Oito anos após o Santos conquistar o bicampeonato da Copa Libertadores da América de futebol feminino — com Cristiane, Marta e Maurine em um timaço que mais parecia uma seleção na época –, as Sereias da Vila voltam, depois de reviravoltas, a uma decisão da maior competição do continente. No domingo (2/12), a disputa pelo título será diante do colombiano Atlético Huila, às 21h, na Arena Amazônia, em Manaus. O jogo terá transmissão do SporTV 3.
A primeira edição feminina da Libertadores teve Cristiane como artilheira, com 15 gols vestindo a camisa do Santos. O clube vivia um momento para lá de especial, por ter trazido de volta para o Brasil Marta, então três vezes melhor do mundo pela Fifa. O retorno da craque brasileira, que havia se consagrado na Suécia e estava no clube norte-americano Los Angeles Sol, foi um marco para a visibilidade do futebol feminino no Brasil.
Com Marta no elenco, o Santos foi pioneiro ao desvincular o futebol feminino do Departamento de Esportes Olímpicos e oferecer-lhe um departamento único, com profissionais voltados exclusivamente para as atletas. Em 2009, Marta dividiu a vice-artilharia da Libertadores com a chilena Valeska, com 7 gols cada. E as Sereias da Vila sagraram-se as primeiras campeãs continentais, depois de vencerem o paraguaio Universidad Autónoma na final por 9 x 0.
No ano seguinte, o Peixe repetiu o feito: ganhou do chileno Everton por 1 x 0 na decisão para levantar novamente a taça na Libertadores. E venceu o Torneio Internacional Interclubes em 2011. As conquistas não evitaram momentos trágicos. Em janeiro de 2012, quando tinha Neymar como estrela no masculino, o clube anunciou o fechamento da equipe feminina. Um elenco que contava com oito jogadoras titulares da Seleção Brasileira ficou desempregado a sete meses dos Jogos Olímpicos de Londres. O time de futsal santista também foi encerrado na época.
Reaberto em 2015, a equipe das Sereias da Vila foram campeãs brasileiras em 2017, garantindo a vaga para a Libertadores deste ano. Então contratou a ex-técnica da Seleção Brasileira Emily Lima e sonhou com um segundo retorno de Marta aos gramados brasileiros com a camisa santista. A contratação da jogadora, agora seis vezes melhor do mundo, não foi possível. Na Libertadores 2018, porém, o Peixe conta com Monique Peçanha, mais conhecida como Chú, para balançar as redes.
Chú marcou dois gols na vitória do Santos por 3 x 0 sobre o Colo-Colo, do Chile, nas semifinais da Libertadores. Sandrinha anotou o terceiro gol da classificação santista para a final. A equipe ainda desfruta da experiência de Maurine, medalhista olímpica que esteve com o Santos nos títulos mais importantes do clube (Libertadores em 2009 e 2010 e Interclubes em 2011). As comandadas de Emily Lima chegam invictas para a busca do tri e com o melhor ataque da competição. Na temporada, o Santos venceu o Paulista e caiu nas quartas do Brasileirão, eliminado nos pênaltis pelo Ferroviária.
Por pouco, a Libertadores feminina não teve a primeira final entre clubes brasileiros. O Iranduba, time da capital amazonense que recebe pela primeira vez o torneio, foi eliminado pelo Atlético Huila, da Colômbia, nas semifinais após disputa acirrada. Com o empate em 1 x 1 no tempo regular, o Hulk de Manaus foi eliminado nas cobranças de pênaltis por 3 x 1. Embora o desfecho tenha sido amargo para os amazonenses, os jogos que valeram vaga na final tiveram recordes de público da Libertadores feminina, com 6.270 pessoas na Arena Amazônia para acompanhar as duas partidas no mesmo dia.
Após passar pelo Colo-Colo, campeão da edição de 2012 da copa continental, o Santos terá de frear o ímpeto do Atlético Huila. O campeão colombiano de 2017 faz a primeira decisão de Libertadores em 28 anos de existência do time. O clube ainda pretende diminuir a hegemonia brasileira na principal competição do continente, já que o Brasil soma sete títulos nas nove edições femininas realizadas.
O São José é tricampeão (2011, 2013 e 2014), o Santos é bi (2009 e 2010), o Ferroviária foi campeão em 2015 e o Audax Corinthians, em 2017. Fecham a lista o Colo-Colo, do Chile, com uma taça em 2012; e Sportivo Limpeño, do Paraguai, com a conquista em 2016.
Diferentemente da competição masculina, a Libertadores feminina é disputada em duas semanas em uma única sede. Neste ano, começou em 18 de novembro e foi sediada em Manaus, na Arena Amazônia, com capacidade para 44 mil pessoas; e no Estádio do Sesi, com 4 mil assentos.
Os 12 times participantes foram divididos em três grupos, que jogaram entre si na mesma chave. Avançaram para as semifinais, os vencedores de cada grupo (Atlético Huila, Santos e Iranduba) e o melhor segundo colocado entre todas as chaves (Colo-Colo). Tanto a vaga na final quanto as decisões do campeão e de terceiro lugar são disputadas em jogo único, com cobrança de pênaltis em caso de empate.
As 12 equipes da Libertadores 2018 são a campeã da edição anterior (Audax Corinthians), uma equipe adicional do país sede (Iranduba, de Manaus) e as campeãs das dez associações da Conmebol: UAI Urquiza, da Argentina; Deportivo ITA, da Bolívia; Santos, do Brasil; Colo-Colo, do Chile; Atlético Huila, da Colômbia; Unión Española, do Equador; Cerro Porteño, do Paraguai; Sport Girls, do Peru; Peñarol, do Uruguai; e Flor da Patria, da Venezuela.
Copa Libertadores da América feminina
Final: Santos (BRA) x Atlético Huila (COL)
Quando: domingo (2/12), às 21h30
Onde: Arena Amazônia, em Manaus
Transmissão: SporTV 3
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