A cada Copa, o Brasil para diante da televisão para acompanhar a Seleção Brasileira. Em 2014, a experiência foi ainda mais intensa: vivenciamos o Mundial em casa e contamos com a presença maciça dos nossos vizinhos sul-americanos. Uma festa que, mesmo diante dos 7 x 1 para a Alemanha, não desencorajou os brasileiros a serem o terceiro país comprar mais ingressos para a Copa da Rússia, com número superior a 72 mil bilhetes, atrás apenas da Rússia e dos Estados Unidos.
E nossos vizinhos nos acompanharam: Colômbia, foi o quarto maior comprador (com 65.234 ingressos); México, o sexto (60.302); Argentina, o sétimo (54.031); e o Peru, oitavo (43.583). Tenho a impressão de que, após verem de perto o evento no Brasil, os latinos passaram a vislumbrar a Copa do Mundo como algo possível — mesmo que num país distante mais de 12 mil quilômetros, como a Rússia. E foram as nações latinas que, juntas, começaram a impor a atmosfera festiva da Copa em território russo.
Enquanto o clima de Copa do Mundo começou acanhado no Brasil — sem ruas pintadas e enfeitadas com bandeirinhas, da forma como ocorreu nas edições anteriores —, a euforia dos torcedores da Seleção que estavam na Rússia era enorme. Ainda assim, a animação de argentinos e mexicanos parecia imbatível — mas parecia, apenas. Aos poucos, a forma de torcer dos brasileiros ganhava novos contornos, justamente num país onde o futebol perde em termos de popularidade para o hóquei no gelo, por exemplo.
Em São Petersburgo, vi de longe os argentinos fazerem a tradicional “bagunça” que os caracterizam. Foi quando ouvi, do outro lado, os brasileiros responderem com gritos tão variados e criativos quanto os nossos tradicionais rivais. Os preferidos dos fãs do país pentacampeão mundial são, claro, os que brincam com os hermanos. Nem uma russa que tentava ser convencida por argentinos a torcer pela equipe do atacante eleito cinco vezes melhor do mundo resistiu. A resposta à pressão argentina, ao lado de um torcedor com a bandeira do Brasil pendurada nas costas, foi: “Ô, Messi, tchau. Messi, tchau. Messi, tchau, tchau, tchau”.
Coitado do craque, que ainda foi alvo de comparação com um jogador um tanto quanto caricato no Brasil, por meio da paródia da música A luz de Tieta, de Caetano Veloso: “Êta, êta, êta, êta… O Messi não tem Copa, quem tem Copa é o Vampeta”. Onde a Seleção Brasileira joga, os brasileiros transformam as cidades russas em verdadeiro carnaval. Da presença na porta do hotel da equipe comandada por Tite às arquibancadas do estádio.
E a farra continua seja no bar marcado para ocorrer a concentração da torcida antes do jogo, seja em ocasiões ao acaso, como dentro do metrô nas saídas das partidas. Por meio das redes sociais, os cantos se difundiram tanto entre os torcedores que estão na Rússia quanto entre os fãs no Brasil. O que mais embalou foi o que relembra cada título do Brasil no Mundial: “58 foi Pelé/Em meia dois foi o Mané/Em sete zero, o Esquadrão/ Primeiro a ser tricampeão/ Ôôôô… 94, Romário/ 2002, Fenômeno/ Primeiro tetracampeão/ Único penta é Brasilzão/ Olê olê olêêê”. Como Neymar e cia. retribuíram em campo, a confiança reacendeu o clima de Copa do Mundo que estamos acostumados a viver a cada quatro anos. E os brasileiros, enfim, estão torcendo para a Seleção com a mesma empolgação que torcem pelos clubes.
Como se não bastasse a intensidade de sentimentos por disputar os primeiros Jogos Olímpicos da…
A brasiliense Nycole Raysla, 21 anos, atacante do Benfica que vinha sendo convocada nos últimos…
Goleira do Minas Brasília, Karen Hipólito é um dos nomes novos a ter oportunidade na…
O Brasil encerrou os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com a melhor campanha da história no…
Definida pela primeira vez na disputa dos pênaltis, a final olímpica do futebol feminino terminou…
Após ser acordada com a notícia bomba do corte da oposta Tandara dos Jogos Olímpicos…