Le Havre (França) — Após chegar desacreditada na Copa do Mundo feminina, a Seleção Brasileira fez em campo o que pôde prometer antes do torneio: deu o sangue e lutou com raça até o fim. Diante de quase 24 mil pessoas, o Brasil foi eliminado ainda nas oitavas de final pela anfitriã França na prorrogação, por 2 x 1, neste domingo (23/6), no Stade Oceáne, em Le Havre, na França. Assim, a equipe comandada por Vadão repete a eliminação precoce da última edição da competição, em 2015, no Canadá.
Em um confronto dramático e com muitas participações do VAR, Valérie Gavin abriu o placar para a França no começo do segundo tempo. O Brasil não se abateu e buscou o empate com Thaísa onze minutos depois. O físico das veteranas brasileiras pesou em uma partida que foi levada para a prorrogação. A Seleção Brasileira terminou o jogo sem Cristiane e Formiga, que se despediram da Copa do Mundo. E foi penalizado justamente no tempo extra com gol de Amandine Henry, após cobrança de falta.
“O Brasil juntou garra, vontade e desempenhou um papel positivo nessa Copa. Lógico que sempre queremos chegar na final, porém o jogo é jogado. Hoje, lutamos até o final, não faltou garra, não faltou vontade, mas elas foram melhores nas finalizações e nas chances que criaram”
Marta, atacante brasileira
Desde o começo da Copa do Mundo, os franceses lotaram os estádios para assistir ao país tentar buscar o primeiro título mundial da seleção feminina. Após três vitórias, a França chegou embalada para pegar o Brasil nas oitavas de final. Novamente, eles lotaram o Stade Oceáne e não pararam de cantar, a começar pelo hino à capela e pela coreografia ensaiada batendo palmas. Mas a partida começou mais morna do que prometia e terminou mais emocionante do que os brasileiros gostariam: com gol sofrido na prorrogação.
O primeiro tempo se mostrou aberto, com oportunidades para os dois lados. O Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) entrou em cena para ajudar a árbitra canadense Beaudoin a aliviar a primeira angustia brasileira na partida, anulando um gol francês aos 26 minutos. Já no fim da parcial, Cristiane criou a melhor oportunidade do Brasil, após jogada de Debinha em que a bola rebateu na zagueira francesa e sobrou para a artilheira brasileira. Cristiane avançou livre pela lateral esquerda, mas finalizou por cima.
Já nos acréscimos, foi a vez de a França assustar. Buscaglia avançou bem e, com a marcação toda concentrada na direita, achou a camisa 10 Majri chegar livre dentro da área para desperdiçar. Após o lance de maior perigo da França, Marta tentou pegar a goleira adiantada. Mesmo que a finalização não tenha saído como ela imaginou, a melhor do mundo arrancou aplausos das arquibancadas tomadas por franceses.
Debinha foi o desafogo brasileiro para avançar com velocidade. Com a volta de Formiga, Vadão manteve Ludmila no time titular para a saída da Andressinha. O técnico explicou que a opção era porque a atacante segura mais a marcação para liberar mais Marta ao ataque. A mudança, porém, gerou muitas críticas. A atacante seria substituída por Bia Zaneratto aos 25 minutos do segundo tempo. A essa altura, a partida já estava completamente diferente do que acabou na primeira parcial.
A França voltou do intervalo pressionando mais no campo ofensivo e achou o gol logo aos seis minutos. Diani passou pela Tamires na lateral direita e cruzou rasteiro. Bárbara não chegou na bola e Gauvin precisou apenas empurrar de dentro da pequena área para o gol. O Brasil respondeu com uma bola na trave três minutos depois, com uma cabeçada de Cristiane após lançamento de Marta.
A partida ganhou dramaticidade. Le Sommer quase ampliou para a França após invadir a área pela esquerda, cortar para o meio e chutar forte uma bola que acabou desviada para fora. Novamente o VAR viria a ser acionado. Aos 18 minutos, Debinha avançou pela esquerda e cruzou, Cristiane tentou antecipar a zaga e a bola afastada acabou nos pés de Thaísa, que dominou e bateu cruzado.
A partida ganhou equilíbrio e seguiu arrancando suspiros dos fãs. Andressinha entrou no lugar de Formiga, aos 29 minutos do segundo tempo, e Poliana substituiu Letícia Santos já no fim do jogo regulamentar. O clima também esquentou em diversos lances. O tempo regular terminou com três cartões amarelos para o Brasil e um para a França, que finalizou os 90 minutos com 51% de posse de bola e sete chutes contra 13 da Seleção Brasileira.
Logo aos seis minutos da prorrogação, Cristiane caiu no campo sentindo a perna. O Brasil já havia feito três substituições, mas a nova regra permite mais uma troca no tempo extra e Geyse entrou no lugar dela. O Brasil quem criou a melhor chance do primeiro tempo da prorrogação com Debinha. Ela avançou livre pela esquerda após receber ótimo passe de Geyse, conduziu a bola até finalizar tirando da goleira. Quase em cima da linha, Mbock Bathy tirou de carrinho.
Logo no primeiro minuto da parcial seguinte, a torcida brasileira tomou um balde de água fria. Majri bateu falta da direita e Henry recebeu livre na pequena área para bater no contrapé de Barbara e colocar o estádio abaixo. Festa francesa, que parte para as quartas de final em Paris contra o vencedor de Estados Unidos e Espanha.
Maíra Nunes — Enviada especial
Patrocínio: Colégio Moraes Rêgo
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