De um lado, Millene Fernandes, 24 anos, atacante do Corinthians e artilheira da Série A do Campeonato Brasileiro Feminino, com 19 gols. Do outro, Aline Milene da Silva, 25 anos, meia-atacante da Ferroviária e autora do tento que abriu o placar do primeiro jogo da final, que terminou 1 x 1 entre os dois times, no último domingo. O caminho das duas Milenes as colocou frente à frente para disputar a decisão do Brasileirão, que terá o segundo e decisivo jogo neste domingo (29/9), às 14h, no Parque São Jorge, em São Paulo.
Apesar de estarem em lados opostos dentro de campo, as jogadoras começaram a carreira juntas, no Atlético Mineiro, e dividem a rivalidade com o carinho e a admiração que têm uma pela outra. “Foi meu primeiro time de camisa e onde eu conheci a Milene. Nós temos uma ligação de irmãs, crescemos juntas no futebol. Conversamos todos os dias, nos chamamos de irmãs, nossa família se conhece. Adversárias só dentro de campo mesmo”, destaca a jogadora do Corinthians.
Nas últimas duas semanas, Ferroviária e Corinthians se enfrentaram três vezes seguidas. Duas pela semifinal do Campeonato Paulista e uma pelo jogo de ida da final da elite nacional. No torneio estadual, o Timão eliminou as Guerreiras Grenás com duas vitórias (4 x 0 e 5 x 0) e se classificou para a final, que disputará contra o São Paulo. Já no Brasileiro, o primeiro confronto da decisão acabou empatado na Fonte Luminosa, em Araraquara, interior paulista.
A meia atacante da Ferroviária pontua que o psicológico pesou para a eliminação do torneio local. “O que aconteceu foi pelo momento de querer reverter o placar elástico do primeiro jogo (4 x 0). Dessa vez, a igualdade está dos dois lados”, confia Aline Milene.
Do outro lado, a Millene do Corinthians concorda que não será um jogo fácil. “A Ferroviária tem uma camisa de peso no futebol feminino e tradição na modalidade. Para ela, essa sequência de jogos entre as duas equipes foi importante para estudar a equipe adversária. “O lado bom é que, nesses três jogos, conseguimos um material para se preparar para a final.”
Após quatro dias do segundo jogo da semifinal do Paulista, o Parque São Jorge volta a ser palco do confronto entre Corinthians e Ferroviária, desta vez, pela decisão do Brasileirão. A jogadora da Locomotiva afirma que, apesar do primeiro jogo da final do Nacional ter sido empate, o Timão está com vantagem. “O favoritismo é delas sem dúvidas. Viemos de duas derrotas seguidas para elas no estadual com placares elásticos. Elas se classificaram em primeiro lugar no Brasileiro e decidem o título dentro de casa.”
A Milene do time de Araraquara reconhece que o favoritismo corintiano abala a Ferroviária, mas a jogadora ressalta que em jogo decisivo é diferente. “É final e temos total condição de pará-las”, completou. A xará alvinegra concorda que a decisão de quem ficará com a taça ainda está em aberto. “Não podemos fechar os olhos para a temporada que tivemos, com a sequência de vitórias, mas favoritismo em uma final é injusto. A decisão está em aberto, vai ser um jogo decidido nos 90 minutos”, ressalta a jogadora do Corinthians.
Apesar da pressão de estar jogando em solo adversário, Aline Milene comemora o sucesso de audiência da final. “Sabemos que vai ser uma festa da torcida do Corinthians, o que é bom para o futebol feminino. Será digno de uma final de campeonato.” Atacante do Corinthians, a Millene concorda e aposta que a torcida será um diferencial para o time mandante: “Eu sempre falo que a torcida presente é um jogador a mais, dá mais motivação e isso te joga para cima. Isso vai ser fundamental para conseguirmos esse título”.
Apesar de rivais na final do Brasileiro, as duas Milenes exaltam a amizade entre elas. “Eu sou amiguíssima dela, uma jogadora excepcional com um faro de gol diferenciado. Agora, estou em um lado diferente e faremos de tudo para parar ela”, avisa Aline Milene, da Ferroviária.
Do lado corintiano, Millene Fernandes também não economiza elogios à amiga que caracteriza como a principal peça da Ferroviária. “Não é à toa que está se destacando e conseguindo convocação na Seleção Brasileira. Jogadora de muita qualidade técnica, muito inteligente. Estaremos bem atentas nela”, disse.
POR MARIANA FRAGA*
*Estagiária sob supervisão de Maíra Nunes
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