Paris (França) — A quatro dias da estreia na Copa do Mundo da França, a Seleção Brasileira de futebol feminino ainda sente as mudanças no elenco que foi obrigada a fazer. Desde que Vadão convocou a Seleção para o Mundial, em 16 de maio, o técnico teve que quebrar a cabeça para substituir duas jogadoras que se lesionaram. Apesar das alterações de última hora, a cara da Seleção não mudou muito. O time conta com as veteranas Marta, Formiga e Cristiane, além de 12 jogadoras que já disputaram uma Copa, mas tem também oito estreantes na competição.
Desde a caçulinha Geysa, com 21 anos, até Formiga, com incríveis 41 anos, todas compartilham a mesma história ao contar como começaram a jogar futebol: no meio dos meninos. O esforço delas, porém, parece enfim estar surtindo resultados. Neste Mundial, elas ganharam uniforme exclusivo para disputar uma Copa do Mundo pela primeira vez na história. Também foi o primeiro ano em que a Seleção Brasileira feminina teve período de aclimatação antes do Mundial, feito na cidade portuguesa de Portimão.
Já está na hora de quem ainda não conhece o elenco que buscará o título mundial inédito ao Brasil passar a conhecer. Tem a única jogadora do elenco brasileiro que é mãe, a artilheira da Copa do Mundo, a artilheira das Olimpíadas, a recordista de participações em mundiais e as duas que conhecem bem o futebol das anfitriãs da Copa da França. E, desta vez, não tem desculpa para deixar de torcer, já que os jogos do Brasil serão transmitidos em TV aberta, pela Globo e pela Band.
Veja o perfil das jogadoras
Pelo menos três Copas na bagagem
As participações em Copas do Mundo de Bárbara, Marta, Cristiane e Formiga, considerando a de 2019, juntas somam a idade da caçulinha da Seleção Brasileira que busca o título inédito na França. As quatro veteranas brasileiras acumulam 21 edições em mundiais, enquanto a atacante do Benfica Geyse, aos 21 anos, estreará na competição. Formiga sozinha é recordista de Copas, entre homens e mulheres. Marta é artilheira do torneio com 15 gols, enquanto Cristiane foi a que mais balançou as redes em Olimpíadas. A goleira Bárbara tem três Copas no currículo, mas esta será a estreia dela como titular no gol do Brasil.
As estreantes em mundial
Oito jogadoras estrearão a camisa verde e amarela em um Mundial em solo francês. No entanto, cinco delas conhecem o futebol europeu já que atuam em clubes do continente. A goleira Aline joga no UDG Tenerife, na Espanha, Letícia Santos, no SC Sand, na Alemanha, as atacantes Geyse e Ludmila jogam no Benfica, de Portugal e no Atlético de Madrid, da Espanha, respectivamente. Já a zagueira Kathellen conhece bem as anfitriãs porque atua no clube francês FC des Girondins de Bordeaux.
O restante das estreantes também joga fora do Brasil. Camilinha é parceira de Marta no Orlando Pride, nos EUA, enquanto Debinha também ganha a vida no país norte-americano como atacante do North Carolina Courage. A meia Luana é a estreante que joga mais longe do Brasil. A jogadora do Jeonbuk KSPO, da Coreia do Sul, chegou para compor o elenco aos 45 do segundo tempo. Ela ocupa a vaga que era de Adriana.
As baixas por lesão
Adriana nem teve tempo de comemorar a convocação para a Copa do Mundo. A meia do Corinthians teve a confirmação de que sofreu uma ruptura do LSA do joelho esquerdo no mesmo dia que ouviu o nome na lista anunciada pelo técnico Vadão. Luana, meia do Jeonbuk KSPO, da Coreia do Sul, foi chamada para a vaga. A menos de uma semana da estreia brasileira no mundial da frança, foi a vez de a lateral direita Fabiana ser cortado após exame constatar lesão sofrida na coxa direita durante treino com a Seleção. Poliana, do São José, foi convocada.
A única mãe entre as 23 jogadoras
Tamires virou mãe aos 21 anos, após uma gravidez inesperada. Antes de conseguir conciliar a carreira de jogadora com a de mãe do Bernardo, que hoje tem 9 anos, a lateral esquerda precisou abdicar do sonho nos gramados para acompanhar o marido César, que também é jogador de futebol. Os desafios da jornada dupla, porém, não a impediram de voltar a jogar. Aos 31 anos, a jogadora do Fortuna Hjorring, da Dinamarca, se prepara para disputar a segunda Copa dela, para orgulho do filhão e do marido, que depois agora vive a experiência de largar a bola para acompanhar a esposa.
Por Maria Eduarda Cardim e Maíra Nunes — Enviadas especiais
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