A bicampeã olímpica Fabiana Claudino usou a célebre frase de Martin Luther King para se manifestar nas redes sociais hoje, Dia da Consciência Negra: “Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos”.
A ex-capitã da Seleção Brasileira de vôlei já foi vítima de preconceito enquanto atuava em quadra, em 2015. Ativista contra o racismo, Fabiana segue travando uma luta pela igualdade de oportunidades e respeito; e usa as redes sociais para indicar o caminho: “Se não há educação, mudança de valores, respeito, não há desculpas que sejam aceitas! Racismo não é brincadeira, é uma cicatriz profunda na cultura brasileira, que há séculos não se fecha… Ainda sangra… Ainda dói…”
Para a judoca Érika Miranda, dona de quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, a consciência negra não precisaria ter um dia para ser relembrado. “Tem de ser todos os dias. Infelizmente, sabemos que as pessoas sofrem com isso. O preconceito de forma geral não tem de existir de forma alguma. É preciso que as pessoas se conscientizem que o que falta para banir a discriminação é educação e respeito”, defende, a judoca nascida em Brasília.
Nesta segunda-feira (20/11), é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data, criada em 2003, tem o objetivo de refletir sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Nesta data importante, o blog Elas no Ataque reuniu atletas negras que tiveram grandes conquistas no meio esportivo e contribuem para inspirar outros talentos, servindo inclusive para aumentar a representatividade negra no meio.
Rafaela é dona do primeiro ouro do Brasil nos Jogos do Rio. E quem não lembra da emoção da atleta no final da luta que a consagrou campeã olímpica? O choro de Rafaela era um desabafo por tudo que sofreu durante os quatro anos do ciclo olímpico até 2016. Após a eliminação nas oitavas de final em Londres-2012, Rafaela sofreu ofensas racistas em redes sociais e chegou a pensar em desistir do judô. Atualmente, Rafaela ocupa o quarto lugar do ranking mundial. Em março deste ano, Rafaela conquistou o resultado mais expressivo desde a Rio-2016. A lutadora foi prata no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia. No Campeonato Mundial de Judô, principal disputa da temporada, a medalhista caiu na primeira fase.
As irmãs são famosas do mundo do tênis. Venus e Serena Williams dividem títulos na categoria duplas femininas, mas também já se enfrentaram em jogos. Venus é a mais velha e no ranking mundial também está acima da irmã. Atualmente, Venus é a quinta colocada. Hoje, Serena ocupa o 22º lugar, mas em janeiro estava no primeiro após a vitória do Aberto da Austrália. Ao derrotar a irmã por 2 sets a 0, Serena conquistou sua 23ª vitória de Grand Slam em simples. Juntas, as americanas tem 30 títulos de Grand Slam, já que Venus foi campeã sete vezes.
A jogadora que integrou a Seleção Brasileira de vôlei aos 18 anos ajudou a equipe a ganhar duas Olimpíadas seguidas: em Pequim-2008 e em Londres-2012. Nos Jogos em que o vôlei feminino brasileiro se tornou bicampeão olímpico, Fabiana era a capitã e foi eleita a melhor bloqueadora da competição. Foram 14 anos dedicados à Seleção até anunciar a aposentadoria da camisa verde-amarela, em 2016. Atual jogadora do Praia Clube, Fabiana atuou em cinco times brasileiros e um turco.
Apesar de estar longe das competições este ano, Simone Biles já fez história no mundo da ginástica olímpica. Em 2016, a ginasta de 20 anos fez sucesso na sua primeira primeira participação em uma Olimpíada. Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Simone ganhou cinco medalhas, sendo quatro de ouro e uma de bronze. No mesmo ano, a atleta foi incluída na lista de 100 mulheres influentes da BBC.
O mais recente feito de Érika Miranda foi a medalha de bronze no Mundial de Judô de Budapeste, na Hungria, em agosto. A judoca brasiliense derrotou a atual campeã olímpica e bicampeã do mundo Majlinda Kelmendi, atleta do Kosovo. Esta foi a quarta medalha de Érika em mundiais, tendo subido ao pódio nas quatro últimas edições da competição, em 2013, 2014, 2015 e 2017.
A capixaba Francielly Pereira foi a única representante negra do conjunto brasileiro de ginástica rítmica nas Olimpíadas do Rio-2016, formado também por Emanuelle Lima, Gabrielle Moraes, Jéssica Maier e Morgana Gmach. “Nas Olimpíadas, eu fui a única atleta negra. É uma coisa que está melhorando cada vez mais, mas que antes já foi uma situação crítica”, observa Francielly. Aos 22 anos, a ginasta reconhece que sua participação pode ajudar outros talentos negros a se sentirem identificados e atraídos a praticar a modalidade.
A última conquista de Francielly com a Seleção Brasileira foi o ouro no Pan-Americano de ginástica rítmica, disputado em Daytona Beach, nos Estados Unidos, em outubro. A equipe brasileira venceu as anfitriãs. Em 2013, ela também ajudou o Brasil a conquistar a primeira medalha do país e da América Latina em uma série da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, com o bronze na rotina de 3 bolas e 2 fitas.
Por Maíra Nunes e Maria Eduarda Cardim
Como se não bastasse a intensidade de sentimentos por disputar os primeiros Jogos Olímpicos da…
A brasiliense Nycole Raysla, 21 anos, atacante do Benfica que vinha sendo convocada nos últimos…
Goleira do Minas Brasília, Karen Hipólito é um dos nomes novos a ter oportunidade na…
O Brasil encerrou os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com a melhor campanha da história no…
Definida pela primeira vez na disputa dos pênaltis, a final olímpica do futebol feminino terminou…
Após ser acordada com a notícia bomba do corte da oposta Tandara dos Jogos Olímpicos…