A primeira mulher no comando da Seleção Brasileira feminina de futebol se manteve no cargo por menos de um ano. Emily Lima, 36 anos, apontou a falta de respaldo do coordenador técnico Marco Aurélio Cunha como motivos que levaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a demiti-la da equipe principal, nesta sexta-feira (22/9), mesmo diante de uma carta de atletas pedindo pela permanência dela.
“Quero agradecer as atletas, que enviaram uma carta ao mandatário da CBF, elogiando a nossa comissão e pedindo pela a permanência do nosso trabalho”, disse Emily, nas redes sociais após o desligamento. “Um time só vai para a frente unido e infelizmente eu não tinha o respaldo do coordenador técnico. Meu jeito de trabalhar intensamente não era bem visto”, desabafou.
A técnica estreou no posto em dezembro de 2016 e teve 56,4% de aproveitamento. Em 13 jogos disputados sob o comando de Emily, a Seleção teve sete vitórias, cinco derrotas e um empate. O primeiro semestre da treinadora no cargo foi impecável: a equipe teve 100% de aproveitamento em sete jogos. Nas seis últimas partidas, porém, a situação se inverteu. Foram cinco derrotas e um empate.
“A justificativa da demissão já é conhecida por todos técnicos e técnicas do Brasil, os números. Na minha cabeça, para evoluir é essencial atuar contra seleções mais fortes”, alfinetou Emily, ao ressaltar que a Seleção Brasileira não perdeu para equipes abaixo do Brasil no ranking da Fifa. “Saio com o sentimento de dever cumprido”, concluiu, em depoimento nas redes sociais.
A demissão de Emily Lima ocorre a sete meses da Copa América, marcada para abril de 2018. A competição vale vaga na Copa do Mundo da França, em 2019, e nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020. No período em que a paulista comandou a Seleção, não houve competição oficial. O ano, com jogos e torneios amistosos, era de preparação justamente para a Copa América. Além dos compromissos diretos com a equipe principal, a treinadora promoveu treinamentos regionais de observação por várias regiões do país.
Oswaldo Alvarez, o Vadão, admitiu ao Correio a possibilidade de suceder Emily. Ele foi treinador da Seleção feminina nas Olimpíadas do Rio, em 2016, e saiu justamente para a entrada dela, que tornou-se a primeira mulher a exercer a função.
Em 13 jogos: 7 vitórias, 5 derrotas e 1 empate
Saldo: 36 gols feitos e 24 sofridos
Amistosos no Mc Donalds-Jones Stadium, em Newcastle, na Austrália
19/9 – Brasil 2 x 3 Austrália
16/9 – Brasil 1 x 2 Austrália
Torneio das Nações, em Seattle, nos Estados Unidos
3/8 – Austrália 6 x 1 Brasil
30/7 – Estados Unidos 4 x 3 Brasil
27/7 – Japão 1 x 1 Brasil
Amistoso no Stadion am Hardtwald, em Sandhausen, na Alemanha
4/7 – Alemanha 3 x 1 Brasil
*Por não ser data FIFA, sete jogadoras que vinham sendo titulares não foram liberadas por seus clubes para jogar o amistoso com a Seleção.
Amistosos na Europa
13/6 – Islândia 0 x 1 Brasil
10/6 – Espanha 1 x 2 Brasil
Amistoso em Manaus
9/4 – Brasil 6 x 0 Bolívia
Torneio Internacional de Manaus, na Arena da Amazônia
18/12/2016 – Brasil 5 x 3 Itália (Final)
14/12/2016 – Brasil 3 x 1 Itália
11/12/2016 – Brasil 4 x 0 Rússia
7/12/2016 – Brasil 6 x 0 Costa Rica
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