Brasil e Holanda entraram em campo em Miyagi, no Japão, para o confronto que poderia decidir a liderança do Grupo F. Apesar de sair atrás logo aos 2 minutos, a Seleção Brasileira não se intimidou e fez um jogão muito movimentado na manhã deste sábado (no Brasil), na segunda rodada do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A partida terminou com seis gols no empate em 3 x 3.
Miedema balançou as redes duas vezes e Dominque Janssen uma para a Holanda. Já o Brasil contou com grande desempenho de Debinha e Ludmilla, que entrou no segundo tempo, para bater de frente com as atuais campeãs mundiais em uma partida extremamente equilibrada. As duas atacantes marcaram gol para o Brasil, que ainda contou com um de Marta, de pênalti.
A camisa 10 do Brasil chegou ao terceiro gol dela nesta edição olímpica e ao 13º somando as cinco participações dela no torneio. Marta, que já é a maior artilheira de Copas do Mundo, está a um gol de se igualar à Cristiane como também maior goleadora em Olimpíadas.
Jogo eletrizante desde o 2º minuto
A Holanda abriu o placar na primeira chegada ao ataque. A craque da equipe, Vivianne Miedema recebeu uma bola no meio da grande área sem marcação, a zagueira Érika deu o bote e viu a holandesa girar bonito sobre ela e chutar de esquerda no canto da goleira Bárbara, aos dois minutos de jogo.
O forte poder ofensivo da seleção holandesa havia sido ressaltado pela técnica Pia Sundhage. Mas a treinadora do Brasil também destacou a vulnerabilidade da defesa adversária e que tentaria explorá-la com a velocidade das atacantes brasileiras.
A primeira chance do empate surgiu em uma jogada duvidosa, que a arbitragem precisou esclarecer no VAR (recurso de vídeo). Após escanteio cobrado pelo Brasil, a bola foi cabeceada para o alto e a árbitra australiana Kate Jacewicz marcou pênalti entendendo que a goleira holandesa fez falta ao disputar a bola no alto com a brasileira Érika. Mas, depois de rever a jogada, a arbitragem retirou a marcação.
Ainda assim, o gol do Brasil não demorou. Aos 15 minutos, Debinha mostrou por que chega aos Jogos de Tóquio como uma das protagonistas da Era Pia no país. A jogada começou com ela, que passou para Duda e correu para se apresentar dentro da área no cruzamento para dentro da área. O chute pegou na Van der Gragt, mas deu rebote e, então, a camisa 9 não perdoou. Debinha empatou para o Brasil, marcando o segundo dela nesta Olimpíada e o 14º sob comando da sueca.
Esses primeiros minutos deram o tom do ritmo intenso de todo o confronto, com as duas equipes conseguindo ser muito agressivas nas oportunidades que criaram ao se jogarem ao ataque. Após chegar ao empate, o Brasil teve mais posse de bola no setor ofensivo, mas a Holanda chegou com muito perigo nas jogadas de velocidade, explorando com facilidade a lateral com a ponta esquerda Marten em cima das defensoras brasileiras Bruna Benites e Érika.
É hoje! Ludmila incendeia o segundo tempo
A Seleção Brasileira voltou do intervalo com três substituições. Formiga, Duda e Bia Zanerrato deixaram o campo para as entradas de Andressa Alves, Ludmilla e Angelina. O enredo do segundo tempo, porém, começou bem parecido ao primeiro. Aos 13 minutos, a Holanda voltou a ficar em vantagem com Miedema, desta vez, de cabeça, em jogada que teve falha da marcação brasileira sobre a principal atacnte holandesa e da goleira Bárbara.
Três minutos depois, Ludmila começou a desequilibrar para o Brasil. Assim como diz a música da xará dela: “É hoje”. A atacante do Atletico de Madrid fez boa jogada individual em uma arrancada e foi derrubada em cima da linha da grande área. A árbitra marcou a penalidade e Marta bateu com categoria para empatar: 2 x 2.
Ludmila, que deu muito volume ofensivo ao Brasil, voltou a ser decisiva aos 22 minutos. Com a marcação alta, ela aproveitou um erro de passe da Holanda dentro da área, robou a bola e saiu na cara da goleira Van Veenendall. Com categoria, a atacante driblou a arqueira e colocou o Brasil em vantagem. Com 3 x 2 para o Brasil, a vontade era de escutar Ludmila, a cantora, aumentando o som com “Cheguei. Cheguei chegando, bagunçando a zorra toda”.
Janssen fecha a conta com golaço de falta
Mas Dominque Janssen não parecia curtir muito o funk brasileiro. Aos 33 minutos, a lateral holandesa acertou uma linda cobrança de falta no ângulo da goleira Bárbara e fechou a conta, deixando tudo igual no duelo: 3 x 3. Com o resultado, Holanda e Brasil somam 4 pontos, com as brasileiras na liderança do Grupo F por causa do saldo de gols.
Na próxima rodada, a seleção Brasileira encerra a fase de grupos contra a Zambia, na terça-feira (27/7), às 8h30 (horário de Brasília). Meia hora mais cedo, as holandesas encaram a China. Esses duelos encerrarão a fase classificatória. Quem avançar em primeiro da chave de Brasil e Holanda enfrentará o segundo colocado do G, dos favoritos Estados Unidos e Suécia. Já o segundo colocado pegará o segundo do Grupo E, que tem Canadá, Inglaterra e Japão, teoricamente adversários menos cascudos.
“O que eu quero é jogar. Se começando a partida ou entrando no segundo tempo, não importa: quero jogar, ser feliz e ajudar a Seleção. Hoje eu pude sentir o que a Marta, a Bia e a Debinha sentem: marcar gols importantes em Jogos Olímpicos”
Ludmila, após estreia nas Olimpíadas de Tóquio com duas participações diretas em gol
“Sabíamos que seria um jogo difícil, se pensar em tudo que fizemos durante a partida, mas foi um jogo equilibrado e qualquer uma das duas equipes poderia sair com a vitória”
Marta, camisa 10 do Brasil
FICHA TÉCNICA
Holanda 3
Van Veenendaal; Wilms, Nouwen, Van der Gragt e Janseen; Groenen, Van de Donk e Roord; Martens, Miedema e Van de Sanden. Técnica: Sarina Wiegman.
Brasil 3
Barbara; Bruna Benites, Erika, Rafaelle e Tamires; Formiga (Angelina), Andressinha, Duda (Ludmilla) e Marta; Debinha e Bia Zaneratto (Andressa Alves). Técnica: Pia Sundhage.
Gols: Miedema (02min/1°T e 13min/2°T) Janssen (33min2/T°) / Debinha (15min/1°T) Marta (16min/2T°) e Ludmilla (22min/2T°)
Cartoes amarelos: Van Der Gragt (Holanda) / Ludmilla (Brasil)
Ábritra: Kate Jacewicz (Austrália)
Local: Miyagi Stadium, em Miyagi, no Japão.