Paris (França) — Os franceses coloriram e orquestraram um verdadeiro concerto no Parc des Princes, em Paris, nesta sexta-feira (28/6), para a disputa entre França e Estado Unidos, pelas quartas de final da Copa do Mundo feminina. As donas da casa só não contavam com o protagonismo de Megan Rapinoe, que vem fazendo história dentro e fora de campo. Aos 33 anos, a jogadora norte-americana reforça o orgulho LGBT, bate de frente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ainda marca os dois gols da vitória americana, por 2 x 1, que eliminou a anfitriã França do Mundial diante de mais de 45 mil pessoas. Renard descontou para as francesas.
Fora do Mundial, as francesas também não se classificam para os Jogos Olímpicos de Tóquio- 2020, já que apenas as três seleções da Europa melhores classificadas na Copa garantem a vaga olímpica. Dos oito países que disputam as quartas de final, apenas os EUA não eram do Velho Continente. Itália, Holanda, Alemanha e Suécia ainda brigam pela possibilidade de ir às Olimpíadas. A Inglaterra já carimbou o passaporte para o evento no Japão.
“Os Jogos Olímpicos estão em segundo plano nos nossos objetivos, principalmente quando vimos a quantidade de europeus nesta fase da Copa”, apaziguou Corinne Fiacre, técnica da França. “Não estou aqui para encontrar desculpas, mas cruzar com os Estados Unidos foi difícil. Precisamos de um pouco mais de trabalho, nós sabemos o que temos de fazer, mas tivemos uma boa performance”, avaliou Corinne, treinadora da França”, completou.
A França, enfim, se depararou com uma torcida adversária para fazer coro dentro do estádio diante das donas da casa na Copa do Mundo feminina. Antes mesmo da confirmação de que França e Estados Unidos se cruzariam pelas quartas de final, os ingressos estavam esgotados na venda pela internet. Alguns fãs ainda tentaram a sorte nas bilheterias horas antes da partida. Próximo da partida, cambistas se multiplicaram nos arredores do estádio Parc des Princes, em Paris.
Diante do maior público da Copa do Mundo, com mais de 45.595 pessoas, os torcedores franceses ergueram um bandeirão no estádio de Paris. Nela, estava estampada a imagem do rosto de Marianne, mulher que simboliza a República após a Revolução Francesa. Nas arquibancadas também ecoou o hino francês, cantado à capela. Já em campo, as jogadoras sentiram dificuldade em encarar o rigor tático das tricampeã mundiais.
Os Estados Unidos chegaram como um trator para cima das francesas. Logo no primeiro minuto de bola rolando, Rapinoe driblou duas francesas e abriu para Ertz chutar para defesa tranquila da goleira no meio do gol. Dois minutos depois, Mbock Bathy recebeu o primeiro cartão amarelo da França, após fazer falta em Morgan perto da área. Na cobrança, Rapinoe bateu cruzado de esquerda e a bola passou por todo mundo até parar no fundo das redes. Os Estados Unidos abriram o placar ainda aos cinco minutos de jogo, empurrando a pressão para o outro lado.
Atrás no placar desde muito cedo, as francesas impuseram maior posse de bola em todo o jogo, terminando com 61%. No primeiro tempo, porém, não reverteu em chances contundentes para empatar o duelo. Já as norte-americanas recuaram o elenco após o gol e souberam controlar bem as investidas adversárias. Apostando nos contra-ataques, as norte-americanas chegaram com mais perigo ao segundo gol do que as francesas ao empate durante a primeira parcial.
Na volta do intervalo, a França foi com tudo para o ataque, reacendendo o ímpeto da torcida. Henry chutou da entrada da área em boa oportunidade, Le Sommer arrancou suspiros de cabeça e com os pés em dois outros lances. A França parecia amadurecer o gol, mas foi Rapinoe quem novamente balançou as redes, após contra-ataque. Aos 19 do segundo tempo, Morgan subiu em velocidade pela direita e cruzou rasteiro para Heath, que chegava na pequena área. Ela passou da bola, mas Rapinoe apareceu, livre, para marcar o segundo gol dela na partida e quinto nesta Copa do Mundo
Foi um balde de água fria para a torcida, que fazia a festa na arena. Dez minutos depois, novo susto para as donas da casa. Após lançamento que encontrou Dunn avançada pela esquerda, a norte-americana cruzou para Health marcar mais um. A marcação do impedimento anulando o gol manteve as esperanças francesas acesas. Renard ainda diminuiu de cabeça para a França restando 10 minutos para o fim do jogo, após cobrança de falta de Thiney. A seleção anfitriã lutou até o fim, mas parou nas tricampeãs mundiais.
“Não estou aqui para encontrar desculpas, mas cruzar com os Estados Unidos foi difícil. Precisamos de um pouco mais de trabalho, nós sabemos o que temos de fazer, mas tivemos uma boa performance”
Corinne Diacre, treinadora da França
Classificados, os Estados Unidos encaram a Inglaterra pelas semifinais, na terça-feira (2/7), às 16h (de Brasília), em Lyon.
França 1 x 2 Estados
Copa do Mundo feminina (quartas de final)
França: Bouhaddi, Renard, Torrent, Mbock Bathy e Majri; Henry, Thiney e Bussaglia; Diani, Le Sommer (Asseyi) e Gauvin (Cascarino). Técnica: Corinne Diacre
Estados Unidos: Naeher, O’Hara, Dahlkemper, Sauerbrunn e Dunn; Lavelle (Horan), Ertz e Mewis (Lloyd); Heath, Morgan e Rapinoe (Press). Técnica: Jill Ellis.
Gols: No primeiro tempo: Rapinoe (4). No segundo tempo: Rapinoe (19) e Renard (35).
Local:Estádio Parc des Princes, em Paris, na França
Público: 45.595 torcedores
Árbitra: Kateryna Monzul (Ucrânia)
Por Maíra Nunes — Enviada especial
Patrocínio: Colégio Moraes Rêgo
Apoio: Casa de Viagens e Bancorbrás – Agência de Viagens
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