Após ser acordada com a notícia bomba do corte da oposta Tandara dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 por “potencial violação de regra antidopagem”, a Seleção Brasileira feminina de vôlei colocou a cabeça no lugar e entrou focada para a semifinal contra a Coreia do Sul, na Ariake Arena, em Tóquio, na manhã desta sexta-feira (6/8) no Brasil (noite no Japão). Sem dar chances, as brasileiras atropelaram as adversárias por 3 sets a 0 (25/16, 25/16 e 26/16), garantindo vaga na final, a terceira da equipe nas últimas quatro edições olímpicas.
A decisão pelo ouro será no domingo (08/08), à 1h30, contra os Estados Unidos, que passaram pela Sérvia nas semifinais também por 3 x 0. O Brasil busca o tricampeonato olímpico – o país ficou com o ouro em Pequim-2008 e Londres-2012. Já a seleção norte-americana tentará a inédita medalha dourada olímpica nos Jogos de Tóquio.
O Brasil começou o duelo contra a Coreia do Sul com Rosamaria no lugar de Tandara, que já voltava para o Brasil no momento do jogo. Rosamaria, que entrou como titular pela primeira vez na partida valendo vaga na decisão, lidou bem com o desafio e teve bom desempenho em quadra. Em mais uma ótima apresentação de Fê Garay e Gabi, o time abriu vantagem logo no início do jogo, com 5 x 2.
Apesar de a Coreia imprimir bom volume de jogo, as comandadas de José Roberto Guimarães não deram chances de reação, ampliando a vantagem para 5 pontos, em 17 x 12. Depois, apenas administrou a disputa até fechar em 25 x 16.
Outra jogadora que atua no clima da superação é a levantadora Macris, que nem parecia ainda estar sentindo desconforto pela torção no tornozelo direito. No segundo set, a levantadora marcou o segundo ponto dela no confronto surpreendendo a adversária com a bola de segunda, como é característica dela.
Zé Roberto ainda colocou Roberta e Natália no lugar da Macris e Rosamaria na inversão de cinco um. As duas entraram bem e mantiveram o domínio sobre a equipe asiática. Com todos os fundamentos funcionando muito bem, o Brasil venceu a segunda parcial, novamente por 25 x 16.
Como já é característica dos jogos de vôlei, o DJ embalou a trilha sonora da boa partida do Brasil. Mas o austríaco Michael Staribacher, o DJ Stari, inovou na semifinal. Além do tradicional som “Que tiro foi esse” após os ataques potentes da ponteira Fê Garay, ele tocou “Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, Gabriela” para os pontos da Gabi, que voltou a atuar inspirada, marcando a regularidade da ótima ponteira brasileira.
A música tocou repetidas vezes na Ariake Arena. A central Carol também ganhou música com o nome dela ao marcar o dela. Até Rosamaria ganhou homenagem, com uma canção que falava “Um dia encontrei Rosamaria, na beira da praia”.
Nesse clima, a Seleção brasileira deu mais um passeio no terceiro set. Sem dar sequer respiro para as coreanas, o Brasil chegou na metade do set com um novo placar elástico: 16 x 10. O desfecho foi o mesmo das outras parciais: 25 x 16. Com a vaga na final sacramentada, a comemoração brasileira teve uma explosão de alegria por parte das jogadoras e da comissão técnica do Brasil.
O time feminino de vôlei passou por um ciclo olímpico muito complicado. Com um elenco renovado, chegou desacreditado nos Jogos de Tóquio-2020 e mostrou a força da união do grupo, que durante o torneio ainda superou a lesão da Macris e o desfalque de uma das principais atacantes do elenco. Trajetória recompensada com mais uma disputa pelo ouro olímpico.
O único lamento é por Tandara não estar presente nesta festa. A suspensão provisória da jogadora e o consequente desligamento dela dos Jogos Olímpicos foi devido à constatação de ostarina (substância que pertence à categoria de anabolizantes), em exame realizado em 7 de julho, antes do embarque para o Japão, na preparação no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em Saquarema, no Rio de Janeiro. A jogadora disse, por meio de nota, que “está trabalhando em sua defesa e só se manifestará após a conclusão do caso”.
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