Copa América: tudo o que você precisa saber sobre o torneio feminino

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Começa nesta quarta-feira (4/4) a Copa América de futebol feminino. Realizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), o torneio é a principal competição da Seleção Brasileira feminina neste ano, que briga pelo sétimo título. Disputado desde 1991, o campeonato foi realizado pela primeira vez no Brasil, em Maringá, e já foi disputado sete vezes. As brasileiras ganharam seis delas e perderam somente uma vez a final do torneio para a Argentina, em 2006.

Além do Brasil, outras 9 nove seleções brigam pelo título da competição continental. O campeonato também dará duas vagas diretas e uma para a repescagem da Copa do Mundo, em 2019, duas para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e quatro para o Pan-Americano, em 2019.

Grupo A: Chile, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Peru

Grupo B: Brasil, Equador, Argentina, Venezuela e Bolívia

Veja o perfil de cada seleção

Chile

Foto: Carlos Parra/ANFP

Anfitrião pela primeira vez da Copa América de futebol feminino, o Chile busca a vaga inédita para a Copa do Mundo, que ocorrerá na França, em 2019. Para isso, precisam chegar à final. Las Chicas de Rojo, como são chamadas, contam com um elenco jovem em que 10 das 22 jogadoras atuam fora do país — três delas, no Brasil: as meias Karen Araya e Claudia Soto, pelo Audax; além da atacante Yessenia López, pelo 3B que disputará a Série A2 do Brasileirão. No Chile, a Liga Nacional conta com uma disparidade grande entre as equipes que a disputam. O maior campeão do torneio nacional é o Colo Colo, com 12 títulos. O time também foi finalista da Libertadores por quatro vezes: em 2011, 2012, 2015 e 2017. Sagrou-se campeão em 2012, sob o comando de José Letelier, que agora é técnico da seleção do Chile.

Técnico: José Letelier
Principal jogadora: goleira e capitã Christiane Endler; atua no Paris Saint Germain
Estreia: contra Paraguai, às 19h, nesta quarta-feira (4/4)
Melhor campanha na competição: vice-campeã em 1991
Posição no ranking da Fifa: 40º lugar

Colômbia

Foto: Cynthia Hobgood/OGM

Ao lado do Brasil, a Colômbia é a equipe mais cotada a chegar na final da Copa América do Chile e, consequentemente, a conquistar a vaga direta à Copa do Mundo de 2019. Mas a equipe quer ir além: busca conquistar o título inédito no torneio continental após bater na trave nas duas últimas edições, em que perdeu as decisões para o Brasil em 2010 e 2014. Desde a primeira classificação à Copa do Mundo, em 2010, a seleção colombiana viu o futebol feminino se desenvolver no país, como a criação de uma liga profissional em 2017. O torneio contou com 18 times e teve jogos disputados antes de jogos do campeonato masculino para aumentar a visibilidade. Deu certo: a final da liga feminina vencida pelo Independiente Santa Fé sobre o Atlético Huila, por exemplo, contou com mais de 33.000 pessoas no Estádio El Campín, em Bogotá.

Técnico: Nélson Abadía
Principal jogadora: Yoreli Rincon, meia e camisa 10 daquelas clássicas
Estreia: contra Uruguai, às 16h45, nesta quarta-feira (4/4)
Melhor campanha na competição: vice-campeã em 2010 e 2014
Posição no ranking da Fifa: 24º lugar

Paraguai

Foto: APF/Divulgação

A melhor campanha do Paraguai na Copa América foi em 2006, na única edição em que a equipe avançou à segunda fase da competição. Na última, em 2014, o Paraguai teve o melhor ataque da primeira fase, com 14 gols em quatro jogos, um deles foi a goleada por 10 x 2 sobre a Bolívia. A seleção, porém, estava no grupo de Brasil e Argentina e não se classificou. Para este ano, o desafio promete ser o tempo para o técnico Rubén Subeldía ajeitar a equipe, já que assumiu o comando da seleção paraguaia em janeiro. Conhecida como Albirroja, a equipe equilibra experiência, como a da capitã Verónica Riveros, volante do clube curitibano Foz Cataratas;  com jovens promessas, como a atacante Jessica Matinez, destaque no título do campeão Sportivo Limpeño na Copa Libertadores de 2016 e reforço do Santos para temporada 2018.

Técnico: Ruben Subeldía
Principal jogadora: Jessica Martinez, destaque da Libertadores 2016 com Sportivo Limpeñom, é uma promessa para seleção paraguaia e para o Santos em 2018
Estreia: contra Chile, às 19h, nesta quarta-feira (4/4)
Melhor campanha na competição: avançou à segunda fase em 2006, terminando na 4ª colocação
Posição no ranking da Fifa: 50º lugar

Uruguai

Foto: AUF/Divulgação

O Uruguai é pouco desenvolvido no futebol feminino. Nunca disputou uma Copa do Mundo e a melhor campanha na Copa América foi obtida em 2006, quando terminou a competição na terceira colocação. Já que não há grandes expectativas em relação aos resultados em campo, a seleção almeja ver como a jovem Yamila Badell se sairá na competição sul-americana adulta. Filha de ex-jogador, ela marcou dois gols no primeiro mundial sub-17 feminino que a seleção uruguaia disputou e chamou atenção.

