Equipe de sessentonas disputa Sul-Americano de canoa havaiana

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Alto-astral e coragem resumem a primeira equipe sexagenária de canoa havaiana do Brasil. As Sexy Girls vão se aventurar nesta quinta-feira (16/11) no mar em Lima, no Peru, na disputa do Campeonato Sul-Americano da modalidade. A turma competirá na maratona de 12km da categoria acima de 60 anos. E já tem vaga assegurada no Mundial, em 2018. Sediado em Brasília, o grupo do clube inspirou a criação de outra equipe de sessentonas em Vitória (ES).

A maioria das Sexy Girls está aposentada. Eliane Rodrigues, 60 anos, é a única que ainda trabalha. Há um ano e meio, a pesquisadora concilia a vida de atleta máster com a atividade na Universidade de Brasília. “As férias e qualquer folga são dedicadas ao esporte”, afirma. Já as amigas contam com mais liberdade para viajar e competir. Melissa Loei, 63; Letícia Antonioli, 65; e Elizabeth Presscott, 63, encontraram na canoagem um novo desafio após a aposentadoria.

O esporte proporcionou diferentes benefícios para cada uma delas. No caso de Letícia, a autoestima foi resgatada. Eliane, por sua vez, ganhou um novo grupo de amigos e até conseguiu incentivar o marido, que atualmente também é praticante de canoa havaiana. Já Elizabeth curou uma inflamação na lombar com a ajuda da modalidade. E Melissa, a canoísta mais experiente da turma, conseguiu ocupar o tempo livre.

Na canoagem desde 2001, Melissa se aposentou há cinco anos e confessa que a atividade física a ajudou na transição para a aposentaria. “Se não tiver uma coisa engatilhada para depois de parar de trabalhar, você se vê de repente sem nada, porque o normal era estar sem tempo e sempre correndo”, avalia.

O elo entre as integrantes do Sexy Girls foi Diana Nishimura, 43, a mais tarimbada no quesito remadora. Além de treinadora, ela era responsável pelo leme da equipe. “Como não tinham experiência, elas também não se sentiam confiantes para comandar a direção da embarcação”, explica. Eram dela as palavras de motivação para que as colegas encarassem o medo de a canoa virar no meio de uma prova.

Desafio

A equipe que disputa o Sul-Americano tem oito pessoas, duas delas são de Vitória, as mesmas que levaram a ideia para além do Planalto Central, criando o segundo time feminino da categoria no país.

A primeira vez que as Sexy Girls participaram de uma competição no mar, no Rio de Janeiro, foi marcante ou “terrível”, na definição de Eliane, praticante há um ano e meio. “O mar estava agitado, e tínhamos que dobrar a pedra do Leme, mas conseguimos. Vimos barcos virando, mas nós ficamos firmes”, conta orgulhosa. “Foi muito bom e continua sendo.”

Diana observa que a canoa cria uma espécie de valentia nos praticantes. Ela descreve a modalidade como fácil de se praticar, confortável, que pode ser coletiva e envolve uma atividade aeróbica, características que motivam as pessoas a continuarem remando.

No caso das Sexy Girls, o esforço físico dos treinos também ganha contornos de distração, em meio a boas risadas. As competições são ótimos motivos para viajarem a novos destinos. Em resumo, uma prática que se revela saudável para corpo e mente. “Bora remar para melhor navegar a vida”, filosofa Letícia, que iniciou a modalidade neste ano e se encantou.

Por Maíra Nunes e Maria Eduarda Cardim

Maria Eduarda Cardim

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