Seleção Brasileira é eliminada pela França na prorrogação
25270336 AFP Seleção francesa comemora o gol da vitória sobre o Brasil pelas oitavas de final da Copa do Mundo feminina 2019

Brasil é eliminado da Copa do Mundo na prorrogação para a França

Publicado em Futebol

Le Havre (França) — Após chegar desacreditada na Copa do Mundo feminina, a Seleção Brasileira fez em campo o que pôde prometer antes do torneio: deu o sangue e lutou com raça até o fim. Diante de quase 24 mil pessoas, o Brasil foi eliminado ainda nas oitavas de final pela anfitriã França na prorrogação, por 2 x 1, neste domingo (23/6), no Stade Oceáne, em Le Havre, na França. Assim, a equipe comandada por Vadão repete a eliminação precoce da última edição da competição, em 2015, no Canadá.

Em um confronto dramático e com muitas participações do VAR, Valérie Gavin abriu o placar para a França no começo do segundo tempo. O Brasil não se abateu e buscou o empate com Thaísa onze minutos depois. O físico das veteranas brasileiras pesou em uma partida que foi levada para a prorrogação. A Seleção Brasileira terminou o jogo sem Cristiane e Formiga, que se despediram da Copa do Mundo. E foi penalizado justamente no tempo extra com gol de Amandine Henry, após cobrança de falta.

“O Brasil juntou garra, vontade e desempenhou um papel positivo nessa Copa. Lógico que sempre queremos chegar na final, porém o jogo é jogado. Hoje, lutamos até o final, não faltou garra, não faltou vontade, mas elas foram melhores nas finalizações e nas chances que criaram”

Marta, atacante brasileira  

Casa cheia e VAR como protagonista

Desde o começo da Copa do Mundo, os franceses lotaram os estádios para assistir ao país tentar buscar o primeiro título mundial da seleção feminina. Após três vitórias, a França chegou embalada para pegar o Brasil nas oitavas de final. Novamente, eles lotaram o Stade Oceáne e não pararam de cantar, a começar pelo hino à capela e pela coreografia ensaiada batendo palmas. Mas a partida começou mais morna do que prometia e terminou mais emocionante do que os brasileiros gostariam: com gol sofrido na prorrogação.

O primeiro tempo se mostrou aberto, com oportunidades para os dois lados. O Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) entrou em cena para ajudar a árbitra canadense Beaudoin a aliviar a primeira angustia brasileira na partida, anulando um gol francês aos 26 minutos. Já no fim da parcial, Cristiane criou a melhor oportunidade do Brasil, após jogada de Debinha em que a bola rebateu na zagueira francesa e sobrou para a artilheira brasileira. Cristiane avançou livre pela lateral esquerda, mas finalizou por cima.

Marta foi uma das protagonistas da Copa do Mundo feminina da França
Após se recuperar de lesão, Marta esteve em campo os 120 minutos do jogo contra França | AFP

Já nos acréscimos, foi a vez de a França assustar. Buscaglia avançou bem e, com a marcação toda concentrada na direita, achou a camisa 10 Majri chegar livre dentro da área para desperdiçar. Após o lance de maior perigo da França, Marta tentou pegar a goleira adiantada. Mesmo que a finalização não tenha saído como ela imaginou, a melhor do mundo arrancou aplausos das arquibancadas tomadas por franceses.

Debinha foi o desafogo brasileiro para avançar com velocidade. Com a volta de Formiga, Vadão manteve Ludmila no time titular para a saída da Andressinha. O técnico explicou que a opção era porque a atacante segura mais a marcação para liberar mais Marta ao ataque. A mudança, porém, gerou muitas críticas. A atacante seria substituída por Bia Zaneratto aos 25 minutos do segundo tempo. A essa altura, a partida já estava completamente diferente do que acabou na primeira parcial.

Placar sai do 0 x 0, mas segue empatado

A França voltou do intervalo pressionando mais no campo ofensivo e achou o gol logo aos seis minutos. Diani passou pela Tamires na lateral direita e cruzou rasteiro. Bárbara não chegou na bola e Gauvin precisou apenas empurrar de dentro da pequena área para o gol. O Brasil respondeu com uma bola na trave três minutos depois, com uma cabeçada de Cristiane após lançamento de Marta.

A partida ganhou dramaticidade. Le Sommer quase ampliou para a França após invadir a área pela esquerda, cortar para o meio e chutar forte uma bola que acabou desviada para fora. Novamente o VAR viria a ser acionado. Aos 18 minutos, Debinha avançou pela esquerda e cruzou, Cristiane tentou antecipar a zaga e a bola afastada acabou nos pés de Thaísa, que dominou e bateu cruzado. 

A partida ganhou equilíbrio e seguiu arrancando suspiros dos fãs. Andressinha entrou no lugar de Formiga, aos 29 minutos do segundo tempo, e Poliana substituiu Letícia Santos já no fim do jogo regulamentar. O clima também esquentou em diversos lances. O tempo regular terminou com três cartões amarelos para o Brasil e um para a França, que finalizou os 90 minutos com 51% de posse de bola e sete chutes contra 13 da Seleção Brasileira.

Cristiane deixa o campo com dores na prorrogação 

Logo aos seis minutos da prorrogação, Cristiane caiu no campo sentindo a perna. O Brasil já havia feito três substituições, mas a nova regra permite mais uma troca no tempo extra e Geyse entrou no lugar dela. O Brasil quem criou a melhor chance do primeiro tempo da prorrogação com Debinha. Ela avançou livre pela esquerda após receber ótimo passe de Geyse, conduziu a bola até finalizar tirando da goleira. Quase em cima da linha, Mbock Bathy tirou de carrinho. 

Logo no primeiro minuto da parcial seguinte, a torcida brasileira tomou um balde de água fria. Majri bateu falta da direita e Henry recebeu livre na pequena área para bater no contrapé de Barbara e colocar o estádio abaixo. Festa francesa, que parte para as quartas de final em Paris contra o vencedor de Estados Unidos e Espanha. 

Maíra Nunes — Enviada especial

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