Técnico: Ariel Longo
Principal jogadora: Yamila Badell, jovem promessa uruguaia que atua no time espanhol CD Tacon
Estreia: contra Colômbia, às 16h45, nesta quarta-feira (4/4)
Melhor campanha na competição: terceira colocação em 2006
Posição no ranking da Fifa: 68º lugar

Peru

Foto: FPF/Divulgação

La Blanquirroja, como é chamada a seleção peruana, não é um representante forte no futebol feminino mundial. O melhor resultado da equipe na Copa América foi em 1998, quando ficou com a terceira colocação. Na edição seguinte, de 2003, não chegou a pegar pódio, mas teve a honra de sediar o torneio continental. O Campeonato Peruano da modalidade é disputado anualmente desde 2009 e garante ao vencedor vaga na Copa Libertadores. Sport Girls e o Universitario são os times que mais levantaram a taça do torneio, com três títulos cada.

Técnico: Ytalo Manzo Santos
Principal jogadora: Xioczana González, jogadora do Sport Girls
Estreia: contra Paraguai, às 16h45, nesta sexta-feira (6/4)
Melhor campanha na competição: terceira colocação em 1998
Posição no ranking da Fifa: 59º lugar

Brasil

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

O país é, de longe, o favorito ao título da competição e busca vencer o torneio pela sétima vez. A grande “novidade” na Seleção Brasileira é a presença de atletas veteranas, como Formiga e Cristiane, que voltaram a jogar com a camisa verde e amarela após anunciarem a aposentadoria. Comandada pelo técnico Vadão e liderada por Marta, eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo, a Seleção busca por mais uma vez a vaga na Copa do Mundo, competição da qual o país nunca deixou de participar. Um dos últimos resultados das brasileiras foi o quarto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Técnico: Vadão
Principal jogadora: Marta, atacante do Orlando Pride e eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo
Estreia: contra a Argentina, às 19h, nesta quinta-feira (5/4)
Melhor campanha na competição: campeã em (1991, 1995, 1998, 2003, 2010, 2014)
Posição no ranking da Fifa: 8º lugar

Venezuela

Foto: Steve Bardens/FIFA

Comandada pelo técnico José Catoya, a seleção venezuela tem como destaque a atacante de 18 anos Deyna Castellanos. Em 2017, a jogadora foi finalista do prêmio Puskás e também foi indicada ao prêmio de melhor jogadora do mundo. A atleta foi a terceira mulher a se tornar finalista na disputa pelo prêmio que existe desde 2009 e elege o gol mais bonito do ano. O time também tem jogadoras que atuam no Brasil, como é o caso da volante Paola Villamizar e da goleira Lisbeth Castro, que jogam no Corinthians.

Técnico: José Catoya
Principal jogadora: Deyna Castellanos, indicada ao prêmio de melhor jogadora do mundo e finalista do prêmio Puskás em 2017
Estreia: contra o Equador, às 16h45, nesta quinta-feira (5/4)
Melhor campanha na competição: terceira colocação em 1991
Posição no ranking da Fifa: 64º lugar

Argentina

Foto: Pedro Ernesto Azevedo/Santos FC

O técnico Carlos Borrello tenta repetir, este ano, a conquista alcançada em 2006. Borrello comandou a Argentina rumo ao primeiro título do torneio e venceu a competição sediada no próprio país. Este ano, o treinador conta com a ajuda da jogadora Sole Jaimes, um dos destaques do time. Ano passado, a atacante se sobressaiu nos campos brasileiros. Sole foi artilheira e venceu a série A do Brasileirão com o Santos. Vale lembrar que as jogadoras da Argentina passaram recentemente por momentos tensos fora de campo. Em setembro do ano passado, a seleção feminina fez uma greve por melhores condições de trabalho. Na época, o time feminino deixou de comparecer a um dos treinos e pediu melhorias.

Técnico: Carlos Borrello
Principal jogadora: Sole Jaimes, jogadora da equipe Dalian Quanjian FC
Estreia: contra o Brasil, às 19h, nesta quinta-feira (5/4)
Melhor campanha na competição: campeã em 2006
Posição no ranking da Fifa: 37º lugar

Equador

Foto: Adam Pretty/FIFA

A equipe equatoriana fez história na última Copa América ao conquistar o terceiro lugar da competição, em 2014. Este ano, o time comandado pela técnica Wendy Villón desde dezembro do ano passado pretende atingir um resultado ainda melhor. Uma das motivações é a vaga para a Copa do Mundo da França, em 2019. A equipe só participou uma vez do torneio mundial, em 2015. Um dos destaques do time é a lateral direita Kerlly Real, de 19 anos. A jogadora atual pelo Málaga desde outubro de 2017.

Técnica: Wendy Villón
Principal jogadora: Kerlly Real
Estreia: contra a Venezuela, às 16h45, nesta quinta-feira (5/4)
Melhor campanha na competição: terceira colocação em 2014
Posição no ranking da Fifa: 118º lugar

Bolívia

Foto: Federação de Futebol da Bolívia/Divulgação

A seleção boliviana pode ser um dos times mais fracos do grupo B, mas conta com a ajuda de um dos destaques da Libertadores de 2017. Maitte Zamorano é jogadora do clube boliviano Deportivo Ita e foi artilheira do torneio com quatro gols. Além de jogadora, Maitte foi velocista e representou o atletismo boliviano. Se obter sucesso na Copa América, a jogadora de 37 anos poderá classificar a Bolívia para a sua primeira Copa do Mundo.

Técnico: Weimar Delgado
Principal jogadora: Maitte Zamorano
Estreia: contra a Argentina, às 16h45, neste sábado (7/4)
Melhor campanha na competição: quinto lugar em 1995
Posição no ranking da Fifa: 84º lugar

Por Maíra Nunes e Maria Eduarda Cardim

Maria Eduarda Cardim

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