Surfe feminino ganha campeonato virtual no Brasil

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Quem poderia imaginar que um dia seria possível disputar um campeonato de surfe virtual? Atualmente, isso é possível graças a interação das redes sociais. Para a surfista Marina Werneck, a internet pode, inclusive, ajudar o esporte na descoberta de novos talentos. Foi a partir dessa ideia que Marina criou o Campeonato SeaFlowers Digital.

Dedicado ao surfe feminino, o campeonato digital será lançado nesta quinta-feira (9/11), mas a fase classificatória só acontecerá em janeiro. A primeira etapa da competição consiste na postagem de vídeos através do Instagram. Os 18 vídeos mais curtidos ganharão a vaga para a competição principal, que não tem limite de idade. “O objetivo é conhecer diferentes meninas e dar oportunidades a todas elas”, afirmou Marina ao blog Elas no Ataque.

Para a surfista, algumas atletas não têm a oportunidade de participar de eventos por falta de patrocínio ou outros motivos. “Com as redes sociais, nós podemos criar um relacionamento, revelar talentos e unir o surfe feminino cada vez mais”, acredita Marina. A única restrição é que os vídeos sejam filmados em praias do Brasil.

Após a fase classificatória, a competição funcionará como o Circuito Mundial de Surfe (WCT). As competidoras disputam as baterias e os vídeos com mais votos avançam. A avaliação será feita pelo júri técnico e popular. Ao lado de Marina, a tricampeã mundial de surfe feminino Carissa Moore será jurada técnica. Além disso, mais um convidado especial será chamado para compor a banca de cada nova etapa.

Na votação popular, realizada através do Facebook, os votos do público valerão 2 pontos. A vencedora do SeaFlowers Digital ganha uma viagem para as Ilhas Maldivas ao lado de Marina.

Inspiração

A inspiração veio de um campeonato virtual criado pelo surfista Adriano de Souza, o Mineirinho, em fevereiro. A competição era direcionada a garotos até 14 anos. “Me inspirei nessa competição, mas a ideia é fazer o surfe feminino bombar”, conta. Marina acredita que o momento é propício para o crescimento da modalidade.

Com a inclusão do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, a surfista acredita que o esporte está sendo visto com um olhar positivo. “O surfe feminino ainda é menos divulgado do que o masculino, mas já vi uma mudança muito boa nesse cenário”, analisa.

Praticante de surfe desde os cinco anos, Marina dedicou parte da carreira de surfista profissional aos campeonatos. Hoje, aos 29 anos, ela mudou o foco e segue carreira como freesurfer. O termo é utilizado para definir o surfista que não participa de competições.

De acordo com a carioca, é uma carreira relacionada com o marketing e dedicada à divulgação do esporte. “Criei meu canal no youtube. Meu objetivo é divulgar o surfe e criar um legado no surfe feminino”, ressalta.

Maria Eduarda Cardim

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