Corinthians e Ferroviária decidem o primeiro bicampeão do Brasileirão feminino

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O Brasileirão Feminino terá pela primeira vez um time bicampeão. Corinthians e Ferroviária, finalistas desta edição, levantaram a taça em 2018 e 2014, respectivamente, do campeonato nacional criado em 2013. Na atual temporada, o título será decidido em dois jogos nos dois próximos domingos (22/9 e 29/9). O primeiro, às 14h, na Fonte Luminosa, em Araraquara. E o segundo, no mesmo horário, no Parque São Jorge. em Além dos confrontos pela elite feminina, as duas equipes se enfrentam também na semifinal do Campeonato Paulista no meio da semana.

Dono do melhor elenco do Brasil, o Corinthians é apontado como favorito para faturar mais uma taça nacional. Do clube, três atletas foram convocadas para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da França, em junho: a goleira Lelê, a zagueira Érika e a atacante Adriana. No entanto, Érika e Adriana se lesionaram e acabaram cortadas. No retorno do Brasileirão após o Mundial, o clube surpreendeu a torcida ao anunciar a contratação de Tamires, um dos destaques do Brasil no Mundial.

A atacante Millene, artilheira do campeonato, com 19 gols, e a meia-atacante brasiliense Victória Albuquerque, líder em assistências no clube, recentemente foram selecionadas por Pia Sundhage para defender o Brasil no Torneio Internacional. Além disso, no comando técnico da equipe está Arthur Elias, eleito o melhor treinador do Brasileirão de 2018.

O Corinthians venceu 14 dos 15 jogos disputados na primeira fase e se classificou para a fase seguinte na liderança do campeonato, com 42 pontos. A única derrota do clube foi para o Santos, por 2 x 1, na segunda rodada. Nas quartas de final, o Timão enfrentou o São José e avançou sem dificuldades. Venceu o primeiro jogo por 4 x 1 e o segundo, por 1 x 0. Na semifinal, protagonizou a reedição da semifinal de 2018, contra o Flamengo. O alvinegro derrotou o time do Rio nos dois confrontos: 2 x 1 no duelo de ida e 2 x 0, na volta, esse diante de mais de 5 mil torcedores no Parque São Jorge.

A Ferroviária se classificou apenas em sétimo lugar, com 23 pontos, pegando a penúltima vaga para a fase mata-mata. Depois, porém, a equipe comandada por Tatiele Silveira cresceu. A Locomotiva protagonizou a zebra das quartas de final, ao passar pelo favorito Santos. Contra as Sereias da Vila, as Guerreiras Grenás perderam o primeiro jogo por 2 x 1 e levaram a decisão no segundo jogo para os pênaltis, vencendo por 3 x 1. Também nas penalidades máximas, o time passou pelo Kindermann na semifinal: após dois empates em 1 x 1, triunfou nas cobranças diretas por 4 x 2.

Maratona de jogos e a tradição da Ferroviária

A ascensão da Ferroviária na fase eliminatória pode ser explicada pelo peso da camisa. Além de campeão brasileiro em 2014, o time de Araraquara também levantou a taça da Copa do Brasil no mesmo ano e venceu a Copa Libertadores em 2015. “Será um clássico. Elas têm história no futebol feminino. Por mais que não fossem favoritas no início da temporada, tinham experiência no elenco, têm uma treinadora boa e conseguiram se firmar durante o campeonato. Em final, pode acontecer de tudo”, analisou a meia-atacante corintiana Victória Albuquerque.

Antes da final do Brasileirão, as jogadoras do Parque São Jorge e as Guerreiras Grenás se enfrentam pela semifinal do Paulistão. Por isso, os dois times vão encarar uma maratona com confrontos nos próximos quatro jogos seguidos, a começar por amanhã pelo estadual. “A gente vai estudar bastante a Ferroviária. Sobre o jeito que o time joga e provavelmente elas vão fazer o mesmo com a gente também. Há várias formas de jogar e várias formas de reagir”, analisou Victória.

Técnica da Locomotiva, Tatiele Silveira não esconde o orgulho de classificar o time do interior paulista novamente a uma final de Brasileirão após cinco anos. “Estamos com a sensação de dever cumprido por colocar a Ferroviária num patamar outra vez de clube grande, disputando título e com um grupo muito forte”, comemora. Sobre a maratona contra o Corinthians, a treinadora prevê muita análise e estudo a cada partida. “Agora, são grandes jogos contra uma grande equipe, com uma longa invencibilidade. Cada jogo terá uma grande história, que será decidida nos detalhes”, aposta Tatiele.

POR MARIANA FRAGA*
E MAÍRA NUNES

*Estagiária sob supervisão de Fernando Brito

Maíra Nunes

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