Copa do Mundo: torneio transforma até a Rússia em um carnaval internacional

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Estar na Rússia e acompanhar os jogos da Copa do Mundo, por incrível que pareça, é tarefa árdua. Edifícios e igrejas coloridos, praças suntuosas e museus são concorrentes de peso. As maiores distrações, porém, são os próprios torcedores, que chegam de variadas partes do mundo. Eles invadiram a capital russa entoando cantos, cada qual no idioma da nação de origem. À medida que as partidas do dia vão se encerrando, o volume e a animação se elevam — as zoações com as equipes de maior rivalidade dentro de campo, também.

Caso queira realmente assistir a uma partida e passe por um bar com televisões, repare bem nas pessoas que estão no local antes de entrar. Se perceber brasileiros e argentinos em um mesmo ambiente, saiba que a qualquer momento uma “guerra” de cantigas será declarada. Com muito bom humor, um zomba do outro, cantarolando façanhas do respectivo país no futebol. Em questão de segundos, o jogo fica em segundo plano.

A Fan Fest é uma opção. Em Moscou, o local paramentado de telões, com capacidade para 25 mil pessoas, fica lotado em jogos de México, Brasil e Rússia. Nos intervalos dos jogos, um DJ fica responsável por animar o pessoal. O clima de festa pode, por vezes, atrapalhar a concentração dos torcedores mais fanáticos.

A oportunidade de estar no maior evento de futebol do mundo contagia as pessoas assim que saem para a rua. A farra começa nos aglomerados formados dentro dos trens e estações de metrô. Como em um baile, há trajes de gala. A camisa ou bandeira dos países ganham status de grife. O torcedor se torna cobiçado por lentes fotográficas. A medir pela quantidade de vezes que é abordado para tirar fotos, o brasileiro vestido com chapéus, cocares e demais adereços verde-amarelos vira uma celebridade.

A Copa do Mundo, portanto, transforma qualquer lugar em um carnaval internacional. A batucada em território russo é acompanhada por sotaques variados. E a animação faz estrangeiros entenderem até o idioma local. Claro que a proximidade das culturas facilita o contato. Os mexicanos, que invadiram Moscou para a estreia na Copa com vitória sobre a Alemanha, se juntam aos brasileiros para zombar os argentinos. Os hermanos, porém, não ficam de fora, por mais que a canção compartilhada entre os países do mesmo continente brinque ao exaltar: “América Latina, menos Argentina”.

Por Maíra Nunes

Maria Eduarda Cardim

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