, o torcedor conseguiu a entrada. “Vou ver minha primeira Copa do Mundo feminina no estádio”, celebrou.
O Parc des Princes, casa do Paris Saint-Germain, é o segundo maior estádio em capacidade que recebe jogos da competição. Só perde para o Estádio de Lyon, que receberá as semifinais e finais do torneio. A arena de Paris recebeu grandes jogos como a abertura da competição, que também contou com ingressos esgotados, e a partida que tem o recorde de maior público da Copa da França até o momento, em Estados Unidos 3 x 0 Chile. No primeiro, 42.261 pessoas assistiram à goleada da França sobre a Coreia do Sul por 4 x 1. Já o segundo contou com 45.594 presentes.
O confronto entre as donas da casa e as campeãs tem tudo para ser o melhor jogo da fase, já que as duas chegam à segunda fase das eliminatórias com 100% de aproveitamento. A França tomou apenas dois gols no campeonato inteiro, enquanto a defesa americana foi ainda mais eficiente e só permitiu um gol contra o time. O jogo marca também o duelo entre duas mulheres no comando de suas respectivas equipes. Enquanto Jill Ellis luta pelo segundo título consecutivo no Mundial e terceiro dos EUA; Corinne Diacre, treinadora da França, busca o primeiro do país sede da Copa.
Na véspera do jogo, quem roubou a atenção foi Megan Rapinoe, capitã da seleção norte-americana. Na coletiva de imprensa ela voltou a falar sobre uma declaração que repercutiu durante toda a semana. A jogadora disse que, em caso de título, “não iria à p… da Casa Branca por não concordar com a política do atual presidente, Donald Trump. Ontem, reafirmou a posição e acrescentou que aconselhará as colegas a fazer o mesmo, mas pediu desculpas pelo palavrão: “Mantenho meu comentário sobre não querer ir à Casa Branca, com exceção do palavrão, porque minha mãe não ficaria orgulhosa”.
Não é surpresa que o maior número de torcedores na Copa da França sejam os próprios franceses. A Fifa reserva uma quantidade de ingressos para moradores do país sede. Os Estados Unidos assumirem a segunda posição entre os maiores compradores também não foge aos principais eventos esportivos do mundo. Eles foram o segundo país que mais compraram ingressos para a Copa do Mundo masculina da Rússia, em 2018, atrás apenas dos anfitriões. Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, os EUA também foram o país estrangeiro que mais garantiu lugar nas arquibancadas do evento.
A proximidade com a França colaborou também para que cinco países europeus — além da própria anfitriã — figurem entre os 10 que mais compraram ingressos para a Copa do Mundo feminina: Inglaterra, Holanda, Alemanha, Suécia e Suíça. Deles, quatro avançaram para as quartas de final. A surpresa entre as nacionalidades mais interessadas nas partidas ficou por conta da Suíça, que nem chegou a participar do Mundial, mas consumiu mais de 5 mil ingressos até ontem.
No top 10, os australianos foram os que encararam as viagens mais longas para prestigiar a seleção feminina (veja quadro). De Camberra, capital australiana, à Paris, são cerca de 17.000 km. A presença dos australianos pode ser notada na partida contra o Brasil ainda na fase de grupos. Das 17.032 pessoas que encheram as arquibancadas do pequeno estádio de Montpellier, a maioria estava na torcida pela Austrália.
Leah McGowan foi uma das torcedoras das Matildas que veio direto da Austrália para assistir presencialmente à Copa do Mundo de futebol feminino pela primeira vez. Junto, ela trouxe as duas filhas e o marido. “Iremos seguir a seleção australiana por onde ela for”, disse. Para ela, valeu a pena ter vindo de longe para acompanhar a seleção australiana jogar. Depois da Austrália, a China foi a que mais comprou ingressos, mesmo Pequim, capital chinesa, estando mais de 10 mil quilômetros de Paris, capital da França, são 10.600 km.
Top 10 dos países que mais compraram ingressos e a distância deles até a França
1. França – 817.112 ingressos
2. EUA – 150.380 (6.167km)
3. Inglaterra – 33.214 (464km)
4. Holanda – 27.212 (506km)
5. Alemanha – 16.161 (1.050km)
6. Austrália – 13.212 (17.000km)
7. Suécia – 9.651 (1.860km)
8. China – 7.434 (10.600km)
9. Canadá – 5.644 (5.600km)
10. Suíça – 5.055 (650km)
Maria Eduarda Cardim e Maíra Nunes — Enviadas especiais
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