Aos 32 anos, a jogadora Cristiane anuncia a aposentadoria da Seleção Brasileira com tristeza. A atacante encerra um ciclo de 17 anos defendendo a camisa verde-amarela motivada pela demissão da técnica Emily Lima, a primeira treinadora mulher a comandar a seleção canarinha. “Para que serve o curso de treinadores que é cedido às atletas e ex-atletas se amanhã ou depois a gente não pode trabalhar ou se vai trabalhar sob pressão. É futebol feminino, mas praticamente não tem mulher”, critica Cristiane, em comunicado de despedida.
A técnica Emily Lima ficou no comando da Seleção feminina por apenas 10 meses e foi desligada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mesmo após carta assinada por 24 das 26 jogadoras da equipe pedindo a permanência dela. “Foi bem difícil para mim quando essa comissão técnica foi mandada embora. No ano passado, eu tinha me chateado bastante depois das Olimpíadas e perdido a vontade de voltar à Seleção por conta de lesão e a Emily pediu para mim e eu retornei”, conta a atacante.
Cristiane foi por duas vezes vice-campeã olímpica com o Brasil, nos Jogos de Atenas-2004 e de Pequim-2008. Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, ela tornou-se a maior artilheira do futebol em Jogos Olímpicos, tanto no feminino quanto no masculino, com 14 gols. A carreira da atacante também ficou carimbada pelo ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e de Toronto-2015. Atualmente, a jogadora atua no time chinês Changchun Yatai, mas teve passagens pela França, no PSG, Coreia do Sul, Rússia, Estados Unidos, Suécia e Alemanha, além de clubes no Brasil.
“A saída dela (Emily) foi um balde de água fria. Simplesmente tiraram essa comissão em pouquíssimo tempo, quando todas as atletas estavam gostando do trabalho, sem entender. Porque todas as outras comissões tiveram um tempo grande de trabalho e essa sequer teve oportunidade. Por quê? Por que era mulher?”
Cristiane, jogadora de futebol
Por meio do Instagram, Cristiane começa a despedida dizendo que anunciaria a decisão mais difícil da vida, e justificou a decisão: “Não vejo outra alternativa, por todos os acontecimentos e por não ter mais força para aguentar. Aguentei por 17 anos, mas não tenho mais força”. Assista:
A jogadora deixa claro que a saída não é pelo retorno do técnico Vadão ao comando da Seleção Brasileira de futebol feminina.
Por fim, Cristiane sugere o desenvolvimento de um plano para que o futebol feminino sobreviva da própria modalidade. “Por que não colocam nossas camisas à venda? Cansei de ouvir de diretor que nós só sobrevivemos por conta do dinheiro do futebol masculino”, alfineta. Veja:
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