A demissão da técnica Emily Lima da Seleção Brasileira de futebol feminino, em setembro de 2017, após apenas 10 meses de trabalho motivou cinco jogadoras a anunciarem a aposentadoria da camisa verde-amarela precocemente, em uma briga por igualdade de gênero. Debandada encabeçada por Cristiane, que ganhou respaldo de Formiga em carta aberta à CBF. Cinco meses depois, porém, tanto a maior artilheira do futebol em Jogos Olímpicos, com 14 gols, como a recordista em participações olímpicas no futebol voltarão a defender o Brasil nos gramados. No período que estavam fora da Seleção, as duas receberam muitos convites para retornarem.
“O motivo da minha saída foi um só: tentar ajudar a modalidade de outra maneira, porque as meninas não estavam sendo ouvidas”, relembrou Cristiane, por meio das redes sociais nesta terça-feira (27/2). “O que me foi passado durante esse tempo fora é que ao menos uma mulher foi contratada e está trabalhando em cada categoria de base. Colocaram uma mulher no grupo principal. Teremos reuniões com o departamento financeiro, para que seja explicado para todas as meninas a questão do direito de imagem”, justificou.
Mesmo com a volta e a maior participação de mulheres em cargos desempenhados na Seleção Brasileira de futebol feminino, Cristiane ressaltou que ainda não é suficiente. “É pouco, mas estão fazendo. Me parece um bom começo. Hoje, não podemos falar que não estão fazendo nada, ao menos estão se movimentando”, avalia a atacante clube chinês Changchun Yatai. “Mas, se eu realmente voltar, não estarei olhando por mim. Mais uma vez estarei olhando por todas as meninas. Pela modalidade. Vou ajudar a dar mais voz ao nosso grupo.”
Aos 32 anos, Cristiane não estava na última convocação do técnico Vadão, que assumiu a Seleção feminina após a saída de Emily. Entre as atletas chamadas para 10 dias de treinamento na Granja Comary visando a Copa América do Chile, de 4 a 22 de abril, a maior surpresa foi o retorno de Formiga, que atuou 22 anos pela Seleção e anunciou aposentadoria da amarelinha após a conquista do Torneio Internacional, em Manaus, no ano em que disputou pela sexta vez os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016.
Mesmo fora da Seleção, a meia do Paris Saint-Germain, da França, reforçou o grupo de jogadoras e ex-jogadoras em uma carta aberta à CBF, em 2017, em que reivindicaram por mais mulheres em papéis de liderança na entidade. Em janeiro deste ano, Formiga havia ido à Granja para conversar com Vadão sobre a possibilidade de voltar à Seleção. O retorno da veterana foi confirmado em lista publicada pela CBF no último sábado (24/2), uma semana antes de a atleta completar 40 anos.
A lista de Vadão também contou com a primeira convocação de Marta, Rafaelle e Fabiana em 2018. O grupo que treinará de 26 de fevereiro a 7 de março na Granja conta com 29 atletas: 15 que atuam no Brasil e outras 14 que jogam em clubes do exterior. A principal competição da Seleção feminina neste ano será a Copa América, que vale vagas para a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e os Jogos Pan-Americanos.
Goleiras
Bárbara – Kindermann
Aline – CBF
Letícia – Corinthians
Tainá – Corinthians
Zagueiras
Érika – PSG (França)
Mônica – Orlando Pride (EUA)
Rafaelle – Changchun FC (China)
Daiane Limeira – Avaldsnes Idrettslag (Noruega)
Bruna Benites – Meizhou Huijun FC (China)
Laterais
Fabiana – Barcelona (Espanha)
Letícia Santos – Sportclub Sand (Alemanha)
Tamires – Fortuna Hjorring (Dinamarca)
Joyce – Valência CFF (Espanha)
Daiane Rodrigues – CBF
Poliana – Orlando Pride (EUA)
Rilany – CBF
Meio-campo
Formiga – PSG (França)
Gabi Zanotti – Corinthians
Andressa – Portland (EUA)
Thaisa – Sky Blue FC (EUA)
Atacantes
Raquel – Ferroviária
Adriana – Corinthians
Millene – Corinthians
Aline Milene – Baylor University (EUA)
Bia – Incheon Hyundai Steel Red Angels (Coreia do Sul)
Thaisinha – Incheon Hyundai Steel Red Angels (Coreia do Sul)
Debinha – North Carolina Courage (EUA)
Marta – Orlando Pride (EUA)
Jennifer – Notre Dame University (EUA)
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