A Seleção Brasileira estreia nesta quinta-feira (5/4), às 19h, na Copa América de futebol feminino em um jogo que não poderia ser mais emocionante. No estádio Coquimbo, no Chile, Marta e companhia encaram a Argentina pelo Grupo B da principal competição do ano para a equipe. As campeãs e as segundas colocadas carimbam o passaporte para a Copa do Mundo da França, em 2019, e para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Os quatro times mais bem posicionados ainda garantem vaga para o Pan-Americano de 2019.
As brasileiras são as favoritas ao título, que será disputado em um quadrangular final de 16 a 22 de abril. Das sete edições do torneio, o Brasil perdeu apenas uma, em 2006, quando foi batido na final justamente pela Argentina.
A grande “novidade” da equipe brasileira na busca do sétimo título na Copa América é a presença das veteranas Formiga e Cristiane, que voltam a jogar com a camisa verde-amarela após anunciarem a aposentadoria, respectivamente, no fim de 2016 e em setembro de 2017. Os dois reforços aceitaram retornar à Seleção após insistência do técnico Vadão, que reassumiu o comando da equipe após a polêmica demissão da treinadora Emily Lima, a primeira mulher a assumir o cargo, em setembro do ano passado.
As duas jogadoras levam experiência ao elenco que conta com média de 26,5 anos de idade. Principal responsável por elevar esta média, a meia Formiga segue jogando em alto nível no Paris Saint-Germain aos 40 anos. Outras duas estrelas do Brasil completam o trio acima dos 30 anos. Maior artilheira em Olimpíadas, com 14 gols, Cristiane está com 32 anos e atua no futebol chinês pelo clube Changchun. Com a mesma idade, Marta, eleita cinco vezes melhor jogadora de futebol do mundo, defende o Orlando Pride, dos Estados Unidos.
Técnico do Brasil nas Olimpíadas do Rio-2016, Vadão repetiu 16 nomes dos 18 que fizeram parte da campanha que rendeu a quarta colocação nas Olimpíadas — apenas a zagueira Bruna Benites e a lateral Fabiana não voltaram a ser convocadas para a Copa América.
Na última edição da Copa América, em 2014, no Equador, a Seleção Brasileira teve a ausência de Marta por não ter sido liberada pelo Rosengard, clube sueco que jogava na época. Na ocasião, Vadão já era técnico do Brasil e também não pôde contar com Rosana e Debinha pelo mesmo motivo. Neste ano, Debinha até foi a última a se juntar ao elenco, mas a atacante do North Carolina Courage se apresentou direto em La Serena, no Chile, e está a disposição da Seleção para o torneio.
As caras novas da Seleção Brasileira
Quem assistiu a essa turma pela televisão e ainda está achando tudo novo por estar no grupo da Seleção principal é a zagueira Daiane Limeira, 20 anos. Mineira de uma família de 26 irmãos em Uberlândia, Daiane foi revelada na Escolinha do Flamengo, no Triângulo Mineiro, e chegou a jogar na categoria de base do Centro Olímpico, em São Paulo. Mas por falta de recursos financeiros, voltou para a casa dos pais.
Depois, o Kinderman a contratou para a base e foi no time catarinense que ela se profissionalizou, aos 16 anos. Aos 17, Daiane foi convocada para a Seleção sub-20. Hoje, aos 20, atua na Noruega pelo Avaldsnes e estreia no time nacional principal na Copa América. “A diferença é grande. A intensidade é outra, mas estou me sentindo bem. As meninas me acolheram muito bem e estou muito feliz”, comemora Daiane.
Outra novata na equipe é a meia Aline Milene, que atua na liga universitária dos Estados Unidos, pelo Baylor University. “É um sonho virando realidade. Acho que é um sonho de toda menina que joga futebol no Brasil representar a Seleção e poder jogar ao lado de grandes jogadoras”, resume a atleta, que também passou pela base da Seleção Brasileira antes de integrar a equipe principal.
Brasil “estrangeiro”
A maioria do elenco que defenderá o Brasil na Copa América do Chile atua nos Estados Unidos. No Orlando Pride, Marta joga ao lado de duas companheiras de Seleção: a lateral Poliana e a zagueira Mônica. Ao todo, a Seleção Brasileira conta com sete atletas que defendem times norte-americanos.
Das 22 convocadas por Vadão, apenas cinco jogam no Brasil. As goleiras Bárbara, do Kindermann; Aline, da Seleção Permanente da CBF; e Letícia Izidoro, do Corinthians, time que conta também com a atacante Millene Karine. Raquel, atacante do Ferroviária, fecha a lista das jogadoras que atuam no país.
O caminho do Brasil na Copa América
Depois de encarar a Argentina nesta quinta-feira (5/4), o Brasil terá pela frente o Equador no sábado (7/4), a Venezuela no próximo dia 11 e depois fechará a campanha na primeira fase da Copa América contra a Bolívia, em 13 de abril.
Estes confrontos serão válidos pelo Grupo B, no qual os dois times mais bem posicionados avançarão ao quadrangular final que será disputado em sistema de pontos corridos. Na chave A, estão as seleções de Chile, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Peru. O guia, com detalhes de cada seleção, pode ser visto aqui.
Contra Argentina, Brasil vai a campo com: Bárbara, Rilany, Mônica, Rafaelle e Tamires; Marta, Formiga, Thaisa e Thaisinha; Bia Zaneratto e Cristiane.
Agenda de jogos do Brasil
1ª fase – Grupo B
Quinta-feira (5/4): Brasil x Argentina
Sábado (7/4): Brasil x Equador
11/4: Brasil x Venezuela
13/4: Brasil x Bolívia
One thought on “Brasil tenta ampliar monopólio na Copa América; estreia é hoje”
Como o futebol feminino vai evoluir, vai crescer, se um jogo como esse não é transmitido por nenhuma emissora de tv? Triste realidade começa por fatos como este.